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12/06/2013

Estudo do IPT aborda técnicas de gestão ambiental em Jundiaí

Um estudo abordando bases técnicas para a melhoria da qualidade ambiental de dois bairros na cidade de Jundiaí acaba de ser concluído por uma equipe multidisciplinar do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A pesquisa traçou um diagnóstico dos bairros Caxambu e Colônia, conhecidos pela colonização italiana e pela grande concentração de restaurantes e vinícolas, e propõe diretrizes para a gestão ambiental incluindo desde a requalificação paisagística até o controle dos processos de inundação.

O estudo foi financiado com recursos provenientes do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo. A ideia inicial era a avaliação das condições ambientais apenas do bairro do Caxambu, mas as visitas à cidade mostraram a viabilidade de expandir o estudo ao bairro Colônia pela proximidade geográfica e similaridade de atributos, explica Vilma Campanha, coordenadora do projeto e pesquisadora do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental do IPT.

“A intenção da prefeitura era a elaboração de um estudo para estabelecer parâmetros de desenvolvimento econômico da região, mencionando como exemplo o projeto de remodelação do bairro Santa Felicidade, na cidade de Curitiba”, afirma ela. “Os administradores municipais buscavam bases técnicas para a melhoria da qualidade ambiental principalmente do complexo gastronômico e vinícola localizado nos bairros porque, apesar da precariedade de acesso, é uma área que recebe um grande número de moradores da região e turistas”.

Para a elaboração dos diagnósticos e de planos de ação contendo diretrizes propositivas, as equipes do IPT definiram em reuniões com a prefeitura do município os escopos do projeto: um deles seria a requalificação paisagística dos dois bairros ao longo dos eixos viários onde estão os restaurantes e adegas, incluindo aspectos referentes às condições das vias, ao uso e ocupação do solo e à arborização urbana; o outro, o controle dos processos de inundação em função da dinâmica do Rio Jundiaí-Mirim.

Requalificação paisagística
Uma equipe do IPT realizou uma série de avaliações nas avenidas de interesse do projeto de reestruturação dos bairros a fim de verificar tanto a existência de problemas nos pavimentos e sistemas de drenagem quanto das condições do trânsito de veículos e pedestres. “Levantamos informações como as dificuldades de acesso aos bairros em razão das condições das vias, como ausência de calçadas e predominância de ruas estreitas, o que acarreta problemas de tráfego na região principalmente nos finais de semana pelo alto fluxo de visitantes”, explica o pesquisador Rubens Vieira, da Seção de Geotecnia do IPT.

As deficiências de maior intensidade no pavimento foram encontradas em duas das principais vias que cortam os bairros, as Avenidas Humberto Cerezer e Comendador Antonio Borin, e têm como causa o tráfego intenso de veículos pesados, principalmente caminhões. O levantamento apontou que defeitos como remendos e trincas isoladas podem ser atribuídos a falhas do revestimento asfáltico do pavimento, enquanto as trincas associadas a afundamentos são resultado de problemas estruturais do pavimento.

Os principais problemas de drenagem constatados em diversas vias foram descontinuidade do sistema e falta de manutenção e de dispositivos em alguns pontos – “a ausência de um sistema adequado de drenagem provoca efeitos danosos nos pavimentos e um projeto de reforma deverá incluir estudos das condições existentes e de readequação para a concepção do novo sistema”, completa o pesquisador.

Ainda dentro das propostas para a requalificação paisagística da região, os pesquisadores refinaram as informações contidas no zoneamento ambiental existente a fim de propor diretrizes para uso e ocupação do solo. Grande parte dos dois bairros está localizada na macrozona urbana e em duas pequenas áreas na macrozona rural, e o fato de a Zona de Conservação de Manancial ter a abrangência mais significativa demanda atenção para não comprometer os mananciais existentes. Também é necessária uma fiscalização efetiva quanto à presença de fossas negras, embora a cidade tenha um alto índice de atendimento de esgoto sanitário (95,9%) segundo dados de 2010 da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, a Seade.


Fonte: IPT




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