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02/07/2013

Opinião - Âncora da realidade

Não estarei sendo pretensioso ao afirmar que a grande âncora da realidade na conjuntura atual é a jornada do dia 11 de julho.

Isso por dois motivos fundamentais.

O primeiro deles é a correção e oportunidade das greves, mobilizações e manifestações dos trabalhadores, articuladas por todas as centrais sindicais e os movimentos sociais em defesa da pauta trabalhista.

As diversas iniciativas que já estão sendo tomadas para organizar as ações do dia 11 servem de orientação nova para o movimento sindical e para toda a sociedade, apontam um caminho.

E, em segundo lugar, como o sindicalismo é simultaneamente movimento e instituição, ele é – ao representar o povo trabalhador- a melhor síntese do que os brasileiros em sua esmagadora maioria querem obter, bem como a garantia de luta correta e persistente para conquistar o que se quer.

Aos gritos das ruas e ao burburinho das estradas vai se somar o silêncio dos locais de trabalho parados e vazios; a audição das autoridades neste caso só pode melhorar.

Cada uma das centrais, com suas categorias principais e nas diversas regiões do Brasil, estão tomando uma série de providências que garantem, desde já, a força organizada do dia 11.

E todas, em conjunto, já articulam uma visita aos presidentes da Câmara e do Senado para obter a atenção dos parlamentares e dos partidos políticos para a pauta trabalhista; o Congresso pode, até mesmo antecipando-se ao dia 11, tomar algumas iniciativas que atendam aos anseios do movimento sindical, como fez aceleradamente com reivindicações dos jovens e das ruas.

O sucesso das manifestações do dia 11 será o início da transformação de um movimento espontâneo em um movimento firme da sociedade brasileira- majoritariamente composta de trabalhadoras e trabalhadores- rumo à democratização permanente das instituições e da garantia do progresso social.
 

* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical do SEESP e da FNE. Artigo publicado originalmente no site do Sintetel




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Comentários  
# Ancora da RealidadeCezar José Sant´Anna 04-07-2013 07:33
Caro João Guilherme, essa movimentação dos trabalhadores, que até então estão quietos e perfazem a maior massa da população brasileira, não vai fornecer munição para os de, vamos dizer "ultra direita" se movimentarem e novamente implantarem a ditadura no Brasil.
Fica essa preocupação, pois esse grupo ainda existe, recebo muitos e-mails de pessoas querendo essa intervenção, mais porque não conseguem viver em liberdade e necessitam serem dirigidas, social, política e financeiramente.
Os movimentos populares são necessários para que os governantes acordem para os anseios da população, no entanto o retrocesso tem apoio de quem financia os políticos, a classe mais abastada e ainda entra no esteio do apoio somente a classe média alta.
Penso se seremos a âncora do retrocesso político.
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