Os engenheiros e vários profissionais universitários liberais, representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), e também a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) participaram do ato unificado pelo Dia Nacional de Lutas com greves e mobilizações, no dia 11 de julho último, na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. A manifestação, que começou às 12h, reuniu centrais sindicais, movimentos sociais, parlamentares. Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da FNE e da CNTU, falou no evento sobre a importância da unidade dos trabalhadores em defesa de vários direitos.
* Confira aqui mais fotos do ato unificado das centrais sindicais na Avenida Paulista
A pauta comum das entidades sindicais inclui a rejeição do Projeto de Lei 4.330/2004, que amplia a terceirização de atividades, o fim do fator previdenciário, a destinação de 10% do PIB para educação e de 10% do Orçamento da União para a saúde, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, fim das demissões imotivadas, valorização das aposentadorias. As reivindicações são também de garantia de um transporte público de qualidade, de valorização das aposentadorias, de realização da reforma agrária e de suspensão dos leilões de blocos do pré-sal, democratização dos meios de comunicação.
O Dia Nacional de Lutas foi realizado em todo o País com diversas ações, como paralisações, fechamento de estradas e outras mobilizações. No Estado de São Paulo, as manifestações começaram logo pela manhã com interdição de rodovias – Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra, Mogi-Bertioga e a Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá – e avenidas em várias cidades.
Os metalúrgicos do ABC paulista também se mobilizaram. Em São Bernardo, as concentrações foram nas fábricas da Ford, Mercedez-Benz, Proema, Arteb, Sachs, Proxyon, Sogefi e Toyota. Os trabalhadores fizeram uma passeata e tomaram parte da Via Anchieta. A avenida Goiás, em São Caetano, também foi fechada pelos trabalhadores da General Motors.
Sul
Os ônibus dos municípios gaúchos de Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha, Gravataí, e Alvorada não circularam durante a manhã. O acesso à Rodoviária de Porto Alegre, capital do estado, também foi bloqueado. As agências bancárias e os Correios não funcionaram, assim como a maior parte das escolas do município. Militantes do MST ocuparam os pedágios de Carazinho (BR-386) e Viamão (ERS-040) e ergueram as cancelas.
A passagem nos pedágios também foi liberada em pelo menos 14 praças do Paraná, devido a um protesto dos trabalhadores rurais do estado. Desde o começo da manhã, ruas e rodovias de Curitiba, capital paranaense, foram bloqueadas. O Hospital de Clínicas (HC) funcionou parcialmente e a maioria das aulas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi cancelada.
Em Florianópolis (SC), servidores públicos municipais se reuniram na Praça Tancredo Neves, no centro da capital catarinense, para uma série de atividades, que incluíram palestras e assembleias. Antes disso, eles ocuparam uma das pistas da Ponte Pedro Ivo Campos. Na região serrana, 500 militantes do MST bloquearam a BR-116, no município de Correia Pinto.
Sudeste
No Rio de Janeiro, seis centrais sindicais e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) organizaram uma manifestação, às 15h. Várias categorias anunciaram paralisações nos serviços, entre elas os professores municipais e estaduais e trabalhadores dos Correios, que fecharam o Centro de Operações Postais, na zona norte. Os caminhões de entregas não circularam por um período do dia.
Na capital mineira, o metrô e os trens foram paralisados, além de três estações de ônibus (Venda Nova, Barreiro e Diamantes). No município de São João Del Rei, metalúrgicos, comerciários, rodoviários e funcionários da Universidade Federal aderiram ao movimento. Em Mariana, os manifestantes bloquearam o trânsito no centro da cidade e fecharam a rodovia MGC-129. O trânsito também foi bloqueado em Contagem.
Na rodoviária de Vitória (ES), os ônibus pararam, assim como os trens de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Os taxistas também aderiram ao movimento. Os hospitais só atenderam casos de urgência e emergência.
Centro-Oeste
No Distrito Federal, o MST ocupou a sede nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para exigir a retomada da reforma agrária. Para o MST, é preciso assentar 150 mil famílias acampadas, com a concessão de novos créditos.
Em Goiânia, 40 sindicatos participaram do Dia Nacional de Luta. Cerca de mil pessoas se reuniram na Praça do Bandeirante, no centro. A avenida Goiás, principal da cidade, foi ocupada por manifestantes. Um grupo de 200 pessoas ocupou a sede da reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis.
Em Palmas (TO), manifestantes fecharam a rodovia TO-050, que já foi liberada, e a avenida Theotônio Segurado, no centro.
Manifestantes bloquearam trechos de duas rodovias federais que cortam Mato Grosso: as BRs 364 e 163.
Aproximadamente 12 mil pessoas se concentraram na praça do Rádio, em Campo Grande (MS), para participarem de um ato unificado, segundo a Polícia Militar. Participaram militantes da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Mato Grosso do Sul (Fetagri) e do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), além de agentes da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito da Capital (Ciptran), Agência Municipal de Trânsito (Agetran) e de agricultores ligados ao MST.
Nordeste
Em Recife (PE), os protestos do Dia Nacional de Lutas se concentraram no complexo industrial portuário de Suape, sendo que algumas vias federais foram ocupadas por manifestantes. A BR-232 foi bloqueada no km 143 em frente a um assentamento do MST. Outras vias, como a BR-116, BR-428, BR-194 e BR-101, também foram ocupadas em alguns trechos.
Os ônibus circularam normalmente em Salvador (BA), porém diversas agências bancárias foram fechadas na cidade. A BR-324, principal rodovia entre capital e interior, foi bloqueada, assim como a Via Parafuso, que dá acesso ao Polo Petroquímico de Camaçari. Um grupo de manifestantes protestou perto de Feira de Santana.
Os protestos ganharam força em Fortaleza, no Ceará, onde motoristas e cobradores bloquearam entradas e saídas de terminais de ônibus e manifestantes ocuparam avenidas de grande fluxo da cidade. Operários da construção civil, servidores públicos e funcionários de indústrias de castanhas também aderiram à paralisação.
Norte
Em Manaus, 60% da frota de ônibus paralisaram suas atividades. Participaram também do Dia Nacional de Lutas categorias profissionais filiadas a centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis, entre eles o Movimento Passe Livre (MPL), União Brasileira de Mulheres (UBM), União de Negros pela Igualdade (Unegro) e União Nacional dos Estudantes (UNE). Professores, estudantes e técnicos-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) bloquearam a entrada da instituição.
Grande parte das agências bancárias de Belém (PA) não funcionou. Membros de sindicatos e movimentos sociais se concentraram na frente do Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura, para um ato unificado. Mais cedo, um grupo de manifestantes ligados ao MST ocupou a rodovias estaduais PA 275, PA 124 e PA 151.
Em Rondônia, 200 pessoas de diversos sindicatos se concentraram na Avenida Jorge Teixeira, em Porto Velho, para uma caminhada em direção do palácio do governo, de acordo com a PM.
* Com informação das centrais sindicais, da Agência Sindical e da Rede Brasil Atual