Os centros urbanos apresentam uma grande demanda por energia elétrica. Além disso, o crescente problema da gestão de resíduos sólidos gerado pela sua população vem se tronando um problema social e administrativo relevante. A correta eliminação dos resíduos sólidos urbanos gerados nas cidades, portanto, é um dos mais complexos de engenharia, pois envolve logística, segurança, meio ambiente e aspectos energéticos para a sua gestão adequada.
Devido à política nacional de resíduos sólidos, promulgada em 2010 (Lei 12.305), diversas cidades brasileiras estão avaliando a viabilidade técnica e econômica de incinerar os resíduos não recicláveis.
São José dos Campos, cidade altamente industrializada do Estado de São Paulo, considerou a possibilidade de realizar a compostagem de resíduos orgânicos para produção de biogás e a incineração em massa de resíduos não recicláveis de forma consorciada. Para isso, informações foram coletadas e disponibilizadas à população para a realização de audiências públicas.
Como parte dos estudos voltados ao planejamento sustentável de cidades, José Antônio Perrella Balestieri e Rubens Alves Dias, professores da Unesp de Guaratinguetá, e Juan Galvarino Cerda Balcazar, aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Unesp de Guaratinguetá, em artigo recente publicado na revista Energy, editada pela Elsevier, analisaram um sistema de transformação de lixo em energia baseada na integração de turbinas a gás para um incinerador de resíduos sólidos urbanos (ciclo combinado híbrido), produzindo energia térmica e elétrica como uma solução alternativa para a proposta de disposição de resíduos sólidos apresentada para São José dos Campos.
Um estudo de viabilidade técnica e econômica para o ciclo combinado híbrido, comparativamente à unidade de incineração originalmente proposta, revelou melhoria significativa na eficiência de geração, além de interessante atratividade econômica quando créditos de carbono e taxas aplicadas ao processamento dos resíduos são incluídos na análise do projeto.
A análise considerou diferentes condições financeiras e equipamentos de geração, além de verificar, para as mesmas condições, a opção de acumular os resíduos sólidos em aterros sanitários.
Artigo disponível aqui.
Fonte: Unesp