A seguir, reproduzimos, na íntegra, reportagem que foi ao ar hoje no programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo de Televisão, primeira edição, na manhã desta quinta-feira (7/11):
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“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou as oito maiores regiões metropolitanas do País. E a conclusão é que o Brasil tem número suficiente de engenheiros, mas o problema é que falta especialização.
Seu Roseno procurou, procurou... Foram 4 meses até achar um engenheiro. “Prejudica, atrasa, você fica até com vergonha do cliente”, diz o empresário Roseno de Siqueira e Silva.
Enfim, o profissional foi contratado essa semana, para acompanhar a instalação de peças metalúrgicas em obras.
“A gente tem medo de crescer, a gente tem medo de expandir por falta exatamente disso.
Não tem mão de obra suficiente, você pegar grandes serviços e num dá conta; e aí?”, completa ele.
O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que engenheiro tem, está faltando é qualificação.
“Tem uma grande quantidade de jovens entrando no mercado, e evidentemente que estes jovens não estão preparados ainda para alguns desafios do mercado de trabalho. Então muita da procura é pelo profissional mais experiente”, avalia Paulo Meyer, pesquisador do Ipea.
Foram analisados os mercados nas oito maiores regiões metropolitanas do país. A situação é mais crítica em Recife. Fortaleza e Distrito Federal também já apresentam uma demanda acima da oferta de mão obra especializada.
E nas duas maiores cidades – São Paulo e Rio de Janeiro – ainda não falta profissional, mas a quantidade de engenheiros merece atenção.
O Brasil hoje forma em média 40 mil engenheiros por ano. As matrículas nos cursos de engenharia, nos últimos 12 anos, aumentaram quase 400%. E os salários dos formados estão entre os 10 maiores de todos os cursos superiores.
“Já tem dados mostrando que em 2011 e 2012 você teve mais candidatos ao vestibular de engenharia do que você teve em administração e direito, que tradicionalmente no Brasil têm mais candidatos. Isso já mostra que os jovens captaram a mensagem. Agora a gente tem que sustentar o crescimento econômico para que no final do curso eles encontrem o mesmo cenário”, afirma Marina Oliveira, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
As áreas mais demandandas com o crescimento da economia são as engenharias ligadas a petróleo e gás e construção civil.
Mas, o risco de um apagão de engenheiros, só haveria, de acordo com o estudo, se o Brasil até 2020 crescesse no nível da China por exemplo.
E para a Federação Nacional dos Engenheiros, a cultura mudou. Hoje os jovens estão procurando se qualificar e quando não chegam prontos, os empresários dão um jeito.
“Quando você contrata, você vai treinar este profissional. Não há risco de apagão”, garante Fátima Ribeiro Có, da Federação Nacional de Engenharia.
O Ipea comparou também os salários de acordo com a formação na universidade. Os salários de quem fez engenharia estão em quarto lugar. As melhores remunerações são de quem fez o curso de medicina.”
Fonte: G1