Brasil e Angola pretendem estreitar a cooperação e intensificar esforços nas áreas de formação de recursos humanos e de infraestrutura científica. A ideia é que experiências brasileiras possam contribuir com o plano estratégico de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) angolano, em fase de construção, que tem entre uma de suas metas titular 120 doutores até 2020.
As possíveis parcerias foram discutidas, nesta segunda-feira (24/02), em reunião com a participação do ministro em exercício da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Antonio Elias, o secretário de Ciência e Tecnologia de Angola, João Sebastião Teta, o diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões, e equipes técnicas e científicas das duas nações.
“O Brasil tem experiência avançada na área de formação, o que não temos”, justificou Teta, ao relatar o recente esforço de seu país de estruturar uma política de CT&I tendo como ponto de partida a educação profissional e o ensino superior. Fazem ainda parte do rol de áreas estratégicas para o governo angolano: agricultura e pesca, tecnologias da informação e da comunicação (TICs), petróleo e gás, saúde, recursos hídricos, energia e meio ambiente.
Na reunião, o secretário de C&T de Angola assinalou que contará com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da Fundação Carlos Gulbekian para desenvolver o Programa Doutoral de Angola e destacou o interesse na participação de universidades e centros de pesquisa brasileiros no esforço de formação e qualificação de quadros no seu país. Há também expectativa na troca de experiências em calibração de laboratórios, em regulação e na criação de comitês de alto nível.
“É uma determinação do governo brasileiro empreender esforços de cooperação com os países africanos”, ressaltou o secretário executivo Elias, que participou do encontro como ministro porque Marco Antonio Raupp está em comitiva presidencial na Bélgica. Ele destacou a possibilidade de colaboração no desenvolvimento de parcerias em áreas de interesse comum, em especial aquelas relacionadas a TICs e à interconexão de redes físicas de pesquisa, como indicou o diretor da RNP, entre outros presentes.
Os dois países concordaram em identificar e mapear as possibilidades de participação de pesquisadores angolanos em instituições de pesquisa do Brasil e em intercambiar informações sobre as áreas de interesse, especialmente, de cursos de capacitação de especialistas existentes nas diversas instituições de excelência brasileiras.
* Com informação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)