O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Dênis de Moraes [foto ao lado], concedeu excelente entrevista ao jornal argentino Página/12. O depoimento, publicado em 24/02, foi dado a Natalia Aruguete durante lançamento de “Mídia, poder e contrapoder”, livro que reúne textos seus e de Ignacio Ramonet e Pascual Serrano. Para ler a entrevista completa clique aqui.
A íntegra pode e deve ser lida. Mas alguns trechos merecem destaque. É o caso da persistência da mídia comercial como grande definidora das pautas. Segundo Moraes, “Um dos problemas mais sensíveis da comunicação alternativa é que, tanto agências como blogs e portais críticos e contra-hegemônicos, continuam dependendo – de maneira geral, embora com exceções que devem ser resgatadas – das agendas midiáticas”.
Ao mesmo tempo, o professor diz que não podemos perder de vista “que a penetração social da grande mídia continua intocável”. Outra observação importante: “Há uma diferença entre o fim do monopólio informativo e o fim do monopólio da audiência”. Segundo o entrevistado: “Não se trata apenas de apontar que hoje há mais possibilidades de acesso, de produção e difusão de informação”. Corretamente, Moraes acha que a internet não é suficiente para reduzir esse monopólio.
Em seu depoimento, o professor fala da importância de entender a comunicação como “direito humano”. No entanto, esta concepção parece ser objeto de um grande mal entendido. A maioria das pessoas acha que já tem acesso a esse direito através dos monopólios de comunicação. E que a informação que recebem deles é o produto da liberdade de expressão. Mas a informação que nos chega grande mídia é distorcida por seus próprios interesses. A liberdade expressão é apenas liberdade empresarial. Por Sérgio Domigues, no Boletim do Núcleo Piratininaga de Comunicação (NPC).