Alguns números que são importantes para quem se preocupa com a execução de uma estratégia correta pelo movimento sindical foram publicados pelo Estadão. A origem das informações é o IBGE e o jornal compilou os dados e editou as matérias no dia 16 de maio.
A primeira série numérica informa que o brasileiro fica, em média, mais tempo no emprego, atingindo nível recorde de 161,2 semanas em 2014. Desde o primeiro trimestre de 2013, quando a permanência no trabalho era de 135,0 semanas, em média, configura-se um quadro com evolução positiva permanente, ainda que lenta.
Vários elementos contribuem para esta situação, entre eles a formalização do vínculo (porque a pesquisa inclui formais e informais) e uma política empresarial de “reter” o empregado visando à produtividade.
O quadro descrito não elimina a dramaticidade do fenômeno oposto, da rotatividade, que é uma das chagas sociais do emprego no Brasil, mas demonstra que a luta contra ela tem respaldo na própria evolução natural das relações de emprego.
Outra informação auspiciosa é a de que o brasileiro já trabalha menos de 40 horas semanais. No primeiro trimestre de 2014 a média do tempo efetivamente trabalhado foi de 39,7 horas semanais.
A redução da jornada tendencial – decorrente da situação de emprego e ganhos reais de salários – demonstra que a reivindicação de uma redução constitucional, mesmo que gradativa, encontra sustentação na vida das empresas e, em geral, no exercício das profissões.
Estas duas informações (duração do emprego em alta e queda nas jornadas) reforçam a possibilidade de avanços maiores na luta contra a rotatividade e pela redução constitucional da jornada de trabalho.
* Por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical