No artigo a seguir, o diretor de graduação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), José Marques Póvoa, comenta o editorial da Folha de S. Paulo, que fala da engenharia em baixa, e defende a necessidade de um novo modelo para a profissão
Como cita o editorial da Folha de São Paulo de 06/07/14, aumentou em muito o número de escolas de Engenharia no Brasil: infelizmente, muitas delas, de qualidade aquém das necessidades do mundo atual.
Somado a isso, têm chegado para fazer o ensino superior alunos oriundos de um ensino médio que não os prepararam para se tornarem “estudantes que queiram aprender”. Não os prepararam para “aprender continuamente pelo resto da vida”. Para muitos que chegam a um curso superior – ou almejam chegar – existe uma ideia preconcebida de que essa formação deve ser terminal.
O mundo tem carência de superprofissionais que consigam adquirir conhecimentos de varias áreas e formas.
Eles são profissionais que lidam, por exemplo, com a Economia, a Administração, as Finanças, o Direito e a Engenharia.
Hoje não está sendo suficiente, apenas, uma única formação acadêmica: não é mais suficiente que esse profissional adquirira somente a vivencia do dia a dia de sua profissão.
Para o profissional de hoje, está sendo indispensável que adquira conhecimentos adicionais, que geralmente vêm através de cursos de pós-graduação ou através de auto-aprendizado.
Tudo isso só vai se concretizar – ou vai se concretizar de forma mais fácil –, se esse indivíduo tiver durante sua vida, uma formação com base sólida, sobre a qual se constroem novos conhecimentos; desde que ele tenha adquirido o hábito de “aprender a aprender”; e que o aprender, para ele, não seja árduo e penoso.
De uma forma geral, uma formação inicial em Engenharia de qualidade vai facilitar em muito essa empreitada de ele se tornar esse superprofissional para atuar em diferentes áreas, tornando-se uma espécie de “multiespecialista”.
Vale lembrar que a engenharia tem vínculos com diversas áreas do conhecimento tais, como, por exemplo, a medicina, a economia, o meio ambiente e com a sociedade em geral, uma vez que ela só tem sentido de existir se for para atender à demanda desta mesma sociedade.
O Isitec foi criado nesse momento em que a demanda por esse tipo de profissional é crescente!
E, desde a sua concepção inicial, foi pensado em se criar um curso que atendesse a esta demanda.
O curso de Engenharia de Inovação que iniciará em 2015 – ainda único no Brasil –, se propõe, assim como alguns cursos de Engenharia do Brasil, a formar o jovem para esse mundo em acelerado ritmo de transformação.
Hoje não dá para definir antecipadamente para um jovem “em quê” ele poderá trabalhar daqui a 10, 20 ou 40 anos.
Para enfrentar esses desafios, ele tem que estar preparado para enfrentá-los: e isso se faz, nesse momento, para as áreas que tenham ou que venham a ter alguma ligação com a engenharia, com uma solida formação nos fundamentos da engenharia de hoje, para que, no futuro, ele possa continuar aprendendo, para atuar na engenharia (ou áreas correlatas) que se formarão no futuro.
O Isitec, por outro lado, também preocupado com os engenheiros que já estão formados, está se propondo a contribuir para requalificá-los através de cursos de educação continuada (pós-graduação lato sensu, ou cursos curtos, inclusive in-company) montados sob demandas especificas para cada época/situação.
Esta é a contribuição do Isitec e da sua entidade mantenedora, o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, SEESP.
* Por Prof. Dr. José Marques Póvoa, Diretor de Graduação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec)