No próximo ano, o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, abrirá suas portas à primeira turma de graduação em Engenharia de Inovação do País. Iniciadas em 1º de outubro, as inscrições ao processo seletivo podem ser feitas até 5 de janeiro de 2015 no site www.isitec.org.br.
Realizado em parceria com a Cia. de Talentos, especializada em selecionar jovens talentosos para carreiras promissoras, contará com três fases: testes de análise de aptidão lógica online e confirmação da inscrição (do dia 15 deste mês a 9 de janeiro), via pagamento de taxa de R$ 35,00; resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); e provas de análise e interpretação de linguagens e produção textual no dia 22 de janeiro. Serão 60 vagas ao curso pioneiro, a ser ministrado em período integral por cinco anos, contemplando 4.500 horas de ensino. Segundo o diretor-geral do Isitec, Saulo Krichanã, nas faculdades da área com maior tradição, o máximo são 3.500 horas.
Além desse diferencial, ele aponta outros: “Temos dentro da matriz curricular MBA em finanças e empreendedorismo, necessidades ao engenheiro do século XXI.” Ele continua: “Nosso programa pedagógico foi discutido por muitos anos com produtores, órgãos de classe e especialistas do exterior e do Brasil. A USP (Universidade de São Paulo) ajudou a montar a grade pioneira. Os professores estão sendo treinados dentro da nova proposta desde agosto último. Significa que há enorme valor agregado a esse curso.”
Diretor de graduação do Isitec, José Marques Póvoa complementa: “A proposta é formar um engenheiro com concepção básica bastante sólida, mas mais flexível para atuar em diferentes áreas” – de elétrica a mecânica, de bioquímica a agrícola. Nesse sentido, a pretensão é graduar multiespecialistas, que poderão atuar em diversas vertentes, numa perspectiva de aprendizado contínuo, como a realidade atual exige, diante da velocidade da inovação tecnológica. “O curso vai atender, assim, uma demanda de mercado”, acrescenta.
Foi o que moveu o SEESP a criá-lo e ao Isitec em 2011. A percepção de que fundar a instituição de ensino superior seria contribuição importante baseou-se na verificação de que havia um déficit quantitativo e qualitativo no País por engenheiros para atender ao desenvolvimento nacional sustentável – como indicado no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em 2006, com a adesão do sindicato, e atualizado desde então, esse apontava a necessidade de duplicar o número de formados em engenharia para que o País mantivesse rota ascendente de crescimento socioeconômico nos anos seguintes. A despeito de ter se ampliado a quantidade de graduados na profissão desde então – alcançando 45 mil por ano a partir de 2012 –, ainda é bem aquém se comparada a países com que o Brasil compete internacionalmente, como consta da publicação “A FNE e o desenvolvimento nacional”. Já em 2006 a China formava 400 mil engenheiros por ano; a Índia, 250 mil; e a Coréia do Sul, 80 mil.
Nova concepção
A proposta da graduação em Engenharia de Inovação surgiu para suprir a lacuna de ter um profissional com formação adequada para fazer frente aos desafios deste século. Os avanços tecnológicos exigem atualização contínua para que em pouco tempo o conhecimento obtido nas universidades não se torne obsoleto. Ao encontro, considera Póvoa, da “cultura de inovação”, que requer um profissional com formação abrangente, visão integradora das engenharias e foco no processo produtivo e no desenvolvimento da inovação tecnológica. Ao final, conforme sua fala, o estudante pode optar por disciplinas que vão se adequar as suas perspectivas, sem perder de vista sua capacitação para lidar com desafios futuros. “Esse é o diferencial básico.” Krichanã conclui: “Nossa missão é formar engenheiros capazes de inovar e empreender, transformando e humanizando a sociedade em que vivem.”
As aulas terão início em 23 de fevereiro próximo. “Aos que passarem por todo o processo seletivo, serão concedidas bolsas integrais não reembolsáveis. Mantê-las pelos cinco anos dependerá de avaliação de desempenho, um sistema que vai preparar o estudante para a competitividade atual”, frisa o diretor-geral. Além disso, conforme ele, a Cia. de Talentos acompanhará sua vida acadêmica e o cadastrará em banco de dados disponível para vagas no mercado de trabalho. O Isitec fica na Rua Martiniano de Carvalho, 170, Bela Vista, São Paulo/SP, telefone (11) 3254-6850.
Soraya Misleh
Imprensa SEESP
Matéria publicado no JE, nº 462, de 16 a 31 de outubro de 2014