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27/10/2014

Reeleita, Dilma destaca união e reforma política em primeiro discurso

 

Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral, a atual presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), foi reeleita neste domingo (26) com 51,64% dos votos válidos (54.500.287). O candidato Aécio Neves (PSDB) obteve 48,36% dos votos (51.041.146). Votos brancos e nulos somaram 6,34% (7.141.416) e as abstenções atingiram 21,10% (30.137.317).

A presidenta foi reeleita junto com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), com o apoio da coligação formada por PT, PMDB, PDT, PCdoB, PR, PP, PRB, PROS e PSD. No primeiro turno, Dilma ficou em primeiro lugar, com 43.267.668 votos (41,59% dos votos válidos).

Em seu primeiro discurso depois da reeleição à Presidência da República, Dilma Rousseff agradeceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Michel Temer, aos parceiros de partidos coligados e, principalmente, ao povo brasileiro.

Reforma Política
Durante seu primeiro discurso como presidenta reeleita na noite deste domingo em Brasília, Dilma Rousseff apontou a reforma política como uma das mais importantes medidas a serem tomadas durante seu novo governo.

"Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma politica. Meu compromisso é deflagrar esta reforma, que é responsabilidade do congresso nacional e que deve mobilizar a sociedade, por meio de uma consulta popular. Como instrumento dessa consulta, nós vamos encontrar a força e a legitimidade exigida nesse momento para levarmos à frente a reforma política. Com um novo Congresso e com toda a população, tenho convicção de que haverá interesse dos setores das sociedade, de todas as forças ativas da nossa sociedade, para abrir a construção e encaminhar medias concretas. Quero discutir com todos os movimentos sociais e forças da sociedade civil", afirmou.

A presidenta anunciou também medidas a serem tomadas na economia. "Promoverei com urgência ações localizadas em especial na economia, para retomarmos nosso ritmo de crescimento, continuar garantindo níveis altos de emprego e assegurando também a valorização dos salários."
Dilma afirmou também que encarou sua reeleição como sentimento de esperança de um País melhor. Ressaltou a importância da união do povo brasileiro em prol do crescimento. "O Brasil saiu maior dessa disputa e eu sei da responsabilidade que pesa sobre meus ombros. Vamos fazer um Brasil que valoriza o trabalho, um Brasil que cuida das pessoas com olhar especial para as mulheres, negros e jovens. Um Brasil cada um vez voltado para educação, cultura, ciência e inovação."

Conheça a trajetória política de Dilma Rousseff
Primeira mulher a se tornar presidenta da República do Brasil em 2010 e a primeira a ser reeleita, Dilma Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, na cidade de Belo Horizonte (MG). É filha do imigrante búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva, nascida em Resende (RJ). O casal teve três filhos: Igor, Dilma e Zana.

A filha do meio iniciou os estudos no tradicional Colégio Nossa Senhora de Sion, e cursou o ensino médio no Colégio Estadual Central, então centro da efervescência estudantil da capital mineira. Aos 16 anos, Dilma dá início à vida política, integrando organizações de combate ao regime militar.
Em 1969, conhece o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo. Juntos, sofrem com a perseguição da Justiça Militar. Condenada por “subversão”, Dilma passa quase três anos, de 1970 a 1972, no presídio Tiradentes, na capital paulista.

Livre da prisão, muda-se para Porto Alegre em 1973. Retoma os estudos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul após fazer novo vestibular.
Em 1975, Dilma começa a trabalhar como estagiária na Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão do governo gaúcho. No ano seguinte, dá à luz a filha do casal, Paula Rousseff Araújo.

Dedica-se, em 1979, à campanha pela Anistia, durante o processo de abertura política comandada pelos militares, ainda no poder. Com o marido Carlos Araújo, ajuda a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Rio Grande do Sul. Trabalhou na assessoria da bancada estadual do partido entre 1980 e 1985. Em 1986, o então prefeito da capital gaúcha, Alceu Collares, escolhe Dilma para ocupar o cargo de Secretária da Fazenda.
Com a volta da democracia ao Brasil, Dilma, então diretora-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre, participa da campanha de Leonel Brizola ao Palácio do Planalto em 1989, ano da primeira eleição presidencial direta após a ditadura militar. No segundo turno, Dilma vai às ruas defender o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).

No início da década de 1990, retorna à Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, agora como presidente da instituição. Em 1993, com a eleição de Alceu Collares para o governo do Rio Grande do Sul, torna-se Secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul.
Em 1998, inicia o curso de doutorado em Economia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas, já envolvida na campanha sucessória do governo gaúcho, não chega a defender tese.

A aliança entre PDT e PT elege Olívio Dutra governador e Dilma ocupa, mais uma vez, a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul. Dois anos depois, filia-se ao PT.

O trabalho realizado no governo gaúcho chamou a atenção de Luiz Inácio Lula da Silva, já que o Rio Grande do Sul foi uma das poucas unidades da federação que não sofreram com o racionamento de energia em 2001.

Em 2002, Dilma é convidada a participar da equipe de transição entre os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2010). Depois, com a posse de Lula, torna-se ministra de Minas e Energia.

Entre 2003 e 2005, comanda profunda reformulação no setor com a criação do chamado marco regulatório (leis, regulamentos e normas técnicas) para as práticas em Minas e Energia. Além disso, preside o Conselho de Administração da Petrobrás, introduz o biodiesel na matriz energética brasileira e cria o programa Luz para Todos.

Lula escolhe Dilma para ocupar a chefia da Casa Civil e coordenar o trabalho de todo ministério em 2005. A ministra assume a direção de programas estratégicos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida.

Coordenou ainda a Comissão Interministerial encarregada de definir as regras para a exploração das recém-descobertas reservas de petróleo na camada pré-sal e integrou a Junta Orçamentária do Governo, que se reúne mensalmente para avaliar a liberação de recursos para obras.

Em março de 2010, Dilma e Lula lançam a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que amplia as metas da primeira versão do programa. No dia 03 de abril do mesmo ano, Dilma deixa o governo federal para se candidatar à Presidência. Em 13 de junho de 2010, o PT oficializa a candidatura da ex-ministra.

No segundo turno das eleições, realizado em 31 de outubro de 2010, aos 63 anos de idade, Dilma Rousseff foi eleita a primeira mulher presidenta da República Federativa do Brasil, com quase 56 milhões de votos.

Ao longo do primeiro mandato, Dilma criou diversos programas de governo como, por exemplo, o Pronatec, o maior programa de formação profissional da história do Brasil. Foram mais de 8 milhões de jovens e trabalhadores matriculados em cursos técnicos e de qualificação profissional, feito em parceria com o sistema S – Senai, Senac, Senar e Senat.

A presidente criou também o programa Ciência sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudo nas melhores universidades do exterior para os melhores estudantes brasileiros das áreas tecnológicas, de engenharia, exatas e biomédicas. Até o final de 2014, 101 mil bolsas serão concedidas.
Na saúde, o destaque fica com o programa Mais Médicos, lançado em 2013. O programa integra um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com o objetivo de aperfeiçoar a formação de médicos na Atenção Básica, ampliar o número de médicos nas regiões carentes do País e acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde.

Os profissionais do programa cursam especialização em atenção básica, com acompanhamento de tutores e supervisores. Para participar da iniciativa, eles recebem bolsa formação de R$ 10,4 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos participantes.

Além da ampliação imediata da assistência em atenção básica, o Mais Médicos prevê ações estruturantes voltadas à expansão e descentralização da formação médica no Brasil. Até 2018, serão criadas 11,4 mil novas vagas de graduação em medicina e mais de 12 mil novas vagas de residência médica.

 

 

Fonte: Governo do Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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