Atribuímos o nome de infraestrutura ao conjunto da construção que recebe, acomoda e distribui o cabo óptico ao longo do seu trajeto (que recebe o nome de rota ou enlace/conexão). As redes ópticas podem ser aéreas, subterrâneas, submarinas ou uma combinação delas. A rede de fibra óptica oferece capacidade de suportar serviços de comunicação de dados, voz e imagens nas velocidades de 1MBps até 10GBps (banda larga), com alta qualidade, disponibilidade e proteção. Esses serviços podem ser ponto a ponto, ponto-multiponto até o usuário final, ou seja a população mais distante do Brasil. Nas redes áreas são utilizadas as estruturas existentes das concessionárias de energia elétrica; também pode-se utilizar das redes subterrâneas existentes ou construí-las. Esse meio físico, atualmente, é um dos canais de comunicação de dados, voz e imagens mais eficiente, uma vez que trafegam todas essas informações livres de influências eletromagnéticas, portanto, sem limitação em função da relação sinal e ruído. Esse meio está sendo cada vez mais solicitado pelas operadoras, empresas, universidades usuários finais (população), pois possibilita um canal de comunicação com características de banda larga e de baixa atenuação.
Também existem hoje outros meios de comunicação de dados, voz e imagens, via internet; cabos convencionais de metal, cabos coaxiais, rádios digitais e por satélite também são utilizados, mas não oferecem a mesma qualidade da fibra óptica em função das distâncias, atenuações e interferências eletromagnéticas.
Tecnologias
Atualmente temos vários tipos de serviços de comunicação de dados (internet), oferecidos pelas operadoras. Os mais utilizados pelas empresas, escolas e pela população são: tecnologia cabo coaxial (cable modem); Asymmetrical Digital Subscriber Line (ADSL) – Linha Digital Assimétrica para Usuários, para velocidades até 8MBps; Asymmetrical Digital Subscriber Line2 (ADSL2 plus) – Linha Digital Assimétrica para Usuários, para velocidades de 9MBps até 24MBps; Very High Speed Digital Subscriber Line2 (VDSL2) – Linha Digital Muito Rápida para Usuários, para velocidades de 25MBps até 70MBps; e Fiber to The Home (FTTH) – Fibra Ótica até a Casa (usuário final), para velocidades acima de 70MBps. Também existem outros tipos de comunicação de dados via satélite e rádio digital.
As instalações de cabos de fibra óptica em linhas de transmissão (redes aéreas) e redes subterrâneas têm se ampliado, possibilitando velocidades maiores que os outros meios de comunicação de dados via internet, como cabos convencionais de metal e coaxiais.
Características de serviços
As velocidades máximas de download e upload do serviço apenas são garantidas para o acesso às redes das operadoras, as quais, portanto, não se responsabilizam por diferenças de velocidades decorrentes de fatores externos, em função de redes congestionadas, lentidões devido a quantidade de pessoas conectadas ao mesmo tempo ao provedor de acesso, capacidade de processamento do computador do usuário, qualidade e extensão da fiação interna do ambiente do imóvel, problema no microcomputador, distância entre o imóvel do usuário e a central com a infraestrutura mais próxima da operadoras, dentre outros.
Topologia da rede de comunicação de dados, voz e imagem, No desenho abaixo, apresentamos os três tipos de prestação de serviços mais utilizados entre operadoras, empresas, universidades e usuário final (população):
Na figura acima, podemos observar como é realizada a interconectividade de computadores em uma nuvem.
Referimo-nos a uma rede Wide Area Networking (WAN), que abrange uma grande área geográfica em um país ou continente, que se conecta entre si, onde toda a cidade está conectada. Fisicamente destacamos três métodos de conexão conhecidos: fibra óptica, ADSL e cabo coaxial (cable modem). Pode-se observar na nuvem que cada operadora é responsável por um grupo de equipamentos, como roteadores (também chamado router ou encaminhador, é usado para fazer a comutação de protocolos, a comunicação entre diferentes redes de computadores), enquanto os equipamentos quadrados ao lado dos roteadores são chamados de Switches Multilayer (MLS/Comutação Multicamada) são responsáveis por mais de um caminho dentro da nuvem, que representa um backbone (espinha dorsal, é uma rede principal por onde passam os dados dos clientes da internet). No Brasil, todas as operadoras e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) prestam esse serviço e também são responsáveis pelo envio e recebimento de dados entre grandes cidades e até entre o Brasil e outros países.
Regulamentação Anatel
Limites mínimos de velocidade da banda larga ficam mais rigorosos
Pelos novos limites que entram em vigor a partir de 1º de novembro de 2014, as operadoras deverão garantir mensalmente, em média, 80% da velocidade contratada pelos usuários.
Os novos limites mínimos de velocidade contratada pelos assinantes de bandas largas fixa e móvel entram em vigor neste sábado, 1º de novembro. Pelas metas estabelecidas nos regulamentos de gestão da qualidade dos serviços de comunicação multimídia (banda larga fixa) e móvel pessoal (banda larga móvel), as prestadoras deverão garantir mensalmente, em média, 80% da velocidade contratada pelos usuários.
Em outras palavras, na contratação de um plano de 10MBps, a média mensal de velocidade deve ser de, no mínimo, 8MBps. A velocidade instantânea – aquela aferida pontualmente em uma medição – deve ser de, no mínimo, 40% do contratado, ou seja, 4MBps. Com isso, caso a prestadora entregue apenas 40% da velocidade contratada por vários dias, terá de, no restante do mês, entregar uma velocidade alta ao usuário para atingir a meta mensal de 80%.
Esses percentuais valem a partir de amanhã. Desde 2012, maiores de taxas de transmissão têm sido exigidas pela Anatel:
Prazo |
Taxa de Transmissão Média (download e upload) |
Taxa de Transmissão Instantânea (download e upload) |
Desde novembro de 2012 |
60% da taxa de transmissão máxima contratada |
20% da taxa de transmissão máxima contratada pelo usuário |
Desde novembro de 2013 |
70% da taxa de transmissão máxima contratada |
30% da taxa de transmissão máxima contratada pelo usuário |
A partir de novembro de 2014 |
80% da taxa de transmissão máxima contratada |
40% da taxa de transmissão máxima contratada pelo assinante |
A agência acompanha a evolução desses e de outros indicadores por meio do projeto nacional de medição de banda larga.
Banda larga fixa
Para as medições da banda larga fixa, foram escolhidos, por sorteio, voluntários que se inscreveram por meio do site www.brasilbandalarga.com.br. A partir dos dados registrados pelos medidores (whiteboxes) instalados nos domicílios dos voluntários selecionados, foram acompanhados seis indicadores:
- velocidade instantânea – velocidade de upload e download apurada no momento de utilização da internet pelo usuário;
- velocidade média – média das medições de velocidade instantânea apuradas durante o mês;
- latência – período de transmissão de ida e volta de um pacote, entre a casa do voluntário e o servidor de medições;
- jitter (variação de latência) – instabilidade na recepção da informação (pacotes de dados);
- perda de pacotes – ocorre quando, por falha ou baixa qualidade da conexão, um dos pacotes não encontra seu destino ou é descartado pela rede;
- disponibilidade – período durante o mês em que o serviço ofertado pela prestadora esteve disponível para o usuário.
Banda larga móvel
Na banda larga móvel, foram acompanhados dois indicadores:
- taxa de transmissão instantânea – velocidade de upload e download apurada no momento de utilização da internet pelo usuário; e
- taxa de transmissão média – média das medições de velocidade instantânea apuradas durante o mês.
Diferentemente do que ocorre na banda larga fixa, para as medições da banda larga móvel não há necessidade de voluntários. Como resultado de parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os medidores que monitorarão a qualidade do serviço serão instalados em escolas atendidas pelo Projeto Banda Larga nas Escolas Públicas Urbanas.
Aplicativos oficiais para iPhone (iOS) e Android para medição da qualidade da banda larga móvel
As versões oficiais dos aplicativos da Anatel para aferição da qualidade da banda larga móvel para o smartphone iPhone (sistema operacional iOS) e Android estão disponíveis. Os aplicativos foram desenvolvidos pela Entidade Aferidora da Qualidade (EAQ).
Para instalar a versão do aplicativo no iPhone ou iPad, basta que o usuário faça uma busca pela palavra “Brasil Banda Larga” na App Store. Usuários de smartphones com o sistema Android também podem baixar diretamente do Google Play, procurando o aplicativo “Brasil Banda Larga”. Após instalado o aplicativo, o usuário necessitará fazer um cadastro com seu e-mail e escolher uma senha de acesso.
Os aplicativos são gratuitos, seguros e não permitem acesso ao conteúdo das ligações ou mensagens do usuário. As informações a serem obtidas dizem respeito aos principais parâmetros de qualidade da conexão banda larga (velocidades de download e upload, latência, jitter e perda de pacotes), além de apresentar graficamente os resultados de todas as medições realizadas anteriormente, inclusive com os locais exatos das medições. Ou seja, uma vez instalado o aplicativo, o usuário poderá realizar medições do serviço móvel pessoal contratado de sua prestadora em qualquer lugar em que esteja com seu smartphone.
Para outros sistemas operacionais móveis, as medições podem ser realizadas diretamente na página do projeto: http://www.brasilbandalarga.com.br.
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- Resultado das medições da qualidade da banda larga - indicadores de julho de 2013 (PDF, 598KB)
- Apresentação sobre os primeiros dados das medições da qualidade da banda larga fixa. (PDF, 263KB)
- Perguntas e respostas - Programa de Medição da Qualidade da Banda Larga (PDF, 72KB”
Fonte: Teia (Telejornal Interno Anatel – ANO XIV), edição de 31/10/2014.
* por Celso Renato de Souza e Carlos Shiniti Saito são diretores do SEESP e membros do Grupo de Trabalho em Telecomunicações do Conselho Tecnológico do sindicato. Marcos de Oliveira Buarque é vice-diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
Parabéns pelo artigo.