O ano-novo, que todos desejamos que seja realmente feliz, traz inúmeros e complexos desafios ao País. Em primeiro lugar, há a preocupação em relação ao controle fiscal e inflacionário, colocado desde a eleição presidencial entre as prioridades da nova equipe econômica do Governo Dilma. Juntamente com isso, está a necessidade imperiosa de garantir as condições para que haja expansão do Produto Interno Bruto (PIB) superior aos ínfimos 0,19% apontados pelas previsões do mercado para 2014. Tais tarefas nada têm de simples e cumpri-las exigirá não só competência técnica, mas, sobretudo, coragem e vontade política, além de capacidade extrema de negociação.
Contudo, desatar tal nó político e econômico será fundamental para que não se percam as conquistas fundamentais da última década, que são, basicamente, geração de emprego, aumento real dos salários e distribuição de renda, com a consequente melhoria das condições de vida da população.
Ainda falta muito para termos o Brasil que almejamos. A questão das cidades e da reforma urbana continua uma pauta não cumprida, com deficiências graves nas mais diversas áreas, como saneamento, transporte público e mobilidade, habitação e segurança. Faltam ainda saúde e educação de qualidade para todos, serviços públicos esses cuja insuficiência é fator de forte injustiça social e causadora de grande sofrimento à população.
Há também gargalos importantes na infraestrutura essencial à produção, notadamente na área de transportes de carga, ainda excessivamente concentrados em rodovias e, portanto, caros, perigosos e poluentes. Há ainda problemas no setor energético, sendo necessários ajustes no modelo atual. E, por fim, temos agora o grave problema do abastecimento de água, já que a escassez é uma realidade, e não mais uma ameaça distante.
Todo esse panorama de dificuldades, no entanto, deve ser visto como uma oportunidade para avançarmos.
Inadmissível é recuar naquilo que foi alcançado. É preciso manter o patamar atual e buscar mais. Se o novo governo tem hercúleas tarefas pela frente, a sociedade não está livre de enfrentá-las conjuntamente. É preciso não só torcer, mas também atuar de forma efetiva e consequente, para construirmos o futuro que desejamos.
Portanto, nossa agenda para 2015 é manter a luta e a nossa contribuição por um Brasil melhor. A um pessimismo paralisante, é preciso opor a confiança no futuro e a vontade de construir uma nação justa, soberana e desenvolvida, que ofereça condições de vida digna a toda a população. Esse é o nosso compromisso.
* por Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP