O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, recebeu o relatório do 3º Encontro Nacional de Agroecologia, elaborado por mais de dois mil participantes de todo o Brasil, realizado em Juazeiro (BA). O documento foi entregue ao ministro pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), que engloba diversos movimentos sociais.
O relatório, que tem como tema “Cuidar da terra, alimentar a saúde e cultivar o futuro”, apresenta propostas às crises atuais que a sociedade enfrenta.
Patrus Ananias destacou a importância do desenvolvimento rural sustentável para a agricultura familiar e a integração dos movimentos sociais no debate do tema.
“A ideia é que, futuramente, façamos um fórum, com um espaço bem amplo para discussões sobre os assuntos pertinentes à agricultura familiar, estabelecendo um cronograma mínimo de ação”, adiantou.
“Nós precisamos construir redes de apoio e de solidariedade, dentro e fora do governo. Espero que a gente continue avançando nesse processo”, disse o ministro.
O uso de agrotóxicos foi um dos assuntos debatidos na 3ª edição do Encontro de Agroecologia. “É um desafio produzir alimentos saudáveis, visto o uso de produtos químicos nas plantações”, afirmou Patrus.
O secretário executivo da ANA, Denis Monteiro, disse que o papel do MDA na difusão da agroecologia no Brasil é fundamental.
“A expectativa é que o próprio MDA se fortaleça, para que tenha estrutura compatível com os desafios que a agricultura familiar propõe”, comentou.
Denis Monteiro ainda salientou que a proposta é fazer um diagnóstico do momento que o País vivencia e elaborar um conjunto de ações para o fortalecimento do setor de agroecologia.
Como exemplos, ele citou a recuperação de sementes crioulas, o fortalecimento do mercado institucional e o papel do Estado na prestação de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
Mulheres rurais
Políticas públicas, linhas de créditos específicas e serviços de Ater voltados para as agricultoras familiares também estavam na pauta do 3º Encontro Nacional de Agroecologia.
A representante dos movimentos sociais de mulheres da ANA, Elisabeth Cardoso, acredita que o Governo Federal, bem como os estaduais, deve ter uma atenção especial com esse público.
“As mulheres ainda vivem em situação de desigualdade, em especial as do campo. É preciso que todos estejam atentos a isso”, frisou.
Segundo Elisabeth, o documento entregue ao ministério é de grande importância para a agricultura familiar e para o País.
“Essa carta é a voz das agricultoras e agricultores familiares que estão trabalhando com agroecologia. São eles que garantem alimentos saudáveis para todos”, concluiu.
Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária