Com o objetivo de sensibilizar professores e servidores técnico-administrativos sobre as necessidades de mudanças de hábitos para a sustentabilidade, a Faculdade de Odontologia (FO) da Unesp, campus de Araçatuba, realizou o IV Congresso de Administração. O evento aconteceu nos dias 5 e 6 de fevereiro, no auditório da faculdade.
"Acreditamos que a sustentabilidade começa na ação de cada indivíduo, alterando a forma de gestão das instituições, com o objetivo da responsabilidade ambiental e social", disse a diretora da unidade, Ana Maria Pires Soubhia.
Assim, o AdministraFOA 2015, como é chamado o congresso, teve por tema "Sustentabilidade no ambiente de trabalho". A finalidade foi criar um espaço para a discussão e reflexão das ações de cada um dos participantes dentro e fora da faculdade, com foco no uso racional da água, energia elétrica e descarte correto dos resíduos. "O objetivo da sustentabilidade no ambiente de trabalho é provocar reações que beneficiem o planeta, garantindo a continuidade da espécie e a qualidade de vida das novas gerações", escreveu a comissão organizadora para a abertura dos Anais do Congresso.
Na abertura do evento, o vice-diretor Wilson Roberto Poi definiu o termo sustentabilidade, como um conceito relacionado a aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, que busca suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras. "O tema do congresso mostra-se mais atual do que nunca, como vemos as notícias da falta de água e o risco de apagão", lembrou o professor. "Precisamos fazer nossa parte como instituição pública e também como indivíduos. A sustentabilidade é mais efetiva em uma gestão participativa, onde cada um tem consciência do seu papel."
Para balizar os debates e as palestras da programação, foi exibido o filme "A História das coisas". Neste curta-metragem, é apresentado uma cadeia produtiva e de consumo como um sistema fechado, e mostra os impactos ambientais e sociais de cada uma das etapas, desde a extração até o lixo descartado.
Impactos ambientais
De acordo com Rosane Aparecida Gomes Batistelle, da Faculdade de Engenharia (FEB), campus de Bauru, a atividade humana sempre gerou impactos ambientais, mas a degradação ambiental deu um salto após a Revolução Industrial , no século XVII, e expandiu ainda mais no novo século. "Estamos diante de um momento crítico para a manutenção da existência humana", destacou.
Apesar da situação difícil, com a escassez da água, poluição do ar, água, solo, e tantos outros problemas ambientais e sociais, Rosane acredita no Desenvolvimento Sustentável, dentro de características de trabalho coletivo, com desenvolvimento econômico e prudência ambiental. Para ela, ações em todo o mundo estão voltadas para diminuir os impactos da atividade humana, como a reciclagem, pavimentos permeáveis, materiais de construção que não se utilizam de cimentos, entre outras ações.
Já para a professora Barbara Stolte Bezerra, também da FEB, a sustentabilidade das cidades passa pela sua mobilidade. Uma cidade voltada para o transporte por meio de veículos tem impactos muito grandes sobre o ambiente e sobre a saúde da sua população. Por exemplo, cerca de 40% do espaço urbano é destinado às vias onde passarão os carros, sem contar a necessidade de estacionamentos. Se projetos urbanos destinados a maior integração entre meios de transporte, seja coletivos, particulares, mobilizados e não mobilizados, poderia destinar mais áreas para parques.
Além disso, o espalhamento urbano e o foco no transporte por meio de carros aumentam o gasto de energia "O ideal seria ter mais habitantes por área, ou seja, maior concentração, com o uso misto das vias - carro, ônibus, bicileta ou a pé", avaliou a professora. "Temos também a questão da saúde proporcionada pelo caminhar e andar de bicicleta. Porém, não podemos incentivar essas atividades, por conta do risco de morte. Nossas cidades não são preparadas para o diferente convívio de meios de transporte."
Fonte: Agência Unesp de Notícias