Os petroleiros que participaram da 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), aprovaram, no dia 5 último, um amplo calendário de lutas em defesa da Petrobras, inclusive um indicativo de greve nacional contra a venda de ativos da companhia e em defesa do pré-sal. “A prioridade da categoria é lutar contra o PLS [Projeto de Lei do Senado] 131 do [José] Serra, que quer entregar o pré-sal às multinacionais, e barrar o plano de desinvestimentos anunciado pela empresa”, afirmou o coordenador da entidade, José Maria Rangel.
Foto: FUP
Petroleiros de todo o País definem ações em defesa da companhia e do pré-sal
Entendendo a gravidade do momento político do País e dos ataques que a Petrobras vem sofrendo, os petroleiros também aprovaram por unanimidade que a pauta a ser negociada com a estatal durante a campanha salarial tenha por base as propostas apresentadas pela FUP para o Plano de Negócios e Gestão da empresa. “Nós temos que ir pra dentro da Petrobrás discutir o plano de investimentos da empresa e barrar a venda de ativos e os cortes que terão impactos diretos não só para os trabalhadores, como para o desenvolvimento do País”, frisou Rangel, referindo-se às demissões em massa, fechamento de empresas e desmobilização de diversos setores da economia nacional, como indústria naval, produção de máquinas e equipamentos, construção civil, entre outros.
“Cabe, portanto, aos petroleiros, metalúrgicos, movimentos sociais, centrais sindicais e outras categorias organizadas defender a petrolífera e o Brasil do retrocesso que está em curso no País”, destacou o coordenador da FUP, ressaltando a importância da aliança com estes setores, que foi consolidada e fortalecida durante a Plenária Nacional dos Petroleiros. ”Não adianta mais conversar. O governo está quieto, os partidos estão fragilizados e nós vamos fazer o quê? Vamos sentar com a Petrobrás para tratar de questões corporativas, enquanto a empresa está sendo desmantelada e o pré-sal entregue? Não dá para fazermos as duas coisas em paralelo. Ou conduzimos a campanha reivindicatória ou lutamos para garantir os investimentos da Petrobrás, os empregos, a política de conteúdo nacional e o controle do Estado sobre o pré-sal”, explicou o coordenador da FUP.
Projeto
Os petroleiros aprovaram uma série de mobilizações, inclusive um indicativo de greve, para se contrapor ao plano de desinvestimentos em curso na Petrobrás e também para barrar o PLS 131, do senador José Serra (PSDB/SP), que ameaça alterar o modelo de exploração do pré-sal, retirando da Petrobras a função de operadora única e acabando com a participação obrigatória da empresa em todos os campos exploratórios. O projeto está na pauta de votação do Senado e corre o risco de ser aprovado já nesta terça-feira (7/7).
Fonte: Manuella Soares/Jornalista da FUP