Trabalhadores e representantes da indústria nacional realizaram nesta quinta-feira (13/8) o ato Grito em Defesa da Indústria e do Emprego, para pressionar o governo e o Congresso Nacional chamar a atenção da população sobre os rumos da política econômica do País, cada vez mais atrelada aos juros altos, excessiva carga tributária, câmbio sobrevalorizado. A atividade ocorreu no vão livre do Masp, na avenida Paulista, em São Paulo (SP), e mobilizou diversas categorias como metalúrgicos, aeroviários, comerciários e gráficos, em defesa do emprego.
Fotos: Beatriz Arruda/Imprensa SEESP
A conjuntura econômica somada à ausência de investimento público e de uma política efetiva que vise a reestruturação da indústria, além do aumento no custo de energia, acaba valorizando a importação e limitando a fabricação do produto nacional.
A mobilização foi convocada pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), juntamente com as centrais sindicais Força Sindical, União Geral de Trabalhadores (UGT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
Nas falas dos dirigentes presentes a tônica era a defesa do emprego a partir da redução dos juros e dos tributos; ampliação dos investimentos públicos; adoção de política cambial equilibrada.
De acordo com dados da Abimaq, o ramo de bens de capital vem perdendo milhares de postos de trabalho nos últimos quatro anos - 55 mil demissões desde2012, sendo 30 mil só entre janeiro e junho deste ano. Atualmente, conta com 7 mil empresas e 330 mil empregos diretos, com carteira assinada.
“Há alguns anos estamos alertando as autoridades sobre o fenômeno da desindustrialização, que ocorre nos últimos 20 anos. No entanto há uma desaceleração muito grande nos últimos três, quatro anos”, alertou José Velloso, presidente executivo da Abimaq, presente na manifestação .
ele lembrou que a indústria de máquinas e equipamentos é um termômetro do setor, uma vez que “é a indústria de fazer a indústria”. “Vivemos os últimos quatro anos com seguidas quedas de faturamento na indústria de máquinas e equipamentos, o que denota que a indústria não está investindo. Agora, exaurimos todos os canais. Então, como última alternativa, nós aliamos aos trabalhadores, que estão sofrendo, e viemos para a rua”, completou Velloso.
Velloso atribui a piora da situação ao que ele classificou como “uma das maiores crises econômicas da história do país”. Para ele, país perdeu uma grande oportunidade de, nos anos em que tivemos as commodities estavam valorizadas , tornar sua industria competitiva.
Sobre a conjuntura política, Velloso concorda que a atual crise do governo Dilma Rousseff pode ter alguma influência nos baixos resultados, mas ressalta que a situação ruim é anterior a este momento. “Muito antes dessa crise política já estávamos perdendo. A indústria de transformação saiu de 27% do PIB para 9% do PIB”, lembrou.
Centrais
As centrais sindicais presentes apostam na unidade política dos trabalhadores e empresários para salvar o emprego e combater a atual política econômica. Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, somente a pressão nas ruas forçará o Congresso a votar projetos que visem a indústria nacional. “Boa parte do Congresso abraça a causa dos trabalhadores, mas é preciso fazer pressão. Por isso três setores da indústria se uniram neste momento - máquinas, autopeças e aço – para vir às ruas”, disse Torres.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP
primas. O momento é agora. E quando o empresariado e trabalhadores saem às ruas em conjunto estão mostrando um crescimento político mais do que necessário para enfrentar as dificuldades do momento.