Em palestra aos engenheiros, no dia 30 de agosto, o candidato do PCB à Presidência da República, Ivan Pinheiro, apresentou o seu programa de governo batizado de “Anticapitalista e Anti-imperialista para o Brasil”. “Mais do que pedir votos, sugerimos uma reflexão aos trabalhadores brasileiros sobre o seu futuro e o do País”, enfatizou. Ele iniciou sua fala sobre a atuação da mídia que faz desta eleição uma escolha entre dois projetos de administração do capital, um comandado pelo PT e outro pelo PSDB. “A bipolarização é um esquema mundial de americanização da política, onde a mídia escolhe duas alternativas que tem lá suas nuances de diferenças, mas que não afetam o sistema. Hoje a democracia permite apenas o espaço entre dois projetos parecidos”, mencionou.
Entre as propostas do presidenciável, destaque para a organização do poder popular, reforma política com financiamento público das campanhas, democratização e controle social dos meios de comunicação e do sistema financeiro, e promoção de um Estado forte e eficiente sob controle e a serviço dos trabalhadores. “Além disso, propomos a ruptura com a política do FMI, suspensão do pagamento das dívidas internas e externas, fim da autonomia do Banco Central, taxação dos lucros das grandes empresas e do sistema financeiro”, prometeu.
O candidato do PCB defende também a reestatização da Petrobrás e das empresas da privatizadas e estratégicas para o País. “A Petrobras hoje é 32% pública e 68% privada”, afirmou. Sobre o pré-sal, Pinheiro sugere que a utilização dos lucros com a exploração do petróleo seja vinculada ao enfrentamento dos problemas sociais. “A proposta é que a distribuição dos royalties do pré-sal seja feita aos estados brasileiros na proporção inversa do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Assim, aqueles que ocupam os últimos lugares nesse ranking serão mais favorecidos”, acredita.
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Redução da jornada de trabalho, descriminalização do aborto e do uso das drogas, planejamento integrado dos transportes com expansão da rede metroviária, ferroviária e aquaviária e revitalização do Rio São Francisco como pré-requisito para a transposição de suas águas para as populações de regiões secas e não para o agronegócio, são medidas defendidas por Pinheiro.
Ele falou ainda da reestruturação das forças armadas brasileira e o fim do imperialismo, uma forma de dominação política, econômica e cultural que objetiva a maximização da riqueza dos estados que estão no centro do capitalismo mundial. “O Brasil deve ter uma posição soberana e independente nas relações internacionais e solidariedade irrestrita à revolução socialista cubana e aos processos de mudanças na Venezuela, Bolívia e outros países”, propôs