Presente há 60 anos no País, a Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI Brasil) apresenta, em 9 de novembro, a 8ª edição do Dia da Engenharia Brasil-Alemanha. Enquanto plataforma de incentivo para o aumento da competitividade da indústria por meio do fortalecimento das engenharias. Com base nisso, nesta edição, o evento traz o tema “O Engenheiro 4.0 na transformação digital” e já tem confirmada a presença de nomes como Uwe Schwartz (Volkswagen), Silvio Meira (Ikewai), João Carlos Zerbini (Embraer) e Mauricio Antonio Lopes (Embrapa).
Elaborado para engenheiros, estudantes da área, empresas, gestores e instituições de ensino, o conteúdo será dinâmico e estará dividido em três blocos: “Formação e transformação do Engenheiro 4.0”; “Processos e instrumentos da Indústria 4.0”, “Realidade, tendências e oportunidades”. No encerramento, haverá a entrega do “Prêmio VDI-Brasil” - 2ª edição, cujo objetivo é reconhecer profissionais, dos diversos setores, por uma vida dedicada a contribuições para o desenvolvimento do país.
Para o presidente da Associação, Wilson Bricio, a manufatura avançada tem os engenheiros como grandes protagonistas. “Com o advento da Indústria 4.0, as organizações vão necessitar de especialistas com qualificação de alto nível em competências que ainda são incipientes. Estes serão os responsáveis por otimizar todos processos, criar produtos inovadores e customizados, em um ambiente de trabalho criativo, motivacional e digitalizado. É sobre este novo cenário para a engenharia que vamos falar no evento”, conta.
Confira a lista completa dos participantes do evento clicando aqui.
Indústria 4.0 no Brasil
A Digitalização da Indústria é a premissa da 4ª revolução industrial e, na opinião de especialistas, trata-se de uma abordagem estratégica para a integração de sistemas avançados de controle, com tecnologia de internet que permite a comunicação entre pessoas, produtos e sistemas complexos. “A Indústria 4.0 surgiu na Alemanha em 2011 como resposta à competitividade global. O governo federal alemão apoiou a ideia, anunciando que o programa ‘Industrie 4.0’ será uma parte integrante de suas ações de alta tecnologia para a Alemanha 2020, iniciativa que visa à liderança da inovação tecnológica”, conta Celso Placeres, Diretor de Engenharia de Manufatura da Volkswagen.
Ralf Dreckmann, vice-presidente sênior e presidente das Américas da Voith Turbo, analisa que aproximar o Brasil deste cenário de inovação tecnológica é um elemento fundamental para contribuir com a digitalização dos processos industriais no país. “A VDI é uma associação acadêmica técnica alemã centenária, que sempre fez o papel de dar impulsos para novas tecnologias e para soluções técnicas que melhoram a qualidade de vida, o meio ambiente e, especialmente, despertam a prosperidade dos conhecimentos desta nova lógica de produção”, ressalta.
Para Placeres, no Brasil, a incorporação dos conceitos da Indústria 4.0 é essencial para o aumento da competitividade da indústria nacional no médio e longo prazo. “Em alguns países, estes novos conceitos se tornam realidade a partir dos esforços e iniciativas de universidades e grupos empresariais ligados ao desenvolvimento tecnológico, como a VDI-Brasil, além do apoio dos governos locais”, comenta.
Com isso, é notável que o investimento em inovação e em educação é a fonte de mudança no cenário brasileiro, inclusive para promover a compreensão do que é a digitalização da Indústria 4.0. “Sem dúvida, o caminho para o Brasil é desafiador, mas existem significativas oportunidades nesse campo e o que precisa ser garantido são recursos suficientes para participar dessa competição em manufatura avançada”, conclui Ralf Dreckmann.
Comunicação SEESP
Informação da Assessoria de Imprensa da VDI-Brasil
A nova reunião de negociação sobre a Convenção Coletiva de Trabalho 2016 com o Sindicato do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) foi agendada, informa a advogada do SEESP, Karen Blanco, para o dia 8 de novembro próximo. A data-base dos profissionais abrangidos pela Convenção é 1º de maio, e a entidade patronal representa cerca de 20 mil empresas.
O SEESP, à mesa de negociação, rejeitou duas contrapropostas salariais por considerá-las insuficientes às perdas da categoria. Segundo Blanco, no encontro do dia 8 espera-se “uma proposta digna do setor patronal para deliberação em assembleia dos profissionais”.
Comunicação SEESP
Aprovada na terça-feira última (25/10), em segundo turno, no plenário da Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que limita os gastos do governo por 20 anos, já está no Senado Federal. Na Casa, é a PEC 55/16 e vai iniciar a discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o relator será o senador cearense Eunício Oliveira, líder do PMDB.
A PEC do Executivo congela as despesas do governo federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. A ideia é fixar um limite para as despesas, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos. Nesse período, o gasto realizado será o do ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais — na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento — fica praticamente congelado).
Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.
Tramitação
A CCJ do Senado, diferente da CCJ na Câmara, emite parecer técnico e de mérito. No colegiado, o acordo é votá-la até o dia 9 de novembro. Em seguida, a proposta vai à votação no plenário em dois turnos. O exame em primeiro turno deverá ser no dia 29 de novembro e o segundo turno, no dia 13 de dezembro.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida do Departamento Intersindical de Asssessoria Parlamentar (Diap)
No Supremo Tribunal Federal (STF) acompanhei o julgamento da desaposentação e infelizmente não deu... Perdemos por 7 x 4. Individualmente, comecei a advogar com a tese da Desaposentação em 2009. Desde 2012 realizei inúmeros cursos, aulas, palestras sobre o tema aprimorando e trazendo mais colegas para lutar e trabalhar na tese. Desde lá lutando pela tese. E agora?
Foto: Jéssica Silva/SEESP
Advogada acompanhou o julgamento no STF, em Brasília, e conclama
a continuidade da luta por um justo direito.
Vamos seguir em frente... Como? Perseverando... Pensemos em todos os aposentados que trabalharam honestamente a vida inteira por uma vida mais digna e justa.
Seja por uma questão de honra, de dignidade ou de lealdade jamais deveremos dar as costas ao Brasil.
Vamos lutar pela aprovação da Projeto de Lei do Senado (PLS) 172/2014, que trata da desaposentação, de autoria do senador Paulo Paim e que já está tramitando no Senado.
Teremos adversidades? Claro.
A luta jamais irá acabar, pois nossa vida é lutar por ideais para buscar o direito alheio e aquilo que acreditamos como justo.
Perdemos hoje, mas saímos de cabeça erguida, pois entramos de coração nessa batalha.
A ADPF 415 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental que questiona iniciativas governamentais e parlamentares relacionadas ao financiamento do sistema de Previdência Social) que desmascara a falácia do déficit e aponta mais de R$ 1 trilhão sobrando e que desapareceram, e o PLS 172 que já está em tramitação e trata de legalizar a desaposentação, conforme o próprio STF assim vaticinou!
Esse deve ser nosso foco!
Sem perder de vista ainda que existe outra tese de repercussão dos salários (RECSB) que já está pronta como meu plano B, pois já previa esse resultado, infelizmente!
Sempre alertei que julgar tal tema neste cenário político e social caótico seria terrível, está aí o resultado.
Mas não esperava com a atecnia e parca (para não dizer outra coisa) fundamentação jurídica presenciada ontem, faltou tudo, hermenêutica, constitucional, previdenciária, processo civil e administrativa.
Quando nos confrontamos com os impedimentos que a vida nos impõe é absolutamente necessário que decidamos permanecer inabaláveis diante das oposições. Nada na vida é fácil. Não nos é possível atingir alvos e metas sem que exista por nossa parte uma forte resolução de lutar com todas as nossas forças contra todos os adversários que se contrapõem aos nossos objetivos e metas.
* Simone Bramante é advogada e faz plantão previdenciário no SEESP, na capital paulista, às segundas-feiras, das 9h às 12h; e quartas-feiras, das 13h às 17h
Dia 19, após quatro anos, o governo reduziu a taxa básica de juros (Selic), de 14,25 para 14%. Ao saudar a medida, a imprensa omitiu que, na prática, a taxa real de juros vai subir, em vez de cair. Simples: a inflação acumulada de 12 meses estava em 9,62%, mas deve fechar em novembro perto de 8,5 ou 8,6% - com viés de baixa. Portanto, a inflação cai um ponto de uma base de 9,62%. Já a Selic cai 0,25 de uma base de 14,25%. A redução de 0,25% vem a ser ¼ do 1 ponto reduzido da inflação.
A Agência Sindical ouviu Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo. “De fato, se feita a conta com base na Selic, se verifica aumento na taxa real de juros”, ele diz. Pedro Afonso reafirma que o Brasil “pratica o juro real mais alto do mundo, num momento em que há países onde o juro é de 1% ao ano ou até negativo”.
Segundo o dirigente dos Economistas, os bancos, há pouco mais de um ano, vêm subindo a taxa de juros dos empréstimos, tornando mais caro o custo do crédito. “Não tenho o índice redondo. Mas, em 12 meses, o aumento na taxa foi em torno de 10%”. Esse aumento, de certa forma, se explica pelo aumento da inadimplência, que, segundo Pedro Afonso, “subiu, mas em patamares inferiores ao aumento adotado pelos bancos”.
Dieese - Rodolfo Viana, economista responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, também confirma a alta dos juros. E aponta: “Como a inflação tem viés de baixa, caminhando para o centro da meta, o juro real – considerada a diferença entre Selic e índice inflacionário – crescerá ainda mais”.
O economista aponta impactos no custo de vida. Rodolfo Viana diz: “Agora, no final do ano, quando o trabalhador tende a consumir mais e adquirir bens, a prazo, comprará mercadorias com os juros já embutidos nas prestações. Juros mais altos”.
Rodolfo Viana também aponta retrocessos na política de crédito. “Nos governos Lula e Dilma, Banco do Brasil e Caixa praticavam juros mais baixos, facilitando o crédito e o fomento. Essa postura também obrigava bancos comerciais a baixar suas taxas. Agora, se nivelou tudo e os bancos estatais praticam taxas iguais ou acima das adotadas por instituições privadas”, afirma.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida da Agência Sindical
O fim da recessão e a volta do crescimento dependem de fortalecermos a presença do Estado como indutor do investimento. Sem essa retomada do papel dinamizador das obras de infraestrutura do governo, o país corre o risco de repetir uma expansão episódica, marcada por altos e baixos.
A importância do investimento na melhoria da vida da população é o tema central da publicação "Cresce Brasil+ Engenharia + Desenvolvimento", um projeto que vem sendo conduzido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) desde 2006.
Em sua versão deste ano, o "Cresce Brasil" apresenta um diagnóstico dos problemas das cidades e as soluções para aumentar a qualidade de vida dos cidadãos. No documento aponta-se, por exemplo, a necessidade de R$ 273 bilhões até 2033 para a expansão de sistemas de fornecimento de água e esgoto.
O "Cresce Brasil" aborda também os avanços na iluminação pública por meio da tecnologia LED. O uso em larga escala desses sistemas pode gerar redução de até 50% na despesa com energia elétrica.
No atual cenário, em que é notória a necessidade de expansão do investimento, os engenheiros chamam a atenção para o risco de corte nas verbas destinadas a obras públicas. Por isso, a Federação Nacional dos Engenheiros avalia que a aprovação da PEC 241 no Congresso seria um grave erro.
A proposta estabelece um teto para a expansão do gasto público federal. Caso aprovada, restringirá a ação do Estado, impedindo, somente na infraestrutura, a retomada de obras que estão paradas e abandonadas. A trava também atrasará novos empreendimentos.
Nesse cenário em que o Estado renuncia a seu papel de indutor na mais nobre das variáveis que compõem o PIB, o consumo do governo terá função inversa, retirando força da economia. A equação não é fácil de ser montada, considerando a importância do controle do gasto para a solvência das contas públicas.
Enfrentar essa situação exige conhecimento, tenacidade e argúcia de nossos mandatários. O controle da despesa federal não pode ser sinônimo de engessamento do Estado. Não se pode, de maneira simplista, passar uma régua nas necessidades do país.
É para esse desafio que os engenheiros brasileiros se apresentam no debate nacional. O Movimento Engenharia Unida, lançado por nossa federação, faz a defesa do desenvolvimentismo.
Apresenta-se à sociedade para fazer um contraponto à ideia de que o teto de gastos ê fundamental para o controle da despesa pública.
Há outras soluções para o eficaz gerenciamento do Orçamento público. Não faltam ao país pesquisadores capazes de apresentar alternativas de controle.
Nesse sentido, o Movimento Engenharia Unida convoca associações, sindicatos, conselhos profissionais, empresas, profissionais, instituições de ensino, gestão pública e sociedade para uma mobilização que visa recuperar a capacidade de investimento do Estado.
* MURILO PINHEIRO é presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais (CNTU). Artigo publicado na seção Tendências/Debates, do jornal Folha de S.Paulo, no dia 27 de outubro de 2016
A Delegacia Sindical do SEESP em São José do Rio Preto, assim como outras regionais, realiza seminário sobre segurança no trabalho na área rural. O evento será no dia 3 de novembro próximo, das 18h30 às 21h30, na sede da Sociedade dos Engenheiros local (Rua Raul Silva, 1417, Nova Redentora). Mais informação pelo telefone (17) 3232-6299 ou nesse link.
Comunicação SEESP
Como faz tradicionalmente todos os anos, a Câmara Municipal de Santo André realiza solenidade em comemoração ao Dia do Engenheiro – a data é 11 de dezembro – no dia 8 de novembro próximo, às 19h. Desta vez, será homenageado o engenheiro Luiz Augusto Moretti, informa a Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC.
Moretti, nascido em Santo André, obteve sua primeira Graduação com a Licenciatura Plena em Matemática na Fundação Santo André, dando aulas de desenho e matemática em escolas da região, FAAP, FEI e outras. Em seguida graduou-se em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia Industrial, já estagiando na profissão na multinacional Ford, aproveitando a era do “gigantesco viveiro industrial” que vivia a cidade e a região do ABC paulista. Atuou na montadora por 12 anos, como engenheiro de Manutenção, processos, projetos, manufatura até atingir o sênior no staf de Engenharia de Planejamento Avançado. Mais 14 anos em outra multinacional, a ‘ Torrington Company’, como engenheiro especialista até a gerência comercial nacional.
Em 1980 foi presidente pela primeira vez na Associação dos Engenheiros e Arquitetos do ABC, retornando ao cargo em 2006. A partir de 2009, no conselho regional profissional (Crea-SP) foi diretor de Relações Institucionais, coordenador da comissão de Relações Públicas e ainda representou o órgão no Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação da Cidade de São Paulo, entre outros cargos e atuações profissionais, sociais e políticas.
A Câmara Municipal de Santo André fica na Praça IV Centenário, 1, Centro.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Durante a terceira edição do InovaCampinas, dez das empresas incubadas na Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp) realizaram 84 reuniões de negócio com potenciais investidores e interessados nos modelos de negócio das startups. Participaram do evento as empresas: S Cosméticos do Bem, Bioxthica, Tau Flow, Pangeia Biotech, Cybox, Holi Style, Rubian Extratos, Inovafi, Fawke e Solpe.
Para Denise Rios, da Inovafi, a maior vantagem de participar de um evento como este é a possibilidade de ter contato não só com investidores, mas também conhecer tecnologias e outras empresas que possam colaborar com o negócio a partir da formação de parcerias. “Esse networking é muito importante. O curioso é que observamos em alguns casos a aproximação de pessoas que não atuam no mesmo ramo que nós, mas que tiveram interesse em conhecer a nossa empresa. Isso é muito bom”, complementa o sócio Paulo Rios.
Foto: InovaUnicamp
Atividade tem sido ótima oportunidade para realização de negócios com as empresas incubadas.
De acordo com a gerente da Incamp, Mariana Zanatta Inglez, além das interações com os demais participantes do evento, as conversas são sempre um ótimo treino para enfrentar o mercado ainda no processo de incubação. “É a chance de treiná-los para o mercado, para conquistarem investidores e serem startups de sucesso”, enfatiza.
“Foi uma boa experiência. As conversas foram muito produtivas. Pudemos conhecer pessoas interessadas no projeto e fizemos também contato com o representante de um fundo de investimento americano”, concluiu Maurílio Santos Júnior, da Holi Style.
Comunicação SEESP
Reprodução de notícia do InovaUnicamp
O Conselho Nacional de Justiça publica desde 2004 um relatório com dados sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. O documento Justiça em Números, de 2016, que acaba de ser divulgado pelo órgão, traz informações sobre o tempo dos processos no país e as despesas por grau de jurisdição.
O relatório indica que a Justiça brasileira permanece cara e pouco eficiente, principalmente se comparada à de outros países. Com base no novo documento do CNJ, o Nexo lista três dados preocupantes sobre o Poder Judiciário do país.
Foto: Luiz Antônio Ribeiro/STJ - 13/11/2008
Altos custos
A Justiça brasileira gastou, em 2015, R$ 79,2 bilhões, 4,7% a mais do que no ano anterior. O volume é maior do que o PIB (Produto Interno Bruto) de 14 Estados brasileiros.
Em média, os gastos têm crescido 3,8% ao ano, desde 2011. Só no ano passado, o valor representou 1,3% do PIB do país.
Segundo o artigo “O Custo da Justiça no Brasil: Uma Análise Comparativa Exploratória”, de Luciano Da Ros, doutor em Ciência Política e pesquisador do Cegov (Centro de Estudos Internacionais de Governo), a despesa do Judiciário brasileiro é “proporcionalmente muito mais elevada que a de outras nações”. O texto, de 2015, dialoga com os temas explorados anualmente pelos relatórios do CNJ.
Na Espanha, por exemplo, as despesas da Justiça representam em torno de 0,12% do PIB (o dado do estudo é de 2012). Nos EUA, chegam a 0,14% e, na Alemanha, a 0,32%, quase a mesma proporção do que na Venezuela, com 0,34% do PIB.
Por habitante, o custo da Justiça no Brasil é de R$ 387,56, e a tendência é de crescimento, segundo o CNJ. Esse valor foi de R$ 295,73 em 2009.
“O orçamento destinado ao Poder Judiciário brasileiro é muito provavelmente o mais alto por habitante dentre todos países federais do hemisfério ocidental. Tal despesa é, com efeito, diversas vezes superior à de outros países em diferentes níveis de desenvolvimento, seja em valores proporcionais à renda média, seja em valores absolutos per capita”, escreve Da Ros, em seu artigo.
Na Suécia, por exemplo, o gasto per capita é de 66,7 euros (ou R$ 227,26, na cotação desta segunda, 24). Na Espanha, gira em torno de 27 euros (ou R$ 91,99), de acordo com o pesquisador.
No Brasil, cerca de 56% dos gastos totais do Judiciário estão atrelados à Justiça estadual, onde 80% dos processos tramitam. O setor que mais consome as verbas da Justiça é o de recursos humanos (remuneração de magistrados, servidores, inativos, auxílios e assistências), responsável por 89% da despesa total.
Em seu trabalho, Da Ros diz que as “despesas do sistema de Justiça brasileira encontram paralelo somente na carga processual existente”. O pesquisador classifica, no artigo, a carga de trabalho do Poder Judiciário no Brasil de “impressionante”, o que se encaixa com os resultados apresentados pelo CNJ.
Acúmulo de processos
Em 2015, o número de novos processos que chegaram à Justiça teve, pela primeira vez desde 2009, uma redução. Foram 5,5% menos processos do que no ano anterior. Mas isso não significa um alívio para o sistema judiciário brasileiro.
No ano passado, 74 milhões de processos tramitaram na Justiça do país. Em relação ao ano anterior, houve um aumento de 1,9 milhão no estoque de processos, o que representa um aumento de 3%.
O crescimento acumulado de 2009 a 2015, de acordo com o levantamento do CNJ, foi de 19,4%. Isso significa 9,6 milhões a mais de processos durante o período.
“Dessa forma, mesmo que o Poder Judiciário fosse paralisado sem ingresso de novas demandas, com a atual produtividade de magistrados e servidores, seriam necessários aproximadamente três anos de trabalho para zerar o estoque”, conclui um trecho do relatório.
Demora para sair as sentenças
Um juiz brasileiro demora atualmente um ano e seis meses, em média, para chegar a uma sentença de primeira instância. Se considerada só a Justiça estadual, esse tempo pula para quase dois anos. A Justiça mais célere, atualmente, é a do Trabalho, que precisa de pouco mais de seis meses, em média, para conceder uma decisão de primeiro grau.
O tempo de execução, momento em que o direito reconhecido na sentença se concretiza, é mais extenso. Demora-se cerca de quatro anos e dois meses para que isso ocorra.
Em muitos países europeus, como Dinamarca, Áustria e Hungria, o tempo para que a Justiça chegue à primeira decisão não alcança os cem dias, segundo levantamento de 2016 feito pela Comissão Europeia. Na França e na Itália, o procedimento beira os 300 dias.
Possíveis soluções
Para tentar otimizar os gastos da Justiça, diminuir o número de processos acumulados e acelerar o tempo de julgamento em primeira instância, o CNJ propôs nos últimos anos a adoção de algumas medidas. Duas resoluções já foram baixadas:
Resolução 195/2014 - A distribuição do orçamento dos órgãos do Poder Judiciário de primeiro e segundo graus devem ser proporcionais à demanda e ao acervo processual. Resolução 219/2016 - A distribuição de servidores, de cargos em comissão e de funções de confiança nos órgãos de primeiro e segundo graus devem ser proporcionais à demanda.
O CNJ é um órgão de controle externo que foi instalado no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Sua criação incomodou, à época, alguns magistrados estaduais, acostumados a gerir os tribunais sem interferência. O impasse só foi resolvido no começo de 2016, quando o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, que presidia o CNJ, criou um conselho consultivo interno, formado pelos presidentes dos tribunais nos Estados, o que deu aos desembargadores maior participação.
Além das resoluções do CNJ, outras iniciativas têm sido tomadas para desafogar a Justiça brasileira. O Novo Código de Processo Civil, que passou a vigorar em março de 2016, também estabeleceu novas regras e procedimentos para tentar agilizar e simplificar as resoluções de conflitos, como as audiências de conciliação e a mediação em casos de família.
* Leia o relatório do CNJ completo aqui
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida do site jornalístico Nexo Jornal
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