logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 69

Quanto menos poluída a água do mar no litoral de São Paulo, maior é a diversidade de bactérias marinhas. Essa foi uma das constatações de um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP), após a coleta de amostras de água do mar e de plâncton na Baixada Santista, em Ubatuba e em São Sebastião.

Eles participaram de uma pesquisa, realizada entre 2010 e 2012 com apoio da FAPESP, cujo objetivo geral era caracterizar comunidades bacterianas do litoral paulista por meio de análises moleculares e genéticas.

O foco estava nos exemplares quitinolíticos – ou seja, nas bactérias que metabolizam a quitina (polissacarídeo presente no exoesqueleto de muitos organismos marinhos) e liberam carbono e nitrogênio (utilizados em processos biológicos, fisiológicos e bioquímicos ao longo de toda a cadeia alimentar).

Após as fases de coleta e análise, foram encontrados 13 gêneros de bactérias quitinolíticas na Baixada Santista, 19 em Ubatuba e 28 em São Sebastião, somando as amostras de água do mar e de plâncton (alguns gêneros foram encontrados tanto em água do mar quanto em plâncton).

Por meio de estudos anteriores realizados pelo próprio ICB/USP, os pesquisadores conheciam os níveis de poluição antrópica (pelo homem) nos três locais: alto na Baixada Santista, médio em São Sebastião e baixo em Ubatuba.

Cruzando os resultados, concluiu-se que a maior diversidade é encontrada onde há poluição baixa ou mediana. “Os microrganismos nativos de um sistema competem com outros que chegam até ele, por meio de esgotos não tratados, por exemplo. E sobrevivem os mais fortes – no caso, aqueles associados aos poluentes”, disse Irma Nelly Gutierrez Rivera, professora e pesquisadora do ICB/USP.

De acordo com Rivera, tal redução na diversidade de bactérias quitinolíticas gera preocupações em ao menos três esferas. A primeira remete aos prejuízos diretos para a cadeia alimentar marinha, que necessita do carbono e do nitrogênio liberados pela metabolização da quitina. A segunda diz respeito a perdas para uma série de processos biotecnológicos nos quais essas bactérias são aplicáveis, como controle de insetos e fungos.

Já a terceira implica em riscos relacionados à perda de biodiversidade nos ecossistemas costeiros do país. “Há espécies desaparecendo antes mesmo de serem catalogadas. Isso é ruim porque devemos saber o que é nosso e o que não é – caso, por exemplo, dos microrganismos que chegam com a água de lastro dos navios e cuja interação com as espécies locais pode dar origem a espécies patogênicas que, por sua vez, podem causar doenças para o homem, para os animais marinhos e para o próprio ecossistema”, disse Rivera.

Metodologias e desenvolvimento

Entre 2007 e 2010, Rivera coordenou uma pesquisa com Auxílio Regular da FAPESP sobre a diversidade de microrganismos marinhos na Baixada Santista, em Ubatuba e em São Sebastião.

A partir de então e até o segundo semestre de 2012, com novo projeto de pesquisa, Rivera passou a coordenar a caracterização das comunidades bacterianas nesses três locais. Ou seja, a equipe focou os estudos nas bactérias – mais especificamente nas quitinolíticas – e buscou identificá-las por meio de análises moleculares e genéticas.

Para tanto, o primeiro passo foram as coletas de amostras de água e plâncton, que duraram 20 meses em São Sebastião e dois verões em Ubatuba e na Baixada Santista. As amostras de água eram coletadas em volumes de cinco litros, dez centímetros abaixo da superfície, em frascos previamente esterilizados. As amostras de plâncton foram coletadas com rede de malha, por arraste, durante cinco minutos, nos mesmos pontos de coleta das amostras de água.

A partir de então, o estudo das bactérias quitinolíticas viáveis (que podem ser cultivadas) foi realizado em meio de cultura que continha apenas quitina como fonte de carbono e alguns sais, de modo que o meio tivesse uma composição próxima à da água do mar. As bactérias quitinolíticas foram identificadas, em nível de gênero, com o método de sequenciamento do gene 16S rRNA.

Além dessa metodologia – chamada dependente de cultivo por exigir um meio em que as bactérias possam crescer – os pesquisadores usaram recursos moleculares e fizeram a construção de bibliotecas genômicas que viabilizam o trabalho a partir dos genes (ao invés do crescimento bacteriano), conhecidos como independentes de cultivo. Para tanto, amostras de água foram filtradas e concentradas, com posterior extração do DNA total.

A construção de bibliotecas genômicas foi realizada com o uso do gene chiA, que codifica as enzimas quitinases que degradam a quitina, e da técnica de clonagem – cada sequência foi analisada por meio de pareamento com sequências disponíveis em banco de dados (GenBank).

De acordo com a pesquisadora, caracterizar comunidades bacterianas com base em análises moleculares e genéticas é importante porque permite ampliar o leque de exemplares descritos, já que nem todos são capazes de crescer nos meio de cultivo dos quais os cientistas dispõem.

No caso do estudo do ICB/USP, as duas metodologias, dependente e independente de cultivo, confirmaram que a maior diversidade de bactérias ocorre em ambientes com nível de poluição baixo ou médio.

Nos três locais estudados, o filo Proteobacteria foi o mais recorrente. Em relação aos gêneros, em amostras de água, Micromonospora predominou em Ubatuba e São Sebastião, enquanto Aeromonas prevaleceu na Baixada Santista. Em amostras de plâncton, Ubatuba teve outros gêneros de bactérias, como Streptomyces e Luteimonas, enquanto as Aeromonas foram as mais encontradas em São Sebastião e na Baixada Santista.

“Para chegar ao nível das espécies, é preciso lançar mão de metodologias mais complexas”, afirmou Rivera. “Até hoje, conhecemos pouquíssimas espécies. Estudos apontam que os oceanos são os ambientes mais ricos em diversidade procariótica, com aproximadamente 3,5 x1030 espécies de bactérias. Por enquanto, apenas cerca de 6 mil delas estão descritas.”

Os pesquisadores do ICB/USP farão o sequenciamento completo do genoma de ao menos uma das bactérias quitinolíticas coletadas, a fim de identificar a que espécie ela pertence. Outro desdobramento serão estudos sobre as enzimas produzidas por bactérias de ecossistemas marinhos e suas possíveis aplicações biotecnológicas.

“Estamos na etapa final das análises estatísticas e já submetemos um artigo que aguarda publicação – Impact of Anthropogenic Activity on Chitinolytic Bacteria Diversity in the Marine Environment”, disse Rivera. Além dela, duas alunas de pós-doutorado participaram dos estudos: Claudiana Paula de Souza, com bolsa da FAPESP, e Bianca Caetano de Almeida.

 

Fonte: Agência Fapesp







A indústria naval brasileira deverá gerar 30 mil novos empregos nos próximos dois anos. A projeção é do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

Atualmente, o setor emprega por volta de 78 mil pessoas nos estaleiros em operação. Mas nos próximos dois anos, quatro estaleiros entrarão em operação: Jurong Aracruz (ES); Enseada (BA); EBR (RS); e CMO (PE), o que aumentará a oferta de mão de obra.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, disse que o setor prevê para os próximos dez anos “uma demanda firme e continuada por navios e plataformas de petróleo” no país. Segundo ele, o Sinaval aguarda a divulgação do Plano de Negócios da Petrobras 2014-2018 que, em sua opinião, deverá “trazer uma nova perspectiva de encomendas de plataformas em função do leilão do Campo de Libra, feito no ano passado, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“As reservas existentes no Campo de Libra devem provocar uma revisão para cima das previsões de demanda de plataformas, de navios de apoio marítimo e de navios petroleiros”, disse Ariovaldo Rocha.

No entendimento do presidente do Sinaval, a fase atual de expansão da construção naval brasileira decorre da decisão política do governo brasileiro de que as reservas offshore de petróleo descobertas no país deveriam reverter em benefício à sociedade, com a geração de emprego e o desenvolvimento de um novo setor produtivo.

Aliado a isso, houve, segundo o Sinaval, o reconhecimento da Petrobras que a exploração de petróleo em águas cada vez mais profundas criava a demanda por navios de apoio e de plataformas com nova tecnologia.

“Como os estaleiros internacionais estavam com dificuldades para atender novas demandas e a frota de petroleiros da companhia para o transporte de petróleo e derivados era composta por navios com idade acima de 20 anos de uso, houve o entendimento que era necessário renová-la”, ressaltou o presidente do Sinaval.

Apesar dos avanços, Rocha avalia que a construção naval brasileira ainda é “modesta” no cenário mundial. “Estamos construindo cerca de 370 navios, incluindo 14 plataformas de petróleo e 28 navios-sonda. Estão em construção, no Brasil, cerca de 6 milhões de toneladas de porte bruto. No mundo, estão em construção mais de 140 milhões de toneladas de porte bruto, em 4.800 empreendimentos”.

Para ele, o projeto do governo é muito claro: utilizar a capacidade de compra, decorrente dos investimentos na expansão da produção de petróleo e gás, para criar um novo segmento industrial capaz de gerar empregos, formar pessoal e distribuir renda na rede de fornecedores.

“Para isso, [o governo] implantou a regra do conteúdo local, que prevê a substituição competitiva das importações de sistemas e equipamentos, fortalecendo empresas locais e atraindo empresas internacionais para investir no Brasil e construir aqui suas unidades industriais”, disse o presidente do Sinaval.



Imprensa - SEESP







Os clientes da Caixa Econômica Federal (CEF) que tiveram suas contas de poupança encerradas têm direito ao saldo existente, a qualquer tempo, após regularização, informou o Banco Central (BC), no último dia 12.

O banco promoveu uma varredura entre 2005 e 2011 para identificar contas de titulares com irregularidades no CPF ou no CNPJ. Segundo o banco, 346 mil contas foram regularizadas depois que os clientes foram contatados por correspondência ou por telefone, mas os correntistas que não se manifestaram tiveram a conta encerrada em 2012.

Ao todo, 496.776 contas foram encerradas. O encerramento, destacou nota da Caixa, ocorreu conforme as regras determinadas pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sem nenhuma ilegalidade.

O banco, no entanto, admitiu divergências em relação a contabilização dos R$ 719 milhões que estavam nas contas encerradas. Os recursos foram registrados como receitas operacionais, o que elevou o lucro líquido da Caixa em R$ 420 milhões no balanço de 2012 depois do pagamento de tributos.

De acordo com a Caixa, o registro dos recursos das contas encerradas foi aprovado por auditorias independentes, mas foi contestado pela Controladoria-Geral da União (CGU). O órgão fez uma consulta ao BC, que determinou que o saldo das contas inativas não fosse computado como receita. Segundo a instituição financeira, o ajuste aparecerá no balanço de 2013, como diminuição do lucro em R$ 420 milhões.

Reportagem da revista Isto É informava que a Caixa tinha encerrado ilegalmente as contas com irregularidades no CPF ou no CNPJ, confiscado os recursos da caderneta de poupança e usado o dinheiro para inflar os lucros em 2012. Segundo o banco, o recadastramento ocorreu para combater fraudes, evitar danos à credibilidade da caderneta de poupança e cumprir as regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Segundo o BC, “não há qualquer prejuízo para correntistas e poupadores da instituição e, portanto, não há que se falar em confisco, termo usado indevidamente pela publicação”. “Diferentemente do que afirmou a revista, a motivação para encerramento das contas não foi falta de movimentação ou de saldo, mas irregularidades cadastrais”.

O BC disse ainda que “a Caixa Econômica Federal está providenciando a regularização de alguns dos procedimentos internos utilizados no encerramento de contas irregulares, bem como ajustes contábeis no seu balanço”.


 

Fonte: Agência Brasil







O governo deve publicar ainda nesta semana a portaria que reajusta os benefícios pagos aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham acima de um salário mínimo. A correção deste ano será de 5,56%, o mesmo percentual de variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2013. Com isso, o teto dos benefícios da Previdência subirá para R$ 4.390,24 mensais — um incremento de R$ 231,24 sobre o valor máximo recebido até 2013, de R$ 4.159.

Os valores já foram definidos pelo governo e devem constar de um ato conjunto assinado pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Previdência Social, Garibaldi Alves. A correção vai beneficiar 9,5 milhões de brasileiros. O impacto estimado nas contas do INSS é de R$ 8,7 bilhões, apenas meio bilhão de reais a menos que o gasto do governo com o reajuste do salário mínimo para 2014, previsto em R$ 9,2 bilhões, beneficiando 20,8 milhões de aposentados e pensionistas que recebem o piso nacional de R$ 724.

Em tese, essa conta poderia crescer um pouco mais, tendo em vista que o governo, para definir o piso salarial, usou uma estimativa de inflação de 5,54%. O número ficou ligeiramente menor do que a variação registrada pelo INPC em 2013, de 5,56%. Quando estabeleceu o valor do novo mínimo, no entanto, a equipe econômica arredondou a conta para cima, o que já incorporou a diferença estatística entre o índice previsto e o efetivo.

Distorção
Para o especialista em Previdência José Roberto Savoia, professor da Universidade de São Paulo (USP), é importante repensar todo o modelo de pagamento de benefícios aos aposentados e pensionistas do (INSS).

“A política de valorização do salário mínimo atingiu apenas uma parcela da população. Enquanto isso, os benefícios a quem ganha acima do piso nacional foram sendo corrigidos pela inflação. Se essa política for mantida sempre, em alguns anos nós teríamos apenas um salário pago pela Previdência, porque todos ganhariam apenas o mínimo, sem distinção do quanto cada um contribuiu ao longo do tempo”, afirma.

Essa estratégia, a longo prazo, traz distorções, alerta o professor. Uma pessoa que tinha um padrão de renda equivalente a três ou quatro salários mínimos, ao se aposentar, passará a ganhar metade disso. “Ela vai perceber que ficou mais pobre, pois contribuiu para ter direito a um valor mais alto do que, efetivamente, passará a receber”, explica.

Tabela
A tabela de contribuição de empregados formais e trabalhadores domésticos ao INSS para 2014 também foi ajustada. Quem ganha até R$ 1.317,07 por mês terá de recolher 8% do salário ao governo.

Trabalhadores com rendas entre R$ 1.317,08 e R$ 2.195,12 pagarão 9% à Previdência. A última faixa de recolhimento, de 11%, vale para rendimentos entre R$ 2.195,13 e R$ 4.390,24. Mesmo quem recebe mais do que isso contribui pela alíquota máxima de 11%.


 

Fonte: O Estado de São Paulo







O jornal Valor Econômico, no último dia 10, divulgou informação sobre as ações judiciais que requerem a correção do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por índices que recuperem as perdas inflacionárias, o que não ocorre com a aplicação da Taxa Referencial (TR). O SEESP também está ajuizando esses processos em nome dos engenheiros (saiba mais sobre essa iniciativa aqui). A seguir, transcrevemos a notícia:

O governo federal está travando uma batalha na Justiça para evitar que milhares de ações levem a Caixa Econômica Federal a reajustar em até R$ 160 bilhões os valores depositados nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Trata-se de um dos maiores "esqueletos" que já ameaçaram o banco desde a decisão que determinou a correção dos saldos nos planos econômicos, em 2000.

Ao todo, mais de 20 mil ações já foram propostas no Judiciário pedindo que as contas do FGTS sejam corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e não, como é feito, pela Taxa Referencial (TR). Esse movimento foi iniciado por sindicatos e escritórios de advocacia e ganhou força a partir de 13 de março de 2013, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os precatórios devem ser corrigidos em valores que reponham as perdas da inflação.

Na ocasião, 8 dos 11 ministros do Supremo declararam inconstitucional o sistema de correção monetária de precatórios pelo qual os valores são corrigidos pelo índice da caderneta de poupança. O STF ainda não definiu um novo índice de correção e deverá fazê-lo quando retomar o julgamento sobre o parcelamento de precatórios, que foi interrompido, em outubro passado, por pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso.

Os autores de milhares de ações pedindo a correção das contas do FGTS alegam que o princípio é o mesmo: a necessidade de que as correções sejam feitas em índices que reponham as perdas da inflação. Eles também querem levar a questão ao STF, onde acreditam que são maiores as possibilidades de garantir o direito à atualização a maior das contas do fundo.

"Sabemos que é difícil um juiz de 1ª ou de 2ª instância dar ganho de causa [para o trabalhador], porque o rombo seria gigante", afirmou Mario Avelino, presidente do Instituto FGTS Fácil, ONG que monitora o fundo. "Só em 2013, o governo deixou de creditar R$ 30 bilhões no FGTS", estimou. O objetivo da entidade é levar o caso ao STF. Para isso, basta que uma das 20 mil ações chegue ao Supremo.

O FGTS Fácil calculou que a correção de todas as contas do FGTS pode custar até R$ 160 bilhões ao governo federal. Consultado, um técnico da Caixa avaliou que o impacto financeiro dificilmente atingiria esse patamar. Admitiu, no entanto, que o rombo pode ultrapassar facilmente os R$ 40 bilhões pagos parceladamente aos trabalhadores para ressarcimento dos saldos do FGTS pelas perdas inflacionárias causadas nos planos econômicos editados entre as décadas de 80 e 90.

Naquele caso, o STF decidiu, em 2000, que a correção era devida em alguns planos e fez com que a Caixa tivesse que criar um programa de parcelamento para pagar os correntistas do fundo. A cobrança adicional de 10% paga por empresas ao FGTS em demissões sem justa causa foi criada para pagar os R$ 40 bilhões decorrentes daquela decisão do STF.

Agora, a Caixa teme que um rombo semelhante se repita e está acompanhando de perto as decisões do Judiciário. Até aqui, não houve prejuízo à Caixa em 860 ações de um total de 8.000 processos judiciais que foram concluídos sobre o assunto.

 

Um técnico do banco informou que os juízes que já decidiram a questão concluíram que o entendimento dado pelo STF para a correção dos precatórios não deve ser utilizado nos casos sobre o FGTS por serem "de natureza diferente". Esse balanço sobre os processos judiciais foi repassado pela Caixa aos representantes do Conselho Curador do FGTS.

O movimento de ações na Justiça foi encabeçado pela Força Sindical, que contesta o uso da TR como corretor das aplicações no FGTS, pois o rendimento é menor do que a inflação. Segundo a Força, já há mais de 600 ações coletivas questionando o uso da TR na correção da FGTS em 1ª e 2ª instância. "A adesão nos processos é grande", disse ao Valor, o presidente da entidade, Miguel Torres.

Mas a questão não é ponto pacífico entre todas as centrais. A maior entidade sindical do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao governo federal, repassou a questão para os filiados. De acordo com a assessoria de imprensa da CUT, "a orientação é que cada sindicato faça estudo de sua categoria".

Além dos sindicatos, escritórios de advocacia estão entrando com milhares de ações coletivas para rever o índice de correção das contas do FGTS. Segundo o advogado previdenciário Guilherme de Carvalho, é possível cobrar o reajuste pelo INPC desde 1999, quando a correção passou a ser feita pela TR.

Segundo Carvalho, quem tinha R$ 1.000 de FGTS, em 1999, hoje tem R$ 1.340,47 na correção pela TR. Já pelo INPC, o saldo seria de R$ 2.586,44. É essa diferença que está sendo cobrada na Justiça e ela seria cabível, segundo o advogado, até para quem sacou os valores do FGTS, assim como os herdeiros de pessoas que morreram e deixaram o saldo do fundo como herança.

A Caixa informou que a correção pela TR está prevista em lei e, por isso, foi aplicada a partir de 1999. "O uso da TR se vale de dado apurado e divulgado pela autoridade monetária, ou seja, pelo Banco Central. Dessa forma, o banco vem conseguindo, na Justiça, ganho de mérito em todas as ações já julgadas que versam sobre o tema em questão", disse o banco.

Segundo a Caixa, a eventual substituição da TR pelo INPC exigiria uma alteração do valor cobrado junto aos mutuários da casa própria que detêm financiamentos através do FGTS. Ou seja, a taxa de juros incidentes poderia aumentar. "De acordo com o artigo 9º, inciso 2º, da Lei nº 8.036/90, a substituição da TR por outro índice levará automaticamente à atribuição desses mesmos índices aos contratos firmados pelo FGTS, gerando impacto diretamente para as condições contratuais do financiado final da moradia, o mutuário do Sistema Financeiro da Habitação, e nos parâmetros dos encargos devidos pelos empregadores no recolhimento do Fundo de Garantia", explicou a Caixa.

No caso dos precatórios, o STF derrubou a forma de correção a partir de um voto do ministro Carlos Ayres Britto, já aposentado. Ele calculou que, entre 1996 e 2000, a caderneta de poupança teve reajuste de 55,77% e foi utilizada para corrigir os precatórios. Já o IPCA chegou a 97% no período. A diferença foi criticada por outros integrantes do STF. O ministro Marco Aurélio Mello afirmou que a caderneta não fez a reposição do valor da moeda e Ricardo Lewandowski constatou que essa sistemática de correção está abaixo da inflação.

O STF ainda não definiu uma data para retomar o julgamento sobre qual índice deverá corrigir os precatórios em substituição à poupança. Mas, quando o caso entrar na pauta da Corte, é certo que não apenas empresas e advogados com valores em precatórios a receber estarão interessados na questão. Uma massa de sindicatos e escritórios de advocacia também vai acompanhar o caso para saber se a decisão pode levar a novo entendimento para os saldos nas contas do FGTS.


Imprensa - SEESP








Em artigo para o Correio Braziliense, ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirma estar fazendo profunda reforma em sua pasta e que qualificação profissional será prioridade neste ano. Leia artigo a seguir.

Depois de uma década virtuosa na geração de empregos, com a abertura de mais de 20 milhões de vagas com carteira assinada, o Brasil alcançou o pleno emprego. Agora, novos desafios se colocam à nossa frente. Nos próximos anos, deveremos desbravar as fronteiras do conhecimento. Será preciso que toda a sociedade participe do esforço de qualificar e formar trabalhadores cada vez mais produtivos e competitivos, condição fundamental para que o país continue a trajetória de desenvolvimento.

Desde que assumi o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em março de 2013, em todos os fóruns internacionais de que participei, o Brasil esteve no centro das atenções. Encontrei representantes de países acima e abaixo da linha do Equador interessados em conhecer os fundamentos das políticas que nos fizeram atravessar grave crise financeira internacional promovendo crescimento econômico, gerando empregos e distribuindo renda.

De forma simplificada, costumo dizer que os resultados excepcionais são fruto de um jeito de governar mais humano, competente e criativo. Nasceram da ousadia que nos trouxe até aqui e deverá nos levar ainda mais longe. Agora, a nossa meta é conquistar novas posições no cenário global, inserindo o Brasil entre as economias mais desenvolvidas do mundo. E deveremos dar esse salto sem perder a dimensão humana do trabalho.

Para chegar lá, estamos promovendo profunda reforma do Ministério do Trabalho deixando de lado práticas obsoletas e cartoriais para torná-lo mais dinâmico, mais ágil e, sobretudo, mais transparente. Estamos informatizando os processos e melhorando os serviços em mais de 2.200 postos de atendimentos aos trabalhadores. Nos próximos anos, o MTE deverá concentrar toda a energia na elaboração e desenvolvimento de políticas públicas de qualificação profissional.

Assinamos recentemente com o Ministério da Educação o termo de cooperação técnica que instituiu o Pronatec Trabalhador, por meio do qual vamos qualificar cerca de 5 milhões de trabalhadores em 2014 para atender as demandas mais urgentes do mercado. Os cursos, que começam a ser ministrados em março, foram selecionados levando em consideração os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Sine. Ainda dentro da nossa parceria com o MEC, criamos o ProJovem Trabalhador, programa que ano que vem deverá qualificar 250 mil jovens para o primeiro emprego e 150 mil aprendizes. Vamos abrir horizontes para a juventude — o elo mais importante entre o Brasil de hoje e o Brasil competitivo dos próximos anos.

Ao mesmo tempo, o Portal Mais Emprego está sendo totalmente formulado para ser tanto o canal de entrada no Pronatec quanto a porta de saída de trabalhadores qualificados para o emprego com carteira assinada e mais bem remunerado. A inovação, que estará disponível até fevereiro, vai permitir que o próprio trabalhador se matricule num curso e, depois de qualificado, acesse a relação de vagas disponíveis e concorra ao emprego mais adequado ao perfil profissional. A inscrição no curso, em alguns casos o próprio e a intermediação da mão de obra passarão a ser feitos no Portal Mais Emprego, em tempo real, sem filas e sem papelada.

No portal também estará a Universidade do Trabalhador, que usará a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para oferecer cursos de qualificação a distância elaborados por universidades públicas federais. Para monitorar os resultados dos programas de qualificação e as demandas dos trabalhadores e das empresas nacional e regionalmente, criamos o Observatório do Mercado de Trabalho — rede de conhecimento e de análise de dados formada por pesquisadores, órgãos de governo e entidades da sociedade civil que nos ajuda a melhor compreender as necessidades da sociedade e avaliar rapidamente os resultados das políticas de emprego e renda.

Além das ações concretizadas, outras estão em discussão no Ministério do Trabalho envolvendo outros órgãos de governo, instituições de ensino, sindicatos, entidades empresariais e organismos internacionais que possam contribuir para a formação de rede de desenvolvimento dos trabalhadores tornando 2014 marco nas políticas de qualificação profissional no Brasil.


* Manoel Dias, ministro do Trabalho e Emprego





O longo caminho entre a descoberta de um princípio ativo e o desenvolvimento de um medicamento exige numerosos – e muitas vezes custosos – testes e análises. Mas a tecnologia pode ajudar a tornar esse fluxo mais rápido e barato e ainda reduzir o uso de animais nos laboratórios. Essa é a proposta do Centro de Espectrometria de Massas Aplicada (CEMSA), uma das empresas incubadas pelo Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), localizado na USP.

Desde 2008, o CEMSA vem atendendo, principalmente, a indústria farmacêutica por meio de serviços laboratoriais até então inexistentes no Brasil. Trata-se de um conjunto de ensaios cujos resultados servem de base para a avaliação do potencial farmacológico de uma molécula, indicando se vale a pena levar o projeto adiante e as adequações necessárias para que possa, efetivamente, resultar em um medicamento.

“A ideia é que se houver falhas, elas aconteçam mais cedo e não em uma fase lá na frente”, conta o químico Daniel Lebre, sócio-fundador da empresa. Os testes permitem conhecer melhor as características de uma molécula – ela pode servir a um determinado objetivo, por exemplo, mas apresentar alta toxicidade. Nesse caso, os testes in vitro são capazes de identificar a propriedade indesejada, dispensando a aplicação de testes em animais nesta etapa.

Potencial farmacológico
Segundo Alexandre Scuotto, sócio responsável pela gestão financeira da empresa, há pesquisas que indicam que cerca de 40% das drogas em desenvolvimento falham por apresentar baixa propriedade biofarmacêutica, ou seja, características físico-químicas pouco interessantes para a indústria. Essa também é uma das principais razões para o atraso no processo de desenvolvimento.

As análises feitas pelo CEMSA, assim, fornecem respostas mais rápidas e eficientes sobre as substâncias estudadas a partir de ensaios de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação, conhecidos pela sigla ADME. Estas análises dizem, entre outras informações importantes, se o fármaco que está sendo pesquisado atinge a circulação sanguínea, se após entrar na corrente ele alcança o alvo pretendido e a velocidade com que o organismo metaboliza a droga, características fundamentais para avaliar seu potencial.

Os testes realizados no laboratório utilizam como método a espectometria de massas. “Trata-se de uma ferramenta analítica capaz de análises quantitativas e qualitativas importantes. O equipamento é o coração dos ensaios”, explica Daniel Lebre. Ao “quebrar” as moléculas, o espectômetro permite conhecer cada fragmento dela e identificar, a partir da massa calculada, quais átomos a compõem.

Segundo o químico, ao entrar no organismo, uma molécula pode se transformar de diversas formas. Com os testes, é possível prever essas modificações e verificar se elas são tóxicas, e entender o metabolismo da droga, viabilizando a análise sobre seu potencial. “No caso de um antidepressivo, a ideia é que ela fique bastante tempo na corrente sanguínea. A molécula não pode ser eliminada muito rápido”, exemplifica Lebre.

Pela alta sensibilidade do equipamento, o espectômetro é usado não apenas na indústria farmacêutica, mas também na produção de cosméticos, alimentos e análises anti-doping, por exemplo. O aparelho do CEMSA foi adquirido com o apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).


 

Fonte: Agência USP de Notícias








Os moradores da cidade de São Paulo começam o ano pagando mais caro por produtos e serviços, principalmente na compra de itens alimentícios e nas despesas com moradia. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentou alta de 0,74% no início de janeiro. No fechamento de dezembro de 2013, o IPC ficou em 0,65%.

Dos sete grupos pesquisados, os que mais influenciaram o avanço foram os de alimentação, com variação de 0,81% ante 0,65%, e habitação, que oscilou 0,59% ante 0,56%. A terceira maior pressão sobre o custo de vida das famílias paulistanas foi constatada no grupo despesas pessoais, que passou de 0,79% para 1,15%. Nesse ramo, o cigarro é o item que tem provocado efeito na inflação.

Como tradicionalmente ocorre nesta época do ano, o grupo educação apresenta expressivo aumento com 1,21% ante 0,07%, mas a contribuição sobre o IPC médio ficou em 5,96%.

Nos demais grupos, foram registradas as seguintes oscilações: transportes (de 0,90% para 0,76%), saúde (de 0,35% para 0,44%) e vestuário (de 0,83% para 0,51%).

 

Fonte: Agência Brasil






Você já deve ter ouvido aquela expressão "menos é mais", no sentido de valorizar o pouco. Só que não deveríamos dizer que algo é "mais" quando queremos dizer "melhor". Se insistirmos nessa associação, acreditaremos sempre na ideia de que, para ser bom, tem que ser mais: mais trabalho, mais atividades, mais compromissos, mais dinheiro etc. É claro que podemos ter "mais" coisas boas, mas a provocação acima é para repensar o conceito superlativo e seu efeito na nossa vida. Adoro a causa – campanha de CLAUDIA de mudar o mundo – um dia de cada vez. E minha causa em 2014, no campo privado e no trabalho, é celebrar, cultuar e desejar o menos. Um dia de cada vez.

Se podemos fazer uma revolução por dia, proponho começar a nossa por um projeto de redução: vamos nos aborrecer menos, gastar menos energia, andar menos de carro, acumular menos tarefas, procrastinar menos e jogar menos tempo fora.

Como mulheres conscientes, sabemos que adotar práticas sustentáveis é a única garantia de sobrevivência das futuras gerações. Que tal então pensar no tempo como um bem não renovável? Essa ideia simples e poderosa foi o tema do mais recente encontro da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, que abriu a pauta com o pensamento brilhante da escritora Rosiska Darcy de Oliveira, autora de A Reengenharia do Tempo: "Nós temos vivido como se estivéssemos em um tempo inesgotável e como se nossas vidas fossem inesgotáveis. Está se impondo uma aceleração no ritmo de vida que transborda as 24 horas do dia". Existe, diz Rosiska, um descompasso inexplicável entre todas as possibilidades tecnológicas oferecidas hoje e o uso que é feito delas: no lugar de permitir repensar a sociedade para compatibilizar vida pessoal com mundo do trabalho, temos suprimido um dos polos, que é o mundo afetivo e privado.

Nós, mulheres, somos as maiores vítimas desse transbordamento, visto que empilhamos tarefas como se tivéssemos um tempo extra e mágico em nossos dias – que não se esgota nunca. Só que não. Se há algo que não conseguimos esticar, comprar, renegociar é nosso tempo. Mas, como insistimos em espremer dentro dos seus limites nossas ilimitadas obrigações, a conta não fecha – e, se fecha, é sempre com o custo do sacrifício dos minutos que salvaríamos para uma "extravagância", como dormir mais ou sentar para ler um livro. Menos, por favor.

Veja bem: a ideia do menos não significa abandonar a carreira pela vida em família ou vice-versa. Em uma pesquisa americana sobre como as mulheres gastam seu tempo, mais de 3 mil entrevistadas de 24 a 54 anos afirmaram não desejar diminuir a carga horária no trabalho. Querem é gastar menos tempo com tarefas domésticas, como limpar a casa ou fazer compras. O curioso é que, embora reconheçam que os parceiros sejam igualmente capazes de exercê-las, apenas uma minoria admite delegar qualquer dessas atividades. É um exemplo prosaico de uma solução possível do "menos": gastar menos tempo com o que gostamos menos de fazer. Ou começar, um dia de cada vez, a pensar melhor no assunto. Como disse Rosiska na palestra, o primeiro passo para resolver uma questão é identificar o problema e chamar o problema de problema. Precisamos buscar uma solução de vida sustentável, que contemple nossos afetos, talentos, desejos e sonhos, sem que precisemos agir como se o nosso tempo não tivesse fim. E não nos pertencesse mais.

 

Fonte: Artigo de Cynthia de Almeida, publicado na revista Claudia






Temas considerados prioritários pelas centrais, a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário terão dificuldades de avançar este ano no Congresso, avalia o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). O debate continuará nas comissões, mas dificilmente seguirá ao plenário. "Vai ser um ano de pouca deliberação, pouco resultado", afirma. Três fatores, basicamente, deverão fazer com que a pauta se acumule para 2015: carnaval, Copa do Mundo e eleições.

No caso do fator previdenciário, a dificuldade está relacionada ao receio do Planalto de aprovar propostas que tenham impacto nas contas públicas. "O governo está muito temeroso de que as agências (de classificação de risco) possam rebaixar as notas do país, o que poderia ter efeito na campanha", observa o analista. O fator integra o que ele classifica de "pauta-bomba".

Da mesma forma, a proposta de redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais aparece com poucas chances de evoluir entre os congressistas. "Ninguém deve tentar tratar disso em ano eleitoral. Se o próprio Parlamento não teve condições de votar em período mais arejado, não vai ser agora", comenta Queiroz.

Já um projeto de lei combatido pelas centrais, o 4.330, sobre regulamentação da terceirização, também pode ficar travado em 2014, pelo receio dos partidos de expor seus parlamentares em um momento de buscar votos. Da mesma forma, iniciativas que permitam ao negociado em acordos coletivos prevalecer sobre a legislação também teria pequena possibilidade de avançar.

O diretor do Diap vê mais chances em dois casos: o contrato especial para trabalho durante eventos da Copa e das Olimpíadas de 2016 e a regulamentação do direito de greve no serviço público, tema que vem sendo discutido em uma comissão especial e enfrenta críticas das centrais. "Esse tem possibilidade, mas tem resistência", afirma. A possibilidade seria maior, acredita, se o projeto fosse de iniciativa do Executivo – que existe, mas não teria saído da gaveta até agora por desacordo entre as várias áreas internas envolvidas.

De temas mais relevantes, Queiroz acredita que apenas dois serão efetivados: a regulamentação do serviço doméstico, em análise na Câmara, e a PEC do trabalho escravo, que retornou à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O restante ficaria mesmo para 2015, já sob novo governo e nova legislatura na Câmara (e um terço renovado no Senado).


Fonte: Rede Brasil Atual







Receba o SEESP Notícias *

agenda