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Alberto Carlos escritorO Carnaval fracassou. Um conto ou livro de ficção poderia começar com essa frase. Afinal, o Carnaval nunca fracassa. A maioria de nós provavelmente nunca pensou nisso: nunca houve um Carnaval que tivesse fracassado e provavelmente jamais haverá. Aliás, as duas palavras soam incompatíveis. Seria necessária uma breve reflexão acerca das condições nas quais o Carnaval fracassaria.

O Carnaval é um evento nacional. Ainda que a mídia dê uma enorme ênfase aos Carnavais do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco, ele acontece em todos os Estados brasileiros e em todas as cidades. O fracasso do Carnaval, para que fosse noticiado dessa maneira, teria que ser um fenômeno nacional. Igualmente importante é que o Carnaval é um evento muito mais social do que estatal. É verdadeiro que as prefeituras patrocinam inúmeros desfiles, em todas as cidades do Brasil. É igualmente correto afirmar que os governos estaduais são peças importantes no financiamento de vários eventos carnavalescos. Ambos, governos estaduais e prefeituras, estão atendendo a uma demanda social de grande relevância. Não apoiar o Carnaval é algo que vai contra o governante. Se não o fizer, sofrerá desgaste junto a seus eleitores.

O caráter social do Carnaval fica evidente em todos os desfiles que ocorrem: o Bola Preta e o Galo da Madrugada no sábado, as escolas de samba do Rio de Janeiro, os trios elétricos da Bahia, os blocos de frevo de Pernambuco, os inúmeros blocos de sujos e de piranhas que saem em centenas ou milhares de cidades brasileiras, tudo isso só é possível porque milhões de pessoas se mobilizam para a festa. Essas pessoas economizam dinheiro durante o ano para comprar ou confeccionar suas fantasias, pagar a viagem de Carnaval, comprar o abadá. Outros dedicam seu tempo para ensaiar com os demais músicos da banda de que participam, ou para memorizar o samba de sua e de outras escolas. O Carnaval só fracassará quando essa enorme ação coletiva deixar de existir.

Outra característica que impede que o Carnaval fracasse é que ele é carnavalizado. Isso mesmo, o Carnaval é carnavalizado. Muito dificilmente algo carnavalizado fracassa. Carnavalização é a celebração do riso e do cômico, é a subversão da ordem estabelecida por meio da sátira da realidade, por meio da realização do que não se faz durante a maior parte do tempo. A carnavalização é a realização do aspecto festivo da vida. Carnavalizar é relacionar extravagância e simplicidade, erudito e popular, exótico e banal, é misturar classes sociais, etnias e idades, é mesclar estilos, é quebrar tabus e liberar energia, instintos e desejos que em geral são disciplinados pelo oficialismo que rege o mundo a maior parte do tempo.

Não há a menor dúvida de que nossa Copa do Mundo será um evento nacional, social e carnavalizado e, assim sendo, não tem como fracassar.

Toda Copa do Mundo em qualquer país que seja, já é um evento nacional. No Brasil, serão 12 sedes que contemplarão todas as regiões do país. Haverá jogos em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Brasília, Manaus e Cuiabá. Os brasileiros de todas as regiões terão a chance de estar próximos de uma das sedes, alguns irão aos estádios, muitos terão a chance de acompanhar os jogos em áreas públicas perto dos estádios, especialmente preparadas com telões, bares, restaurantes e toda a estrutura necessária para atender aos apaixonados por futebol carnavalizado.

Mais do que nacional, a Copa do Mundo, no país do futebol, será um evento social. As pessoas se mobilizarão para acompanhar os jogos, vão economizar para pagar suas viagens rumo às cidades-sede, para ver várias seleções em suas concentrações, obter autógrafos de estrelas do futebol. Não haverá indiferença, não apenas a respeito de nossa seleção, mas acerca de todas as delegações que desembarcarão no Brasil para disputar o torneio.

O motivo mais importante que impedirá o fracasso de nossa Copa do Mundo é que ela será carnavalizada. Vale repetir, a Copa é o maior evento do mundo do futebol que ocorrerá no país do Carnaval e do futebol. Ora, isso não pode ser desconsiderado. Quem ignora essa combinação não sabe o que faz o Brasil, não compreende nossas especificidades.

A primeira inversão da ordem - carnavalização - de uma Copa do Mundo é parar de trabalhar para assistir aos jogos de nossa seleção. Isso acontece em qualquer Copa do Mundo, mas tenderá a ser mais acentuado em 2014. Vamos parar de trabalhar para festejar, para nos reunirmos com os amigos em bares, em residências, em locais privados e públicos, com a prosaica finalidade de assistir a um jogo de futebol. As ruas ficarão desertas. As rodoviárias, aeroportos, locais públicos utilizados pelas pessoas para ir e vir em dias de trabalho ficarão à míngua de gente. As aglomerações ocorrerão apenas na frente de TVs e telões. Não parece que os americanos ou os alemães pararam de trabalhar para ver suas seleções jogarem em 1994 e em 2006.

Uma segunda carnavalização da Copa do Mundo é a forma como tomamos nossas ruas. Em períodos normais, é ilegal pintar meios-fios ou decorar as ruas com bandeirinhas, mas isso é permitido durante a Copa do Mundo. As ruas da maioria das cidades se tornarão palco de uma competição pública para se ver qual será a mais bem enfeitada. Jovens de todas as classes sociais se mobilizarão para arrecadar dinheiro para comprar tinta, tecidos e plásticos verde e amarelo, e vários artefatos decorativos. As prefeituras não vão multar ninguém por pintar e decorar as ruas. Além disso, como americanos no feriado de sua independência, muitos de nós iremos pendurar uma bandeira do Brasil na janela ou na porta de casa, e compraremos fogos de artifício para utilizá-los nos gols que imaginamos que a seleção fará.

Quem conhece e entende o Brasil sabe que a carnavalização do evento é inevitável. Até mesmo o pôster oficial da Copa, lançado na semana passada pela Fifa, está dentro do espírito carnavalesco. Assim como no Carnaval, a Copa do Mundo será um momento de um estado de espírito diferente. A vida normal será suspensa, será colocada dentro de parêntesis, que durarão desde pouco antes do início do evento até quando nossa seleção ainda estiver na disputa. É óbvio que a expectativa é que cheguemos à final. Tomara que não encontremos a Argentina de Messi pelo caminho.

O sr. Jérôme Valcke insiste em dar broncas no Brasil porque, como um bom suíço, ele não faz a menor ideia do que seja a carnavalização. Este artigo é carnavalizado, ele une o nosso Carnaval ao nosso esporte nacional utilizando como elo a incidência de cirurgias plásticas no Brasil. Trata-se de uma linguagem alegórica com a finalidade de mostrar nossas especificidades. Linguagem esta que é carnavalesca e, portanto, só permitida em um sóbrio jornal de negócios como o Valor em uma sexta-feira que antecede o Carnaval. Acaba de ser divulgada a pesquisa mundial sobre cirurgias plásticas estéticas. As brasileiras, comparadas com mulheres dos Estados Unidos, México, Itália, França, Alemanha e Espanha, preferem as cirurgias de aumento das nádegas e redução dos seios. Naqueles países, comparando-os com o Brasil, as mulheres preferem cirurgias de aumento dos seios.

Até mesmo nos procedimentos médicos estéticos nossa especificidade é revelada. A preferência das brasileiras está relacionada com o nosso jogo de cintura futebolístico, com o drible, com a pedalada, com o samba no pé, tem a ver com o Carnaval e com o futebol. Na França, Delacroix pintou a Liberdade guiando o povo na figura alegórica de uma mulher do povo, robusta, com os seios de fora e pisando em cadáveres com os pés descalços. Dificilmente um quadro desse tipo teria no Brasil o sucesso de que desfruta na França.

Aqueles que insistem em não compreender o Brasil e suas especificidades carnavalescas, futebolísticas e estéticas ficarão surpresos com nossa Copa do Mundo. Eles se comportam como o Narciso às avessas de Nelson Rodrigues, aquele que sofre do complexo de vira-latas e vive cuspindo em sua própria imagem. Insistem em afirmar que nossa Copa será um fracasso. A inauguração dos primeiros estádios já ajudou a diminuir sua desenvoltura crítica. Os ataques que até pouco tempo eram contra tudo e contra todos agora se restringem aos aeroportos e à recém-batizada "mobilidade urbana". Já deram o braço a torcer à eficiência desconcertante dos nordestinos do Ceará, que foram os primeiros a entregar um estádio da Copa pronto. Todos ficarão prontos a tempo e provavelmente não ocorrerão problemas de transporte e deslocamento que venham a resultar na frase inicial deste artigo: a Copa do Mundo fracassou.

Dedico este artigo a Roberto DaMatta.

* por Alberto Carlos Almeida, sociólogo e professor universitário, é autor de "A Cabeça do Brasileiro" e "O Dedo na Ferida: Menos Imposto. Mais Consumo". E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. www.twitter.com/albertocalmeida. Artigo originalmente publicado no jornal Valor Econômico, em 08/02/2013


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Foto da home: lulacerda.ig.com.br 




CarteiraTrabalhodentroUma das formas de avaliar o comportamento do Congresso em relação aos direitos dos trabalhadores consiste em analisar o resultado das votações ao longo da legislatura. Outra, também válida, resulta do exame dos projetos apresentados na Câmara e no Senado.

Neste último quesito, a partir de 2011, identificamos um forte movimento pela precarização das relações trabalhistas por parte de alguns parlamentares, inclusive da base de apoio ao governo. Naquele ano foram apresentados vários projetos com o propósito de extinção ou afrouxamento de direitos previstos na CLT, além da tentativa de enfraquecimento das entidades sindicais.

A consequência desse ambiente hostil – que impediu que temas como redução da jornada , fim do fator previdenciário e estabilidade de dirigentes sindicais avançassem – foi a de o movimento sindical começar a agir defensivamente para evitar retrocessos, como a eventual aprovação de matérias contrárias aos trabalhadores.

A investida sobre as relações trabalhistas não arrefeceu em 2012, pelo contrário. A pressão foi intensa, mas o fato de ter havido incentivos fiscais e monetários ao setor empresarial, de um lado, como a desoneração da folha de salários, e, de outro, o presidente da Câmara ter origem no movimento sindical, ajudaram no sentido de evitar o avanço sobre direitos.

Para 2013, na economia, o humor vai depender das relações estabelecidas para recuperar a Europa e, na política, dependerá da mudança das presidências das Casas do Congresso, particularmente da Câmara, cujos potenciais candidatos não possuem relações com o movimento sindical. O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) presidiu a Comissão de Trabalho quando foi votado o projeto de flexibilização da CLT, durante o governo FHC, e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) é autor do projeto que propõe o simples trabalhista.

Se persistir um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tímido, inferior a 3% em 2013, sem uma retomada com vigor dos investimentos, o setor empresarial ampliará a pressão sobre os direitos trabalhistas, alegando que os incentivos fiscais e monetários não foram suficientes para manter os empregos tampouco para gerar novos neste ano.

Além disto, a ausência de diálogo da presidente com as centrais sindicais favorece esse ambiente pró-mitigação dos direitos trabalhistas. Desde a posse de Dilma, as entidades sindicais aguardam uma sinalização da presidente em relação a três pontos que os trabalhadores consideram essenciais: 1) a redução da jornada, 2) a proteção contra a despedida imotivada e 3) o fim do fator previdenciário.

Com um governo distante dos trabalhadores, sem os diálogos que existiam na gestão do ex-presidente Lula, e um Congresso sensível à demanda empresarial, a precarização nas relações de trabalho pode ganhar força.

A presidente Dilma, conforme editorial do Boletim do DIAP de outubro de 2012 estruturou seu governo em quatro fases. Na primeira destinou-se a acalmar a mídia e os estratos médios. Na segunda, a combater a crise internacional. Na terceira, a abrir à iniciativa privada setores estatais. E, na quarta, promover mudança no Mundo do Trabalho, começando pela adoção da previdência complementar para os servidores.

Do lado empresarial, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) listou 101 propostas de “modernização das relações trabalhistas” e apresentou à presidente Dilma Rousseff um pacote para modificar a legislação trabalhista. Para a representante empresarial, isso tornaria a indústria mais competitiva e contribuiria para o desenvolvimento sustentável do País.

O ambiente político, portanto, requer atenção redobrada dos trabalhadores sobre o Congresso e também sobre o Executivo para evitar o enfraquecimento das relações entre o capital e trabalho. O movimento sindical precisa pressionar por diálogo e promover campanhas e marchas para pautar os temas de seu interesse, sob pena de prevalecer a agenda empresarial.

Ou o governo, por pressão dos trabalhadores e suas entidades, deixa claro de que lado está ou ficará sem forças para impedir retrocessos nas relações de trabalho. E o meio para isto é a pressão e a cobrança sobre a presidente Dilma.

Veja as principais proposições que atacam os direitos dos trabalhadores apresentadas em 2011 e 2012:

Ameaças apresentadas em 2011

PL 948/2011 – impede que o empregado demitido possa reclamar na Justiça do Trabalho.

PL 951/2011 – flexibiliza os direitos trabalhistas dos empregados de pequenas e microempresas.

PL 1.463/2011 – cria o Código do Trabalho e flexibiliza os direitos trabalhistas com a adoção da prevalência do negociado sobre o legislado.

Ameaças apresentadas em 2012

PL 3.785/2012 – cria o contrato de trabalho intermitente que busca a formalização do trabalho eventual e por hora trabalhada.

PL 4.193/2012 – assegura o reconhecimento das convenções e acordos coletivos prevendo a prevalência sobre o legislado.

PLS 252/2012 – modifica o prazo de duração dos mandatos sindicais e alterar critérios para eleições nas organizações sindicais.

 

* por André Santos, especialista em política e representação parlamentar, jornalista e assessor parlamentar e Neuriberg Dias, assessor parlamentar do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar)


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Antoninho Marmo TrevisanA informação que o IBGE acaba de divulgar, de que a taxa média de desemprego no Brasil em 2012 atingiu o menor patamar histórico, referenda a tese que venho defendendo, sobre o imenso potencial de crescimento sustentado do Brasil, reprimido, em grande parte, pela persistência de obstáculos estruturais. Pois bem, paralelamente aos impostos elevados, burocracia excessiva e insegurança jurídica, assistimos ao recrudescimento de outro problema grave: a criminalidade e a violência.

Quando se verifica o crescimento expressivo de execuções, latrocínios e assaltos em São Paulo, principal motor da economia nacional, é inevitável alertar sobre o impacto negativo na competitividade do País, como se já não bastassem as consequências humanas e sociais da violência. Para não ficarmos apenas na teoria sobre a questão, recorro a estudos abalizados sobre o tema, de respeitados organismos multilaterais. Tais relatórios mostram, em épocas diferentes, como a criminalidade acaba interferindo de modo direto no desempenho da economia, pois cria insegurança, exige a adoção de uma série de medidas onerosas de proteção da vida de colaboradores e do patrimônio das empresas, intimida investimentos e gera custos fixos para as operações, encarecendo produtos e serviços.

Segundo o Banco Mundial, a perda provocada pela criminalidade pode ser calculada em até 8% do PIB dos países nos quais se observam anos seguidos de crimes violentos. O trabalho, elaborado no final da década passada, observa: “As taxas decrescimento da economia, juntamente com a receita e os investimentos privados, seriam mais altas se não fosse a insegurança generalizada causada pela criminalidade. Em vez de simplesmente fabricar seus produtos, as empresas sentem-se obrigadas a gastar recursos na prevenção da violência e na proteção de seus colaboradores e de sua propriedade”.

Outro estudo, este realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mostra que se o índice de homicídios do Brasil, no início dos anos de 1990, tivesse sido tão baixo como o da Costa Rica, a renda per capita de nosso país seria duzentos dólares mais alta e o PIB, de 3,2% a 8,4% maior no fim da década. À época, o custo econômico da criminalidade na América Latina foi estimado pelo relatório em cerca de 14% do PIB da região. A violência também reduz a produtividade, os índices de graduação no Ensino Médio e o desenvolvimento da mão de obra, além de intimidar os investimentos produtivos nacionais e estrangeiros.

Resgatar esses estudos, neste momento em que a criminalidade volta a assustar muito os brasileiros, especialmente em São Paulo, é muito importante para mostrar que, além do flagelo da violência e das perdas irreparáveis da vida humana, podemos ter, em médio prazo, consequências bastante negativas para a economia. Esse é mais um problema não solucionado no País que contribui para mitigar seu crescimento. Em meio às medidas acertadas de resistência à crise mundial, estamos perdendo concreta oportunidade de ir muito além no nosso desenvolvimento. Literalmente, um inaceitável crime contra a competitividade nacional.

* por Antoninho Marmo Trevisan é presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República


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motos-no-transitodentroEm pesquisa realizada no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a pesquisadora e assistente social, Katia Campos dos Anjos analisou as consequências de acidentes de moto nas vidas dos pacientes internados no IOT. Em diversos casos, as mudanças foram profundas e quase todas envolvem o endividamento da vítima, perda do lazer, grandes alterações de rotina e mudanças no âmbito familiar.

O acidente acabou por influir em diversos aspectos, como psicológico, físico e financeiro. A saúde abalada e problemas financeiros acabam por influenciar o emocional da vítima, o que resulta em um trauma. A pesquisa aponta também que 29,5% dos acidentados não voltam a andar de moto.

A pesquisa desenvolvida consistiu em um acompanhamento de 68 pacientes que foram hospitalizados no IOT em decorrência de acidentes de motocicleta. Na primeira fase, realizada entre maio e novembro de 2009, foi feita uma pesquisa quantitativa, com questionários de múltipla escolha. Após seis meses, entre novembro de 2009 e agosto de 2010, foi feita uma reavaliação dos mesmos pacientes para saber quais foram as principais implicações sociais e o que se alterou em suas vidas depois do acidente. A reavaliação foi feita a partir de uma pesquisa qualitativa, baseada numa entrevista num questionário dissertativo. As entrevistas foram analisadas e, a partir delas, foram reunidos aspectos com a mesma ideia central.

Uma surpresa para a pesquisadora é a faixa etária dos acidentados.  “A maioria dos entrevistados são pessoas jovens, entre 18 e 29 anos, e no auge da sua produtividade e independência, que têm sua vida e de seus familiares totalmente alterada em decorrência do acidente”, afirma. Quase todos aprenderam a pilotar a moto com parentes, amigos ou por conta própria. Somente após o acidente é que os pacientes se deram conta da importância da direção defensiva e da necessidade de cuidados no trânsito.

Dinâmica familiar
Dentre os pacientes, 83,8% alegaram ter sofrido algum tipo de alteração na dinâmica familiar. Outros 94,1% dos entrevistados precisaram de cuidados de algum tipo e, dentre estes, 41,2% tiveram o auxílio da mãe. Em 17,6% dos casos, familiares precisaram deixar de trabalhar para prestar ajuda a esses pacientes. “A adequação do ambiente doméstico também teve que acontecer, já algumas famílias acabam mudando de residência porque a casa anterior não estava adaptada às necessidades do paciente”, ressalta Katia.

Os constrangimentos também surgiram na equação: a grande maioria dos pacientes precisou de auxílio para locomoção, alimentação e banho, mesmo que por um curto período de tempo. “São pessoas que tinham uma vida ativa e independente, mas, repentinamente, passaram a necessitar de ajuda para quase tudo”, relata a pesquisadora.

O lazer desses pacientes também foi prejudicado pelo acidente. Pessoas que praticavam esportes e costumavam sair para passear tiveram seu ambiente de vivência reduzido ao âmbito familiar. Algumas lesões levam tempo para cicatrização e recuperação total, sendo necessário repouso, fisioterapia e longo acompanhamento médico.

Alteração na renda
O acidente de moto também é responsável pela modificação nos rendimentos familiares. Por meio da pesquisa, foi possível concluir que 39,7% dos acidentados usavam a motocicleta como ferramenta de trabalho, enquanto 50% faziam uso do veículo como meio de transporte.

Empréstimos também são recorrentes depois de acidentes: 45,6% dos pacientes entrevistados pela pesquisadora utilizaram essa opção. “A renda dessa família acaba sendo diminuída, no período em que eles mais precisam, porque os custos aumentam com tratamento, com a questão do transporte, medicação”, explica Katia.

Isso se torna um problema social. O acidentado procura o INSS para receber o benefício enquanto não pode retornar ao trabalho. Mais de 70% não retorna ao trabalho após seis meses do acidente e nesses casos algum familiar precisa começar a trabalhar para complementar a renda doméstica, quando não há dependência total de benefícios do governo.

A pesquisadora afirma que a importância do seu trabalho está na conscientização da população a respeito das implicações que um acidente de moto pode causar na vida do acidentado e de seus familiares. “A sociedade deveria entender o que um acidente pode modificar na vida destas pessoas e todo conhecimento destas implicações sociais e econômicas deveriam se reverter em políticas públicas”, relata a pesquisadora.

 

Imprensa – SEESP
Informação da Agência USP de Notícias




RecursoshidricosdentroEm 1997, com a promulgação da Lei 9.433, que define a Política Nacional de Recursos Hídricos, as questões de planejamento e gerenciamento de recursos hídricos ganham substancial projeção no cenário nacional. Dentre as ferramentas previstas nessa lei, o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos tem como principal objetivo a coleta, a consistência e a disponibilização de informações sobre recursos hídricos no país. A obra 'Geoprocessamento e recursos hídricos: aplicações práticas', dos engenheiros Cláudio Bielenki Júnior e Ademir Paceli Barbassa, lançamento da EdUFSCar, vem preencher uma lacuna bibliográfica na área, constituindo-se como um manual prático no planejamento, gerenciamento, projeto e operação de sistemas para geração de energia elétrica, controle de enchentes, drenagem, abastecimento de água, controles de erosão e sedimentação e da poluição, irrigação, navegação e uso recreativo da água, entre outras aplicações diretas.

Reunindo áreas aparentemente distantes como as Engenharias Civil e Ambiental, com os aspectos relacionados à Hidrologia e aos Recursos Hídricos e à Geografia por meio do geoprocessamento, a obra apoia-se ainda no avanço da informatização e no aperfeiçoamento de técnicas e ferramentas computacionais para a captura, armazenamento e processamento de informações espaciais, como o uso do software SPRING (Sistema de Processamento de Informações Geográficas), para cálculo de parâmetros hidrológicos.

O livro contém informações bem ilustradas por diagramas, tabelas e imagens que vão do básico sobre o SPRING, como recursos de instalação e uso das barras iniciais (menu, status e ferramentas) até noções de cartografia que complementem a utilização do software e permitam sua aplicação prática. Acompanha o livro um CD com arquivos que permitem cálculos de parâmetros e a produção de mapas e gráficos de bacias hidrográficas, bem como um tutorial em vídeo sobre o uso do programa.

Destinado a profissionais de engenharia e de ciências ambientais, bem como a instituições públicas envolvidas na gestão de recursos hídricos, a obra contribui para a formação de recursos humanos preocupados com a preservação e gestão sustentável dos vastos recursos hídricos do país.

Sobre os autores
Cláudio Bielenki Júnior é engenheiro cartógrafo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007), especialista em Geoprocessamento pela Universidade Federal de São Carlos (2007) e mestre em Engenharia de Transportes pela Escola de Engenharia de São Carlos (2008). Desde 2003 é especialista em Geoprocessamento da Agência Nacional de Águas em Brasília.

Ademir Paceli Barbassa é engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (1980), mestre e doutor em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (1984 e 1991, respectivamente) e pós doutorado pela Universidade do Colorado, EUA (2000). É professor da UFSCar.

 

Imprensa – SEESP
Informação da Pluricom – Comunicação Integrada




ConselhoTecnologico07FEV2013dentro1A primeira reunião do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CMCT&I), do ano, realizada nesta quinta-feira (7/02), na sede do SEESP, discutiu a seguinte pauta: programa municipal de estímulo à inovação, realização de workshop sobre inovação tecnológica e desenvolvimento econômico e lei de internet pública. Coordenado pelo secretário-adjunto da Secretaria Municipal do Trabalho e do Empreendedorismo (Semte), José Alexandre Sanches, o encontro destacou a importância de criar uma cultura de inovação nas pequenas e médias empresas da cidade de São Paulo.

* Veja aqui as fotos desta reunião

Sanches apresentou um esboço do programa de estímulo à inovação, que terá como intuito geral proporcionar instrumentos e incentivos para o desenvolvimento das empresas instaladas no município, envolvendo a capacitação na elaboração de projetos e articulação dos principais atores da área, como CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia). Já os objetivos específicos serão: selecionar projetos inovativos com potencial de recebimento de apoio e estruturar ideias com potencial de serem transformadas em projetos.

Workshop e internet
O CMCT&I formou, ainda, um grupo técnico – com a participação de universidades, Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), centros de pesquisas e do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia) – que organizará a concepção do workshop “Inovação tecnológica e desenvolvimento econômico”.

No último item da pauta da reunião, Sanches informou que a discussão sobre a lei de internet pública, com a posse do prefeito Fernando Haddad, passou para a Secretaria Municipal de Serviços, que está responsável em apresentar um plano de internet para a cidade. “O prefeito quer requalificar os 350 telecentros da cidade e implantar internet pública em algumas regiões”, informa, observando que o Conselho solicitará o estabelecimento de um diálogo com o secretário Simão Pedro sobre o tema.

Participantes
Estiveram presentes à atividade: SEESP, Isitec, Instituto de Física da USP, Unesp-Bauru, Agência USP de Inovação, Instituto Butatã, APqC (Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo), Fiesp, Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal), Crea-SP, FGV (Fundação Getúlio Vargas), Fapesp, Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras).

Calendário
As próximas reuniões do CMCT&I: 9 de abril, às 14h, no Instituto Butatã; 6 de junho, às 14h; 6 de agosto, às 9h; 10 de outubro, às 14h e 10 de dezembro, às 9h.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP
Foto: Beatriz Arruda 




MuriloMEsportedentroO ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recebeu nesta quarta-feira (6/02) o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro. Durante a reunião, o presidente reeleito convidou o ministro para a cerimônia de sua posse à frente da FNE. A entidade e o Ministério do Esporte têm firmado um termo de cooperação técnica para a Copa do Mundo 2014.

Assinado em março de 2012, o termo prevê uma ação conjunta para que os projetos, obras e serviços de engenharia relacionados à Copa do Mundo 2014 sejam desenvolvidos com transparência, eficiência, sustentabilidade e segurança. “A nossa federação participa ativamente, vendo e acompanhando as atividades do Ministério do Esporte na Copa 2014. Esta foi mais uma visita onde nós reafirmamos as nossas intenções”, disse Pinheiro.


Imprensa - SEESP
Notícia do Ministério do Esporte




 

MuriloBrizoladentroO ministro do Trabalho, Brizola Neto, recebeu, na tarde de terça-feira (5/02), em seu gabinete, em Brasília, o presidente da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), Murilo Celso de Campos Pinheiro, e uma delegação da entidade. Pinheiro apresentou o trabalho desenvolvido pela confederação nos anos de 2011 e 2012, como encontros regionais e nacionais e participação em grandes temas sociais, como a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), e as campanhas que serão desenvolvidas em 2013, envolvendo economistas, engenheiros, farmacêuticos, médicos, nutricionistas e odontologistas de todo o Brasil.

Ainda dentro da pauta da audiência foram tratados temas, como conjuntura sindical, o projeto “Cresce Brasil”, da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), que, desde 2006, discute um plano nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social. Nesse sentido, destacou-se a valorização do trabalho na retomada do crescimento brasileiro. Pinheiro observou a importância do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) no papel de propositor de políticas públicas também na área econômica. “Mantivemos uma reunião na qual houve uma correspondência de pontos de vista abrangentes e convergentes entre o MTE e a nossa confederação.”

O ministro garantiu à delegação a participação da CNTU nos vários fóruns em que existam interesses confederativos e também dos profissionais com formação universitária.

Posse da FNE
Pinheiro, que também é presidente da FNE, convidou o ministro para a posse da diretoria que estará à frente da entidade na gestão 2013-2016, no dia 20 de março próximo, às 19h, no Espaço da Corte, na capital federal. Brizola Neto já confirmou presença no evento.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP




DigitalouvidoriaA Ouvidoria Geral de Campinas lançou nesta segunda-feira seu canal digital. Os cidadãos podem acessar o serviço pela internet aqui e também pelo número de telefone 0800 7727456. O objetivo do serviço, segundo o prefeito Jonas Donizete, é que a população fique mais atenta sobre os assuntos que envolvem a cidade. “A ampliação dos serviços serão um meio para a aproximação da prefeitura com as pessoas, na medida em que abrir espaço para denúncias, reclamações e sugestões. Estamos dando um grande passo para uma cidade mais justa.”

 

Imprensa – SEESP
Informação da Prefeitura de Campinas




CampinasA Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, informa balanço das ações de cuidado com a cidade previstas no Plano dos 100 Dias. Já foram tapados 5,5 mil buracos desde o lançamento da atividade, em 7 de janeiro. Também foram desobstruídas e limpas 1,2 mil bocas de lobo no Centro da cidade.

Outra grande obra, a do Viaduto Cury, está com 90% da reforma concluída. O recapeamento está pronto. Faltam apenas a pintura e a troca de juntas de dilatação, que devem ser terminadas até a próxima sexta-feira. A previsão inicial era de que o viaduto seria entregue reformado em 15 dias, mas a chuva obrigou a dilatação do prazo.

A drenagem de águas pluviais com ampliação de galerias e recapeamento da Rua Delfino Cintra, no Cambuí, também já está com 70% dos serviços executados. Até o próximo final de semana esta obra vai ficar pronta.

Na comunidade do Iraque, em Sousas, as equipes da Prefeitura já promoveram a limpeza e a remoção de detritos. Além disso, a Secretaria de Serviços Públicos está em fase de negociação com a Construtora MRV para mitigação por dano ambiental e reurbanização da praça local, que deve ter obras iniciadas em dez dias.

O recapeamento da Rodovia Heitor Penteado, na chegada de Sousas, foi iniciado. No Parque Santa Bárbara, região norte da cidade, foram executadas 60% das obras de urbanização das praças frontais e do bosque.

Na região leste, já foram realizadas 30% das obras de recuperação do Centro de Lazer e da praça Jaime Lerner, na Vila Nova. Também foram feitas 30% das obras de reurbanização do Centro de Lazer e do Bosque Omar Cardoso, no Flamboyant. Os dois locais vão receber nova iluminação, rearborização, reformas das quadras polieseportiva e do playground, restauração dos passeios e pintura.

As escadarias da catedral Metropolitana e a rua 13 de Maio, no centro comercial da cidade, têm sido lavadas diariamente, há dez dias. Os monumentos da região central também foram limpos. A partir de agora, a lavagem e a limpeza serão contínuas. Além do cuidado com os locais e monumentos, na linha de cuidado com as pessoas prevista no Plano dos 100 Dias, a população de rua que circula pela região central vai receber atenção especial da Secretariai de Cidadania, Assistência e Inclusão Social. E a Secretaria de Segurança também vai atuar no local com maior intensidade.


Imprensa – SEESP
Informação da Prefeitura de Campinas




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