No início de novembro, dois importantes eventos atrairão a atenção de todo o mundo. Neste dia 6, os eleitores americanos decidirão se o presidente Barack Obama continuará ou não no posto nos próximos quatro anos ou se o país voltará a ser comandado pelo Partido Republicano de Mitt Romney. No dia 8, começa o 18 º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, que deverá ratificar a escolha de Xi Jinping como Secretário Geral do Partido e novo presidente do país, que iniciará seu mandato em março do ano que vem.
Nos Estados Unidos, o que estará em jogo é o caminho a ser escolhido para manter o poderio americano. A diferença entre os programas de Obama e Romney é bastante grande. Para Obama, não é mais possível o país bancar o papel de Xerife do mundo. As condições financeiras do país impedem tal conduta. E acredita que a manutenção do poderio americano depende do fortalecimento da economia interna e dos investimentos em infraestrutura e educação. A prioridade é a redução do déficit e da dívida pública e principalmente dos níveis de desemprego. Já para Romney, a manutenção do papel de xerife mundial é condição para a recuperação da economia americana. Ele crê que os gastos militares servem de motor para a economia, desde que o Estado reduza seus gastos sociais. Menos Estado no campo social e mais presença militar internacional são bandeiras defendidas pelo candidato republicano.
As dificuldades enfrentadas por Obama ao longo dos últimos quatro anos, fruto da herança perversa da crise financeira de 2008, corroeram parte de sua popularidade. A lenta recuperação da economia americana nos últimos meses foi suficiente para estancar esta corrosão, mas não para trazer de volta toda a confiança que a população depositava no presidente. Mesmo assim, é provável que seja reeleito. O discurso de Romney, embora motivador, parece um pouco extemporâneo para os pobres, os jovens, os latinos e os negros americanos. A classe média liberal também contesta a relação custo-benefício da manutenção do poderio militar americano.
Na China, embora o ritmo de crescimento da economia tenha desacelerado, ele ainda continua alto para os padrões internacionais. Enquanto as economias americana e europeia devem fechar o ano com crescimento de 2% e 0% respectivamente, a economia chinesa deve crescer em torno de 8%. O crescimento chinês, que seria um sonho para outros países, pode se tornar um pesadelo para o país asiático. O novo governo chinês terá dificuldades para atender as gigantescas demandas de sua população. O aumento da desigualdade entre os pobres e ricos, a enorme burocracia interna, a carência de insumos energéticos e de alimentos, somados aos desejos de liberdade típicos da classe média ocidental e as denúncias de corrupção no governo, tornam difícil encontrar uma equação que possa satisfazer a todos.
O modelo de sucesso iniciado na década de 1990 por Deng Xiaopeng, que garantiu duas décadas de alto crescimento econômico, quadruplicou a renda per capita e estendeu a segurança social no país, parece estar se esgotando. Modelo econômico baseado na industrialização voltada para a exportação, manutenção de câmbio fixo em relação ao dólar, agregado ao modelo político centralizado já não consegue repetir os êxitos do passado.
O equacionamento dos problemas da China e dos Estados Unidos está interligado. As duas principais economias do mundo precisam de mudanças, e estas devem estar conjugadas. A menor dependência do mercado americano em relação às importações e a maior atenção do governo chinês ao mercado interno precisam ser implantados de forma gradual, progressiva e sobretudo concatenadas.
Assim como não é mais possível aos Estados Unidos continuar como xerife do mundo, também não é mais possível a China continuar como a fábrica do mundo. Da superação dessas condições depende o crescimento da economia global. Para o Brasil, especialmente, o sucesso dos dois principais países do planeta tornou-se condição para o seu próprio sucesso.
* Alcides Leite é economista e professor da Trevisan Escola de Negócios
Imprensa - SEESP
A expansão urbana — ou seja, a transformação em área urbana de terrenos definidos legalmente como rurais — não é controlada, nem sequer planejada por parte considerável dos municípios, aponta pesquisa da FAU/USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo). As cidades aumentam seus perímetros urbanos casuisticamente ou criam, sem regulamentação federal, figuras jurídicas para contemplar estruturas como condomínios fechados, ranchos ou sítios, novas tipologias do mercado para famílias de rendas médias e altas. De acordo com a arquiteta Paula Santoro, essa expansão é caracterizada por uma normatização on demand, definida a partir das demandas do mercado imobiliário e da correlação de forças com o setor agrícola.
A tese de doutorado “Planejar a expansão urbana: dilemas e perspectivas” de Santoro, teve a orientação do professor Nabil Georges Bonduki, da FAU. Segundo a pesquisa, a expansão ocorre sem planejamento ou controle porque os municípios compõem com o mercado imobiliário em torno de uma ideia comum: “crescer em expansão urbana é desenvolver-se”. De 100 municípios paulistas cujos dispositivos legais e figuras jurídicas foram estudados pela pesquisadora, 28 possuem leis municipais voltadas para loteamentos fechados sem que haja uma regulamentação federal. Isso sem falar nos que possuem a tipologia, sem reconhecê-la através de normas. A arquiteta critica a conivência com tal tipo de empreendimento. “As áreas verdes ficam ilhadas entre muros. Não há mais espaços públicos, de encontro, de cidadania”, afirma.
Um dos três estudos de caso realizados mostra esta coalizão social em torno dos benefícios da urbanização: as elites se articulam com os políticos e com a mídia, e tentam estruturar e vender para a cidade a ideia de que crescer é bom, para obter lucros a partir do processo de urbanização. No entanto, a cidade encontra seu limite nas terras voltadas à produção de cana de acúcar. Esse produto agrícola demanda terras próximas à usina, para diminuir custos com transporte. Mesmo tendo um valor menor que o urbano, essas áreas são mantidas pelos produtores rurais pela importância que têm para seus negócios.
Controle
Há casos em que o município trabalha para tentar controlar a expansão. Em São Carlos (SP), há uma cobrança que incide na transformação da área rural em urbana. O objetivo é recuperar parte da valorização que o proprietário obtém na mudança e que deveria ir para a coletividade, uma vez que poder expandir foi uma decisão pública e não pode beneficiar poucos.
Já em Bogotá, capital da Colômbia, que foi estudada como uma das referências internacionais, a expansão urbana é fortemente planejada, como forma de que a infraestrutura urbana acompanhe o crescimento da cidade. Mesmo assim, a lógica do mercado ainda permanece e dificulta a obtenção de um bom resultado urbanístico. Há uma forte concentração de pobres em uma região e os ricos isolam-se em outra, bem distante da primeira.
Expansão
Segundo a pesquisadora, a expansão urbana brasileira pode ser dividida em três grandes momentos. O primeiro, entre as décadas de 1930 e 1950, se dá no contexto da industrialização como política econômica e se caracteriza pela ausência de controle sobre o crescimento das cidades, como forma de criar um exército de reserva de mão-de-obra para baratear custos e facilitar a expansão industrial.
O segundo momento, compreendido no período da ditadura civil-militar (1964-1985), tem como principal traço o descompasso entre a produção de casas e a produção da cidade: ao mesmo tempo em que as políticas habitacionais recebem muito investimento por intermédio do Banco Nacional da Habitação (BNH), a infraestrutura urbana não recebe a mesma atenção. Também surgem diversas leis para tratar da expansão urbana.
O terceiro momento, que vai da redemocratização até os dias de hoje, se define pela criação de novas regulações e instituições, como o Estatuto da Cidade, mas delega a maior responsabilidade sobre o tema aos municípios. É nesse contexto que ocorre a flexibilização do parcelamento do solo, que permite que municípios definam como urbana áreas sem equipamentos urbanos mínimos e estes terminam por criar figuras jurídicas que se contrapõem a normas federais.
A arquiteta ainda critica programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, no que tange ao tema da expansão urbana. Segundo ela, o programa deixa para os municípios a questão do planejamento urbano, mas eles não têm força para direcionar onde querem os empreendimentos garantindo a produção de cidades e não apenas de casa, em lugares já urbanizados e infraestruturados. “Estamos repetindo a política do BNH (Banco Nacional de Habitação), construindo casas na periferia, longe da cidade, com mais recursos e mais flexibilização das normas urbanísticas”, conclui. “A terra, no Brasil, nunca foi encarada com um elemento estruturante.”
Imprensa – SEESP
Da Agência USP de Notícias
O que são bairros sustentáveis? Este é o tema da reportagem especial do JE (Jornal do Engenheiro) na TV, desta semana. São entrevistados o arquiteto e urbanista Ricardo Corrêa e o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto. Eles discorrem sobre o conceito de sustentabilidade numa perspectiva maior, onde estão incluídas outras dimensões sociais, como a cultural, de oferta de emprego, produtos e serviços sociais, circulação de pessoas, transporte coletivo, além das questões ligadas diretamente ao meio ambiente.
Neto descreve a magnitude do debate numa cidade como a de São Paulo, que tem 11.300 milhões de habitantes ocupando 1.500 quilômetros quadrados, com 96 distritos distribuídos em 31 subprefeituras. “O bairro sustentável está diretamente ligado à participação ativa da sociedade na definição das regras”, defende. Já o arquiteto Corrêa observa que o conceito de sustentabilidade é transversal. Saiba mais sobre o tema assistindo ao programa do SEESP.
A entrevista especial traz o jornalista Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), que falará sobre a atuação do organismo criado em 1983 pelo movimento sindical brasileiro para ser um elo entre o mundo do trabalho e o Congresso Nacional. Ele vai lembrar os vários projetos elaborados pelo departamento, como o da proibição da dispensa imotivada, que tomou como base a experiência da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e sua Convenção 158.
O Diap, explica, ficou conhecido, também, pelo trabalho de “monitoramento” da atuação dos parlamentares, na Câmara Federal e no Senado, em relação às matérias de interesse da classe trabalhadora. Foi o caso do processo constituinte, de 1987 a 1988, e a edição, posterior, do livro “Quem é quem na Constituinte”, que, segundo Queiroz, depois de mais de 20 anos do seu lançamento ainda repercute no meio político nacional.
No quadro “No Ponto”, o presidente do sindicato, Murilo Celso de Campo Pinheiro, destaca o engajamento do SEESP na luta pelo fim do fator previdenciário, que reduz o valor das aposentadorias dos trabalhadores brasileiros. Pinheiro critica o prejuízo que o sistema causa àqueles que começaram a trabalhar mais cedo. Por isso, defende a unidade de sindicatos e centrais sindicais para mudar o sistema, que está em pauta em Brasília.
O JE vai ao ar sempre às terças-feiras, às 19h, na cidade de São Paulo, pelos canais 9 (NET), 72 (TVA) e 186 (TVA Digital), ou no mesmo dia e horário pela internet neste link. O programa é transmitido para outras cidades paulistas e de outros estados, confira aqui a programação.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP
Lançado em agosto pelo governo federal com grande aparato midiático, o Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias (PNL), embora tenha estabelecido normas para o desempenho da atividade de motorista, inclusive horário de descanso obrigatório, entre outras providências, não levou em conta um dado fundamental para que a legislação seja cumprida: a falta de locais adequados para serviços de higiene, alimentação e descanso desses profissionais.
Na verdade, o governo, antes de lançar o PNL, sequer se preocupou em fazer um mapeamento que estabelecesse a presença de condomínios logísticos ou postos de serviços ao longo da malha rodoviária nacional que possam oferecer boas condições de infraestrutura para que a legislação seja cumprida. Quer dizer, faz-se uma legislação de primeiro mundo para um país que, em muitas de suas regiões, ainda é de terceiro mundo.
Como se sabe, a maior parte dos condomínios logísticos que existem no Brasil está na região Sudeste (83%), enquanto a região Sul fica com 8,3% do total. O restante (menos de 10%) está dividido entre as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, segundo dados do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), do Rio de Janeiro. Aliás, esta última região é a que menos infraestrutura oferece em termos de condomínios logísticos, talvez porque a sua produção esteja majoritariamente ligada ao agronegócio.
Já o Nordeste, com 7% do total, de acordo com o estudo do Ilos, é aquela parte do País que maior evolução apresenta no setor, o que significa que pelo menos há uma preocupação da iniciativa privada, diga-se de passagem, de suprir essa carência, obviamente em função do crescimento econômico da região que se reflete na movimentação de cargas.
Portanto, está claro que o governo federal precisa também baixar outras medidas que venham a incentivar a criação de redes de armazenagem e logística ao longo da malha rodoviária brasileira para atender não só àquelas empresas que necessitam de estrutura para fazer a consolidação de cargas com vistas à redistribuição e outras operações bem como para atuar como área de apoio aos motoristas e outros profissionais, oferecendo inclusive segurança pessoal e patrimonial e serviços de alimentação. Hoje, esse tipo de infraestrutura só existe, praticamente, à beira dos grandes eixos rodoviários na região Sudeste, em função da proximidade com os grandes mercados consumidores e de alguns incentivos fiscais.
Atraídos por esses incentivos e recursos a juros civilizados, os investidores poderiam em pouco tempo aumentar a oferta de condomínios logísticos no Brasil, o que, com certeza, iria se refletir positivamente não apenas na qualidade dos serviços como nos preços dos aluguéis cobrados por seu uso, hoje considerados excessivos. Tudo isso iria contribuir para o aumento da competitividade da logística brasileira.
* por Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)
Imprensa - SEESP
O Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia) e o governo do Estado do Acre estão discutindo a implantação de convênio assinado, em setembro último, para que a entidade educacional do SEESP ofereça cursos de graduação e de educação continuada para estudantes acrianos. O diretor-presidente da Fapac (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre), professor Pascoal Torres Muniz, esteve em São Paulo, recentemente, onde manteve reuniões com as diretorias administrativa e acadêmica da entidade de ensino dos engenheiros. “O convênio é para atender às demandas do nosso estado em termos de formação e capacitação profissionais. Estamos acertando a possibilidade de jovens acrianos fazerem o curso de Engenharia de Inovação”, explica Muniz, informando, ainda, que serão buscadas bolsas de estudo junto ao ProUni (programa do governo federal), ao próprio estado e até em parcerias com a iniciativa privada.
O diretor administrativo do Isitec, Fernando Palmezan Neto, elogia a iniciativa do estado da região Norte do País, que se dedica em garantir a evolução científica dos seus estudantes em prol do desenvolvimento e crescimento do Acre. “Sem dúvida é uma medida extremamente importante, que tem uma visão de futuro”, observa. A ideia é o aluno, que estudará no Isitec, levar e aplicar o conhecimento adquirido para gerar as soluções que o estado necessita em termos de infraestrutura, principalmente.
Muniz avalia que o Isitec é uma iniciativa inovadora e necessária, que prestará um grande serviço, em termos de formação na área de engenharia, ao País. Novas reuniões serão realizadas para definir a execução do convênio.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP
Entre os dias 12 e 18 de novembro, um grupo formado por 638 estudantes de todo o País se reunirá em São Paulo para disputar a edição 2012 da Olimpíada do Conhecimento. Mais que um torneio que avalia a habilidade e o desempenho em 54 profissões, a competição, promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), funciona como uma vitrine do que o País tem de melhor no chamado ensino profissionalizante. Para os jovens, é a chance de “carimbar o passaporte” para a disputa mundial, a WorldSkills, na qual o Brasil vem fazendo bonito nos últimos anos. Na edição 2011, realizada em Londres, os representantes brasileiros ficaram na segunda posição, atrás apenas dos colegas da Coreia do Sul.
Quem passa por esses funis, tanto na etapa nacional como na internacional, transforma-se numa espécie de “Einstein do chão de fábrica”, por aliar conhecimento teórico e técnico de alto nível. Tão importante quanto esse reconhecimento é que os estudantes que se dão bem na competição passam a ser disputados pelas empresas. É o caso de Mateus Benedetti Freitas, de Campinas, no interior de São Paulo, ganhador da medalha de ouro em eletrônica em 2009. “O curso técnico me ajudou a entender a rotina de uma empresa”, diz Freitas, que trabalha como técnico de processos na coreana Samsung. “Isso é importante diferencial para quem pretende ingressar no mercado de trabalho.”
Aluno do terceiro ano de engenharia da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Freitas faz parte de um seleto grupo que enxergou na formação técnica um atalho para o primeiro emprego. Apesar das evidências – cerca de 90% dos egressos de instituições como o Senai conseguem emprego na área desejada –, apenas 6,6% dos jovens brasileiros, entre 15 e 19 anos, optam pela formação técnica no nível secundário. Nos Estados Unidos e na Europa essa taxa chega a 50%. Para o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, esse fenômeno é fruto do modelo educacional brasileiro, que tem uma forte vertente academicista. “Não havia um incentivo à graduação técnica, pois se partia do princípio de que todos os jovens irão para a faculdade”, afirma Lucchesi.
A prática mostra, no entanto, que somente 14% dos que concluem o segundo grau seguem estudando. O resultado disso se traduziu, nos últimos anos, no fenômeno batizado pelos especialistas como “apagão de mão de obra”. É fácil encontrar alguém que já penou para conseguir contratar um eletricista, um marceneiro ou um pedreiro para fazer um conserto ou uma reforma em sua casa. Mais: um dos motivos apontados para a desaceleração do ritmo da construção civil foi a falta de pedreiros, mestres de obras e operadores de máquinas. “O Brasil vive uma situação duplamente ruim”, diz o economista John Schulz, sócio-fundador da BBS Business School, de São Paulo. “Faltam tanto técnicos de nível médio quanto de nível superior.”
Se nada for feito, a situação só tende a piorar. O Mapa do Trabalho Industrial 2012, elaborado para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), indica que, no período 2012-2015, serão necessários 7,2 milhões de técnicos em 177 áreas distintas. Em muitas delas, o salário inicial é de R$ 2,1 mil, de acordo com Lucchesi. O lado bom dessa história é que essas profissões (veja as mais cobiçadas no quadro abaixo) podem se constituir em uma porta de entrada segura para quem deseja ingressar no mercado. Principalmente no caso dos jovens entre 16 e 24 anos, faixa etária na qual o nível de desemprego é de 13%, o dobro da registrada no País. Uma das explicações para essa distorção é a falta de qualificação. Problema que nunca afetou o paulista Fernando José Mangili Luiz.
Nascido em Bauru, ele vive hoje no Rio de Janeiro, onde atua como projetista de tubulações para prospecção de petróleo na Subsea 7. “Desde o início dos cursos tenho sido contratado para fazer projetos”, afirma. Assim como o campineiro Freitas, ele se sagrou campeão da WorldSkill, na edição realizada no Canadá, em 2009, na categoria desenho mecânico em CAD. Para dar vazão à crescente demanda do País por técnicos, a direção do Senai está expandindo sua rede de escolas. A meta é ampliar o número anual de matrículas de 2,5 milhões para quatro milhões, até o final de 2014. Hoje, os cursos são realizados em 900 unidades e 300 escolas-móveis, além das cerca de 100 indústrias conveniadas. “Cobrimos 2,6 mil municípios”, afirma Lucchesi. O alvo são os jovens como o catarinense Natã Miccael Barbosa.
Desde a infância ele era apaixonado por informática. O desejo de montar e desmontar computadores o levou a se matricular em um curso técnico no Senai, quando completou 17 anos. Três anos depois, em 2011, foi para Londres, onde bateu 28 colegas da Coreia, da China e dos Estados Unidos, entre outros países, no WorldSkill de Londres. Hoje, ele atua no desenvolvimento de softwares para a cadeia de suprimentos da Neogrid, em Joinville, no norte de Santa Catarina. À noite, frequenta o curso de sistemas de informação na Universidade Católica de Santa Catarina. Assim como acontece com seus colegas, as despesas com a faculdade são pagas pelo Senai. “A opção pelo curso técnico me garantiu uma carreira sólida na área que sempre pensei em atuar”, diz Barbosa.
Imprensa – SEESP
Notícia da Revista Istoé Dinheiro – por Rosenildo Gomes Ferreira - 04/11/2012
Desastres ambientais decorrentes da exploração de petróleo e gás natural no litoral brasileiro são um risco iminente para as concessionárias do setor energético. Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), realizada na ANP (Agência Nacional do Petróleo), no Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e na Marinha do Brasil, constatou índices precários nos controles de segurança operacional e ambiental em unidades offshore – plataformas instaladas em áreas oceânicas – de produção de petróleo e gás natural, além da demora de respostas em casos de desastres ambientais.
Segundo o trabalho, a ANP peca ao autorizar o funcionamento de plataformas petrolíferas com base, apenas, em documentos declaratórios oriundos da concessionária energética, denominados Documentação de Segurança Operacional (DSO). Embora tenham plataformas com autorização da ANP para funcionar, ainda não foram submetidas a inspeções in loco, o que denota maior risco de acidentes e possíveis impactos ambientais. Também foi constatado que, nos casos de acidentes, a ANP não tem investigado todas as ocorrências e os resultados das auditorias não são disponibilizados na internet nem informados ao Ibama e à Marinha.
Outro fator que reforça a precariedade do controle operacional é a falta de critérios técnicos mínimos dos guias de preenchimento da DSO que permitam uma análise, pelos servidores da ANP, das informações prestadas pelos concessionários. De acordo com a auditoria, a falta de definição desses critérios dá margem a diferenças de interpretação e prejudica a transmissão de conhecimentos ao longo do tempo.
No que se refere ao controle ambiental, o Ibama não estabelece formalmente critérios para orientar suas vistorias nas plataformas petrolíferas. Assim, não há a definição de itens de verificação obrigatória nem da periodicidade mínima das inspeções. Além disso, foi identificado que o Ibama não fiscaliza regularmente a disponibilidade de equipamentos e materiais de resposta a emergências estabelecidos nos Planos de Emergência Individuais (PEI) nem a localização das embarcações de apoio às plataformas offshore.
O trabalho também identificou a ausência da implementação do Plano Nacional de Contingência (PNC) e dos Planos de Área (PAs), complementares aos Planos de Emergência Individuais (PEIs). A ausência desses planos, segundo o ministro-relator do processo Raimundo Carreiro, prejudica a cooperação entre as entidades envolvidas em possíveis acidentes, além de dificultar a produção de respostas céleres para estes casos. O ministro destacou a importância da implementação do PNC por parte da Casa Civil e do Ministério de Minas e Energia.
O TCU recomendou à ANP que adote meios para confirmar as principais informações declaradas nas DSOs, por meios de inspeções ou diligências, além de estabelecer critérios técnicos mínimos para análise das informações prestadas pelos concessionários por meio das DSOs.Também destacou a importância do desenvolvimento de indicador correlacionando os volumes de fluidos poluidores derramados no mar com os correspondentes volumes de produção.
No que se refere à segurança ambiental das plataformas offshore, foi recomendado ao Ibama que elabore procedimentos que orientem o planejamento e a execução das vistorias técnicas nas plataformas; que fiscalize a efetiva possibilidade, in loco, dos equipamentos e materiais relacionados nos PEIs, além de buscar a regulamentação dos procedimentos administrativos e operacionais relacionados às ações de gestão de risco, prevenção e atendimentos a acidentes e emergências ambientais.
Os órgãos têm prazo de 90 dias para informar ao TCU as providências adotadas.
Imprensa – SEESP
Informação da Assessoria de Imprensa do TCU
Acontece dias 9 e 10 próximos o 2º Workshop Smart Grid Energia 2012, em Campinas. O evento, realizado pela empresa R.Ferrarezi Engenharia e Consultoria, terá apresentação de projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), com palestras que versarão sobre Smart Grid, P&D, Conversão de Energia, Laboratórios de Ensaio e Calibração em Alta Potência, Energia Renovável, Energias Alternativas, Eficiência Energética, Harmônicas, Fator de Potência, Regulamentação na Área de Energia, dentre outros. Foram convidados palestrantes do Sebrae-SP, Aneel, CCEE, Inmetro, Petrobrás, CPFL, Unicamp, CTEEP, UEM, ELN, Cobei, Siemens, FITec, Abinee, PUC, USF, Órion, e diversos convidados ligados ao setor energético e de universidades.
O valor do investimento para participação é de R$ 150,00, para um dia, ou R$ 250,00, para os dois. Estudantes de escolas técnicas e universidades pagam R$ 150,00 pelos dois dias ou R$ 100,00, para um. Os valores incluem coffee break e almoço no hotel. As inscrições devem ser feitas com a R. Ferrarezi Engenharia e Consultoria, pelos telefones (19)3025-2559 e 8806-6040 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. A atividade será no Hotel Nacional Inn.
Marta Adriano
Delegacia Sindical do SEESP – Campinas
Até 18 de dezembro a Escola Politécnica (Poli) da USP recebe inscrições para a quarta turma do curso de Especialização em Engenharia Automotiva. O curso tem como objetivo preparar, atualizar e qualificar profissionais sobre produtos, serviços e processos industriais, com competência abrangente para solucionar problemas técnicos e de gestão de empresa do setor automotivo.
O aluno recebe o certificado de Especialista em Engenharia Automotiva, emitido pela USP. Os aprovados realizarão suas matrículas entre 3 e 23 de janeiro de 2013.
As aulas são presenciais, com carga horária mínima de 372 horas/aula. Ao todo, são 14 disciplinas – obrigatórias e optativas: Projeto e Arquitetura de Veículos, Tópicos Especiais de Engenharia Automotiva (ambas obrigatórias), Chassis e Carroceria, Motores de Combustão Interna, Conforto Veicular, Gerenciamento de Custos e Investimentos, entre outras.
Para inscrever-se, o candidato deve preencher ficha disponível neste link, além de apresentar documentos. A taxa de inscrição é de R$ 220,00. O endereço é Av. Prof. Mello Moraes, 2.231, Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações: (11) 3817-5488, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e neste site.
Imprensa – SEESP
Informação da Agência USP de Notícias
Tradição, economia e saúde. Agricultoras dos assentamentos Ramada e Nova Ramada II no município Júlio de Castilho, no Rio Grande do Sul, participaram, durante um ano, de uma pesquisa que resgatou a cultura alimentar das famílias. O trabalho foi concluído neste mês, com um evento em que foram servidos diversos pratos e expostas as histórias das 19 famílias envolvidas.
A iniciativa foi da Emater do Rio Grande do Sul, que presta assistência técnica aos assentamentos. A extensionista Marisete Rockenbach explica que, primeiro, as agricultoras foram estimuladas a resgatar a história das famílias, montando suas árvores genealógicas. A lembrança da alimentação dos antepassados levou à comparação com os hábitos atuais. Depois, foram feitos levantamentos de custo da produção própria de certos itens e do preço pago para aquisição nos mercados.
A comparação mostrou que a produção própria pode resultar em até 77% de economia nos itens mais consumidos na região. "E é mais saudável", enfatiza Juliana dos Santos, assentada há 20 anos. No lote, ela tem soja, vacas de leite, milho, pastagem. E as "miudezas": mandioca, batata, verduras. "Tenho carne, leite e legumes em casa", conta Juliana, que compra no mercado apenas itens como farinha, arroz e açúcar.
História
Para além da economia, a pesquisa emocionou as assentadas ao recordar as origens das famílias. "Para mim foi maravilhoso. Lembramos as coisas de antigamente. Tem coisas que ainda fazemos igual", afirma Juliana. Com a sogra Bernadete Bellini, ela preparou um macarrão caseiro com molho de galinha caipira no evento que encerrou a pesquisa, no dia 18, no salão comunitário do assentamento Ramada.
Mais de 30 variedades de pratos preparados e produzidos pelas participantes foram apresentados, como bolo de melado, batata doce assada, nhoque de colher, pão de milho e torta mantuana, entre outros. Também foram expostos painéis com as receitas, os custos de produção e do mercado, pratos típicos das famílias e as árvores genealógicas.
"Foi muito gostoso. Nos reunimos, fizemos as coisas de antigamente", conta Bernadete Bellini, que resgatou a história dos avós e pais – parte da família veio da Alemanha, parte da Itália. A diferença desta geração? "Hoje tem gente que prefere comprar. Nós temos o costume de plantar, plantamos de tudo. É mais gostoso e não tem veneno", diz.
Imprensa – SEESP
Informação do Ministério do Desenvolvimento Agrário