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10/05/2022

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Petrobras para quê e para quem?


Instrumento essencial ao desenvolvimento nacional, a empresa não pode ser administrada como mera geradora de dividendos. É preciso compreender sua importância estratégica e brecar o desmonte em marcha.


PetrobrasNa semana passada, o noticiário econômico foi tomado pelas manchetes sobre lucros e distribuição de dividendos bilionários da Petrobras. Foram R$ 44,5 bilhões de ganhos em um único trimestre, dando sequência ao recorde de 2021, quando a companhia auferiu R$ 106 bi no ano. Não restam dúvidas que, do ponto de vista financeiro e dos acionistas que recebem os polpudos dividendos, é um resultado admirável. Mas seria esse o único propósito da empresa?


Para os responsáveis pela gestão da Petrobras nos últimos anos, lamentavelmente, a resposta parece ser sim. Entre as medidas lastimáveis está a adoção, em 2016, da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), o que leva a sociedade brasileira a pagar pelos combustíveis valores que oscilam conforme a cotação internacional do petróleo e a variação cambial, ainda que o País detenha uma das maiores reservas do mundo a partir da descoberta das reservas do pré-sal.


Como se sabe, a opção tem pesado fortemente no bolso dos brasileiros, e não só aos que abastecem seus veículos. Os combustíveis caríssimos afetam toda a produção nacional, altamente dependente do transporte de cargas movido a diesel. A dinâmica tem tornado itens básicos inacessíveis a muitos, agravando o quadro de pobreza e fome no País.


Menos evidente que o litro da gasolina a R$ 9,00 e o botijão de gás a R$ 130,00, estão os reflexos de outras decisões que vêm paulatinamente promovendo perda de relevância pela Petrobras, a exemplo do fim da política de conteúdo local determinado em 2017, o que abalou a indústria nacional e provocou demissões no setor, afetando em especial a engenharia. 


Também, conforme mostra matéria publicada no Jornal do Engenheiro, há verdadeiro desmonte em andamento, com destaque para a venda das refinarias brasileiras, o que pode impedir objetivamente a produção nacional de combustíveis e relegar a Petrobras a mera exploradora de petróleo.


Reverter esse quadro é tarefa que se coloca a toda a sociedade, que não pode abrir mão passivamente de um instrumento fundamental à construção de um futuro melhor. A Petrobras continua sendo essencial à defesa da soberania nacional e de um projeto de desenvolvimento que possa alçar o Brasil à condição de país justo, próspero, avançado científica e tecnologicamente, além de capaz de promover a preservação ambiental e o uso sustentável dos seus recursos naturais.


Sigamos juntos nesta luta que é da engenharia nacional e de todos os brasileiros.


Eng. Murilo Pinheiro – Presidente

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Comentários  
# OBRIGAÇÕES DO ESTADOJohannes Luyten 12-05-2022 10:39
Alem da Educação, Saúde e Segurança que deveriam ser sim totalmente privatizadas, só se justifica o Estado atuar onde o setor privado não dispõe de meios ou interesse econômico. Não existem empresas mais ou menos indispensáveis ou importantes na economia. Todas são importantes e exercem funções em harmonia. Sou engenheiro formado há mais de 50 anos e posso afirmar que não há diferença em atuar profissionalmen te no setor privado ou estatal. O Brasil pertence a nós todos, e a Economia rege a competência e o nosso progresso. Pela sua importância, a Petrobras deveria começar a se livrar de atividades não essenciais (como até recentemente possuir postos de gasolina, etc.), formar alianças estratégicas com empresas de excelência e gradualmente se integrar na ANP junto com as Universidades e CENPES e exercer a função de planejar o futuro energético do Brasil e fiscalizar as atividades previstas em leis. Desde 1953, todos nós Brasileiros de uma forma ou outra participamos da formação da Petrobras, não para beneficiar governos e governantes, mas sim como fomento para o progresso. Está na hora dela devolver os nossos dividendos.
Responder
# PetrobrasFernando Palmezan 10-05-2022 11:03
Tema vital para a soberania do País.
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