As propostas da engenharia para o País avançar em 2023
Nova edição do projeto “Cresce Brasil” aborda temas essenciais para superar precariedade social e atraso industrial e tecnológico. É hora que de dar salto decisivo pela melhoria das condições de vida da população.
Atividade voltada ao desenvolvimento por excelência, a engenharia é ofício intrinsecamente ligado à resolução de problemas complexos, ao fazer mais com menos, ao melhor custo-benefício. Tal esforço se guia pelo conhecimento e rigor técnico e pela dinâmica da inovação que permite ir além do que está estabelecido.
O projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” é fiel a essa vocação da profissão. Lançado em 2006 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), desde então é instrumento vivo e permanente de mobilização da nossa categoria para contribuir com a construção de um país melhor.
Ao longo desse período, passamos por turbulências das mais diversas naturezas, incluindo uma pandemia que ceifou mais de 700 mil vidas no Brasil, e uma severa crise econômica, que combinou baixo crescimento e alta inflação, ainda não superada plenamente, apesar dos indicadores mais positivos ao final de 2022.
Juntamente com o aumento da pobreza, a volta da fome, a subutilização da força de trabalho que atinge cerca de 22 milhões de brasileiros, a precarização e baixos salários, são muito preocupantes, por exemplo, os retrocessos verificados na produção industrial e em ciência, tecnologia e inovação.
Diante de tal cenário, no espírito da engenharia de buscar saídas, a FNE lança neste início de 2023 um novo “Cresce Brasil”, sob o mote “Hora de avançar – Propostas para uma nação soberana, próspera e com justiça social”, reiterando a disposição de contribuir com essa agenda que é tanto enorme quanto urgente.
Na recente edição, com a colaboração de excelentes consultores, foram abordados temas que apontam para duas questões essenciais que precisam ser enfrentadas conjuntamente.
A primeira é melhorar imediatamente as condições de vida da população brasileira, em grande parcela vivendo precariamente. Assim, estão na pauta o desenvolvimento urbano, a habitação, o transporte e a engenharia pública que precisa estar presente nas cidades e estados, notadamente a Engenharia de Manutenção, como forma de prevenir acidentes e evitar prejuízos, promover a segurança das pessoas e o melhor uso dos recursos públicos.
A segunda, que tem como objetivo último promover os meios para que haja justiça social e bem-estar, está focada nas áreas consideradas estratégicas para que o Brasil dê um salto efetivo: investimentos em pesquisa e desenvolvimento, reindustrialização do País levando em conta suas vantagens estratégicas e a dinâmica da economia global.
Nesse contexto, inclui-se a muito bem-sucedida agropecuária brasileira, que deve seguir gerando riqueza, mas com compromisso absoluto com a sustentabilidade socioambiental e atenção à segurança alimentar.
Integra essa lógica um planejamento energético voltado à soberania nacional, aproveitando o enorme potencial de fontes renováveis, que pode colocar o País em posição de liderança mundial no empenho pela transição rumo à descarbonização e ao combate às mudanças climáticas.
Por fim, entra em debate a importância da formação de qualidade e inovadora para os nossos futuros engenheiros, que se defrontarão com desafios cada vez maiores e precisarão estar aptos a cumprir seu papel na sociedade.
Sigamos rumo à construção de um Brasil justo e desenvolvido, em que o viver bem e em paz seja a tônica dominante.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente