Engenharia para proteger as pessoas
Preparar as cidades brasileiras para que a população não volte a viver um desastre como o ocorrido em São Sebastião deve ser tarefa prioritária dos governantes. Tema estará na pauta do lançamento da nova edição do projeto “Cresce Brasil”.
A tragédia vivida pela população de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, onde fortes chuvas causaram destruição e mortes, precisa ser um alerta decisivo a que sejam tomadas as providências necessárias para que algo semelhante não volte a acontecer. Classificado como um evento climático extremo, esse é mais um episódio de uma série nos últimos anos, e certamente não será o último, conforme alertam os estudiosos da questão.
O Brasil precisa, portanto, fazer frente ao desafio posto e aliar o compromisso de redução das emissões de poluentes, de preservação das florestas e dos recursos naturais à prevenção dos desastres e adaptação das cidades, o que exige uma nova visão urbanística.
Entre os pontos enfatizados por especialistas, está um plano de macrodrenagem, inexistente em grande parte dos municípios. Há que se criarem áreas verdes, reduzindo a impermeabilização do solo, e despoluir rios e córregos. Tema candente é ainda a promoção da regularização fundiária e ambiental. Além de vastos territórios irregulares, verifica-se a ocupação de áreas de mananciais e de risco. Além disso, é preciso entrar na agenda a revisão das edificações e infraestruturas urbanas, como pontes e viadutos.
Em toda essa agenda, que certamente exige vontade e competência política, a engenharia também tem papel central. Fica ainda mais evidente a urgência em se dotar as administrações públicas de órgãos voltados à prevenção e manutenção para garantir qualidade de vida no cotidiano das cidades, e também resiliência nos casos de situações extremas.
Proposta nesse sentido está incluída na nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, que destaca a necessidades de programas públicos para investimentos na ampliação de capacidade em resíduos sólidos, transportes, educação, saúde, água, saneamento e iluminação pública. Para dar conta da tarefa, são necessários quadros técnicos qualificados que supram as necessidades da população, notadamente engenheiros das diversas modalidades que precisam ser alocados nas administrações públicas.
Essa discussão, cada vez mais premente, estará na pauta do seminário de lançamento da publicação “Hora de avançar – Propostas para uma nação soberana, próspera e com justiça social”, que acontece no dia 6 de março, a partir das 8h30, na sede do SEESP.
Vamos todos juntos debater e buscar soluções para melhorar as condições de vida da população brasileira.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente