Hidrogênio verde, combate à crise climática e engenharia
Potencial nacional em energia renovável e oportunidades à inovação tecnológica estiveram em pauta em excelente atividade realizada em Porto Alegre, em parceria com a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.
O debate sobre o avanço da tecnologia voltada à produção e utilização do hidrogênio verde no Brasil ganhou reforço importante com o evento realizado em Porto Alegre, na quinta-feira (5/10), quando entrou na pauta o potencial dessa fonte energética no Estado do Rio Grande do Sul.
Promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio Grande do Sul (Senge-RS) e pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do projeto H2Brasil, implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, a atividade deu sequência à parceria nessa discussão, inaugurada em março último com o seminário sediado em São Paulo.
Ponto fundamental a alicerçar esse trabalho conjunto e o empenho da GIZ no Brasil é a matriz energética nacional, em grande parte renovável. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), são 48,4% de fontes limpas, contra a média mundial de 15%. Na geração de eletricidade, a participação das fontes limpas saltam para 92%, conforme informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CEEE) referentes a 2022.
Considerando que ainda há enorme possibilidade de crescimento em alternativas como fotovoltaica, eólica e biomassa, o Brasil pode seguramente exercer papel de relevância no esforço mundial da transição energética, com destaque para a produção de hidrogênio verde. Esse pode ter inúmeras aplicações, especialmente nos setores em que a eletrificação é considerada mais difícil, entre os quais, o transporte rodoviário e a indústria de fertilizantes, englobando áreas que demandam atenção nas emissões brasileiras.
Outro motor e incentivo cruciais ao desenvolvimento do hidrogênio verde no Brasil é a engenharia nacional instalada e a possibilidade de avanços, com inovação tecnológica. Os investimentos na produção dessa energia, além de cumprir papel importante na descarbonização da economia, podem propiciar a geração de empregos de alto nível. Até por isso, o tema deve estar cada vez mais presente desde os cursos de graduação, conforme relata a presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), Adriana Tonini.
A preocupação com a formação é acertada também pela perspectiva do Plano Estadual de Energia 2050, em elaboração pelo governo paulista, que prevê o hidrogênio como alternativa competitiva e papel destacado na matriz brasileira em 30 anos. Assim, é fundamental que haja planejamento estratégico, projetos, previsão de recursos públicos e privados e qualificação de mão de obra para que possamos produzir com valor agregado, abrindo oportunidades aos engenheiros e à indústria nacional.
Sigamos no caminho certeiro de buscar desenvolvimento, bem-estar da população e preservação ambiental.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente