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Distância torna grandes plataformas inviáveis, por isso elas devem ser substituídas no futuro

        Na ficção, ganhou fama a existência de um continente que teria desaparecido no fundo do mar após um desastre natural. A lenda de Atlântida, a cidade perdida, foi amplamente retratada em livros, em desenhos e no cinema no século XX.
        No mundo real, em pleno século XXI, a Petrobras prepara-se para criar verdadeiras cidades submersas, que vão marcar uma nova fase na exploração e produção de petróleo em grandes profundidades, na camada pré-sal. No leito marinho, a mais de 2 mil metros da superfície, poderão ser instalados os principais equipamentos que hoje funcionam nas plataformas, permitindo que elas se tornem menores, mais leves e, mais importante ainda, mais baratas. Todo o sistema terá um alto grau de automação, com parte da operação podendo ser controlada a distância.
        As cidades submersas da Petrobras serão habitadas por máquinas, equipamentos gigantescos e robôs encarregados de vistoriar os sistemas de produção para extrair milhões de barris de petróleo. Parece ficção científica, mas se trata de uma das mais importantes vertentes de pesquisas realizadas pela Petrobras em parceria com universidades e empresas fornecedoras.
        "O nosso alvo daqui a dez anos é não precisar de plataformas", diz Carlos Tadeu Fraga, gerente-executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Se isso será possível, só o tempo dirá. Ele fala de um objetivo ambicioso que é o de colocar no fundo do mar, em um horizonte de dez anos, as plantas de processo, sistemas de compressão, de separação (de óleo, gás, água e areia) e até mesmo os módulos de geração de energia necessários para fazer tudo funcionar. Hoje os equipamentos estão instalados no deck de plataformas flutuantes de produção, armazenamento e transferência (as FPSOs), verdadeiras cidades em alto mar. Devido à distância da costa, esse modelo não deverá ser repetido no pré-sal da bacia de Santos.
        "Em inovação, há um raciocínio segundo o qual o que muda a capacidade das pessoas de realizar algo novo está na pergunta que é feita. Ao apresentar uma ideia, há duas formas de reação: uma é dizer por quê? A outra é dizer: por que não? Nosso papel é o de dizer por que não. E por que não seria possível operar uma plataforma no pré-sal daqui a alguns anos, remotamente, desde uma base terrestre onde a pessoa estará vendo a operação em uma tela ou até mesmo imersa [virtualmente] nessa plataforma?", observa Fraga.
        Parte desse futuro começa a se materializar. No primeiro trimestre de 2011 deve ser instalado o separador submarino de água e óleo do campo de Marlim, na bacia de Campos, etapa intermediária na trajetória de instalação de mais equipamentos, incluindo a planta de processo de petróleo, no fundo do mar. Atualmente, o petróleo é extraído por meio de bombas até um equipamento instalado em cima da plataforma, onde é separado o óleo da água. Mas a plataforma é projetada para receber e processar petróleo e não água, que até agora era um problema.
        Com o separador submarino a água retirada junto com o petróleo será logo reinjetada no reservatório, o que evita esse "passeio" (sobe, processa e volta) e também aumenta a vida útil do campo. "Na medida que cresce a produção de água lá embaixo eu produzo menos óleo aqui em cima, e se eu conseguir separar lá no fundo essa água, tirar a maior parte dela lá embaixo e trouxer uma quantidade menor de água para cima, eu prolongo a vida produtiva do campo. E quando tiro água lá debaixo, a pressão que o reservatório tem que vencer para trazer mais óleo para a superfície é menor. Em Marlim vamos não só separar a água do óleo como vamos reinjetar a água no reservatório como mecanismo de indução de recuperação adicional, de nova energia no reservatório", diz Fraga
        A nova forma de produzir petróleo em grandes profundidades será diferente. Bombas multifásicas poderiam mandar os fluidos misturados de óleo, gás e água diretamente para o continente via oleodutos. Ou então direcioná-los para uma plataforma encarregada do processamento e instalada em menores profundidades, o que a indústria chama de águas rasas.
        O salto tecnológico está sendo impulsionado pelo pré-sal. Nesse ambiente, mais distante e hostil, é preciso reduzir custos logísticos para desenvolver a produção de reservatórios de petróleo localizados a 300 ou 400 km da costa e em lâmina d'água de mais de 2 mil metros de profundidade.
        Um entusiasta de toda essa nova tecnologia é o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa. Ele lembra que ela permitirá reduzir o custo do investimento da estatal e dos sócios quando a produção no pré-sal estiver em fase mais madura. Barbassa afirma que à medida que a Petrobras começar a produzir em todos os campos da área chamada de "polo de Tupi" não será possível copiar o modelo atual devido à grande quantidade de equipamentos e embarcações que serão necessários para levar pessoas, equipamentos, comida e combustíveis.
        "Para operar isso tudo não se pode sair com um barquinho pequeno como o que hoje faz o suprimento da bacia de Campos, levando um pouquinho de diesel, ou água. Tem que ter um suprimento. Tem que ter uma base. E a empresa só tem a ganhar no futuro ao desenvolver novas formas de produzir naquela área", destaca.
        A distância das áreas no mar da bacia de Santos também faz com que a Petrobras, os fornecedores e as universidades busquem soluções que aumentem a segurança. Com mais equipamentos submersos será possível reduzir o número de pessoas a bordo das plataformas, o que passa pela tentativa de controlar os campos de forma remota. Hoje, dependendo do campo, trabalham embarcadas em uma plataforma entre 120 e 200 pessoas. Esse número tende a ser reduzido com o avanço da tecnologia, mas em águas profundas a Petrobras não pensa em ter plataformas desabitadas.
        Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe, o instituto de pós-graduação e pesquisa de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que hoje as universidades, juntamente com Petrobras e as empresas fornecedoras da indústria de petróleo, estão concentradas em como passar grande parte dos equipamentos das plataformas para o fundo do mar. "Esse é um dos cenários da produção do pré-sal, utilizar sistemas totalmente submersos, o que implica ter equipamentos específicos para esse ambiente e garantia de confiabilidade para evitar muitas intervenções, o que é caro", diz Estefen.
        Ele afirma que toda vez que se faz uma coisa nova parte-se da tecnologia existente, ampliando-a. No início da produção de petróleo em mar, utilizaram-se plataformas fixas, que eram derivações das torres de transmissão de energia elétrica. A questão agora é como fazer a produção mais eficiente e menos custosa em uma grande província petrolífera. Isso passa por soluções mais abrangentes. Para alcançar esse objetivo, é preciso contar com equipamentos capazes de operar de forma autônoma, o que exige testes em laboratórios em condições equivalentes às encontradas nos campos marinhos.
        O cenário futuro aponta para um sistema de produção em que as plataformas passariam a supervisionar diversos campos e fazer o controle da produção. Assim, a plataforma tradicional poderá passar por profunda transformação. Para Carlos Fraga, gerente-executivo do Cenpes, um caminho para levar mais equipamentos para o fundo do mar é compactá-los.
        No pré-sal também tende-se a produzir com menos poços do que no passado. "O número de poços que serão usados no pré-sal para produzir um determinado volume de petróleo é muito menor do que há cinco ou vinte anos. Um poço hoje é capaz de escoar a produção de 40 mil barris de petróleo por dia. Essa era a produção de uma plataforma no início das atividades em Campos", diz Fraga.

 

(Cláudia Schüffner e Francisco Góes, Valor Econômico)
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29/12/2010

Água de Ouro

 

       Um lago de água tão pura que não precisa nem ser tratada para ser bebida vai servir de fonte para um projeto que pode confirmar as previsões de que este recurso natural será cobiçado como o petróleo. Cercado de florestas e alimentado pela neve e o derretimento de glaciares, o Blue Lake (Lago Azul) está localizado próximo à cidade de Sitka, no Alasca.
       Dele, duas empresas pretendem retirar nos próximos meses cerca de 320 milhões de litros que serão transportados em um tipo de navio semelhante a um superpetroleiro até uma fábrica na Índia, onde a água será engarrafada e depois levada para países sedentos do Oriente Médio, justamente de onde vem a maior parte do petróleo consumido pelo mundo.
       Uma das empresas, a True Alaska Bottling, comprou o direito de usar até aproximadamente 12 bilhões de litros de água anuais do lago. Já a segunda, a S2C Global, é responsável pela construção e operação do centro de processamento da Índia.
       Caso seja bem-sucedida, a associação vai criar uma indústria que renderá US$ 90 milhões para a pequena Sitka, de apenas 10 mil habitantes, e alimentar a polêmica sobre a transformação em commodity - entregue nas mãos da iniciativa privada - da substância que é a base de toda a vida na Terra.
       - Essa transformação de um recurso natural tão fundamental em uma commodity bruta é um desrespeito tremendo a qualquer ação de negócio que vise a sustentabilidade - considera Paulo Costa, diretor comercial da H2C, consultoria especializada no uso racional da água.
       - Um projeto como esse me deixa chocado. Ele não só reforça e apressa o processo de comoditização da água como banaliza todas as iniciativas de redução do desperdício e consumo responsável, numa postura que quase beira o terrorismo ambiental, sem falar no perigo de causar danos irreversíveis a um ambiente que já sofreu e sofre muito com abusos.
       Aproximadamente dois terços da Terra estão cobertos de oceanos de água, mas toda ela, cerca de 97% do total no planeta, é salgada e, portanto, imprópria para o consumo. Restam assim pouco menos de 3% sob a for ma de água doce, mas destes mais de 2,5% estão congelados na Antártica, no Ártico e em geleiras, indisponíveis para uso imediato. Por fim, do menos de 0,5% que sobra, grande parte está em aquíferos subterrâneos.
       Isso faz com que o Brasil, dono de cerca de 12% das reservas de água doce superficial do mundo e de alguns dos maiores destes reservatórios subterrâneos de água líquida, seja considerado por muitos especialistas a "Arábia Saudita da água".
       Mesmo assim, o país deverá manter distância de projetos como o do lago do Alasca, afirmam especialistas. Para eles, o Brasil deve usar de uma forma diferente as enormes vantagens estratégicas que possui em um cenário futuro de escassez global.
       - Já tiramos vantagem do fato de termos água em abundância - diz Antonio Felix Domingues, coordenador de Articulação e Comunicação da Agência Nacional de Águas (ANA).
       - E vamos poder aproveitar ainda mais essa vantagem estratégica, mas nunca vendendo água bruta.
       Opinião parecida tem Paulo Costa, diretor comercial da H2C, consultoria especializada no uso racional do recurso natural.
       - Não vejo esse tipo de mercado como premente para o Brasil, assim como não vejo o país apoiando esse comércio nem explorando sua água dessa forma - afirma.
       Segundo Felix, atualmente o custo de transporte de um metro cúbico de água (o equivalente a mil litros, pesando uma tonelada) em navios de grande porte para granéis líquidos está em torno de US$ 0,25 a US$ 0,50 por dia. E, como uma viagem para os países sedentos do Oriente Médio leva vários dias, este tipo de comércio de água bruta para abastecimento público a grandes distâncias ainda é inviável.
       - É uma conta simples, que depende do valor do produto que você transporta e o meio utilizado - explica.
       - Mesmo se encontrarmos enormes reservas de ouro na Lua, por exemplo, talvez não compense explorá-las devido ao alto custo do frete. A lei que governa o mundo é a econômica e só louco é que rasga dinheiro.
       Assim, não acredito que veremos uma comoditização da água, pelo menos no médio prazo, o que talvez seja até uma infelicidade para o Brasil, porque aí seríamos um país "condenado" à riqueza.
       Isso não quer dizer, no entanto, que o Brasil já não esteja exportando água de forma indireta. Aproximadamente 70% de toda a água doce consumida no país vão para o setor agrícola, enquanto outros 12% são destinados para o consumo animal e 7% para o setor industrial, que depois vendem sua produção para mercados mundo afora, exportando o que se convencionou chamar de "água virtual".
       - A água é uma das grandes riquezas que temos e que já estamos aproveitando de alguma forma - conta Felix.
       - Para se produzir um quilo de soja é preciso consumir mil quilos de água. E, no Brasil, quase toda a água usada para isso é "verde", isto é, da chuva, e não "azul", de reservatórios, rios etc.
       Um cenário bem diferente, por exemplo, do encontrado na China. Enquanto que no Brasil a agricultura irrigada cobre 5 milhões de hectares, na China esta área salta para 66 milhões de hectares.
       - Vai chegar um momento que esse número vai bater no teto e a China não vai mais ter água para irrigar suas culturas - avalia Felix.
       - Para eles, só restará abandonar as áreas onde a produção é ruim e transferir essa água para o uso industrial, que normalmente gera produtos de maior valor que a agricultura para cada metro cúbico utilizado.
       Alguns produtos, como grãos, frutas, carnes, aço, papel, açúcar e álcool demandam grandes quantidades de água para serem produzidos e muitos países já encontram dificuldades ambientais para sua produção e, por isso, precisam importá-los de países com água e solo em abundância, como o Brasil - completa.
       A mesma linha de raciocínio é defendida por Paulo Costa, da H2C.
       - Somos um país com áreas cultiváveis extensas e ainda ociosas, o que já nos coloca em uma posição extremamente estratégica - considera.
       - O Brasil deve explorar a sua abundância de água na agricultura e na pecuária, até porque a água com um todo não é cara. Devemos agregar o máximo de valor possível a essa grande disponibilidade de água. Assim, podemos usar o recurso de uma forma melhor e com mais lucro.

 

(Cesar Baima, O Globo, reproduzido no JC Online)
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Um reator capaz de produzir rapidamente combustível a partir da luz solar, com o uso de dióxido de carbono e água, é a novidade descrita por um grupo de cientistas na edição atual da revista Science

        Um reator capaz de produzir rapidamente combustível a partir da luz solar, com o uso de dióxido de carbono e água, é a novidade descrita por um grupo de cientistas na edição atual da revista Science.
        O processo, que emprega também um óxido do raro metal cério, é semelhante ao observado no crescimento das plantas: o uso de energia do sol para converter dióxido de carbono em polímeros baseados em açúcar, isto é, compostos orgânicos.
        Os compostos derivados da fotossíntese podem perder oxigênio por meio da degradação no subsolo durante milhares de anos (cujo resultado são os combustíveis fósseis como o petróleo) ou por um processo muito mais rápido de dissolução, fermentação e hidrogenização, empregado na produção de biocombustíveis.
        Até agora, a conversão de luz solar em combustível químico não se mostrou um processo eficiente e a geração de combustível solar, na prática, continua distante.
Na nova pesquisa, William Chueh, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, e colegas demonstram um possível modelo de reator para essa produção.
        No modelo, a luz solar é concentrada para aquecer o óxido de cério a uma temperatura suficiente para que o oxigênio se desprenda de sua estrutura. O modelo então também tiraria átomos de oxigênio da água ou do dióxido de carbono para substituir os que foram perdidos no óxido, resultando na produção de hidrogênio e de monóxido de carbono.
        O hidrogênio e o monóxido de carbono que sobraram podem ser combinados de modo a produzir combustíveis por meio de uma nova catálise.
        O modelo conta com uma abertura para permitir a entrada de luz solar de forma concentrada e desenhada de modo a refleti-la internamente por múltiplas vezes, garantindo a captura eficiente da luz. Peças cilíndricas do óxido são posicionadas dentro da cavidade e passam por centenas de ciclos de aquecimento e esfriamento de modo a induzir a produção de combustível.
       O artigo High-Flux Solar-Driven Thermochemical Dissociation of CO2 and H2O Using Nonstoichiometric Ceria, de William Chueh e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

 

(Agência Fapesp, 27/12)
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        Documento com recomendações geradas pela 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), o "Livro Azul" foi lançado oficialmente na semana passada e começou a ser distribuído na segunda-feira, dia 27, durante a cerimônia de inauguração da sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).
        Uma versão eletrônica do "Livro Azul" pode ser baixada no site do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE): http://www.cgee.org.br
        Com a inauguração de sua sede, o CNPq poderá concentrar suas atividades em um único local, depois de 30 anos trabalhando em três prédios dispersos. O edifício tem sistema de informática totalmente reformulado, salas de reuniões e de videoconferências, auditório, restaurante e lanchonete. O novo endereço do CNPq é SHIS QI 1, lote B, Lago Sul, Brasília.
        A nova sede do CNPq terá como primeira atividade abrigar a última reunião do CCT em 2010. Está prevista a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O CCT funciona como um órgão de assessoramento à Presidência da República. Na pauta da reunião está a apresentação do relatório do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2007-2010).

 

(Jornal da Ciência, Com informações do MCT)
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Petróleo e gás: Planos para área já licitada incluem nova logística para o transporte das pessoas e dos fluidos

        Tupi é emblemático. Com ele, o pré-sal da bacia de Santos tornou-se o centro de um polo com vários reservatórios e a Petrobras mudou de patamar pelo volume de reservas estimadas e pelo valor de mercado. Entre o antes e o depois de Tupi, o valor da estatal saltou de US$ 93,2 bilhões (em outubro de 2006, quando foi concluído o poço pioneiro de Tupi), para US$ 197 bilhões em outubro de 2010.
        Tupi - cuja comercialidade precisa ser declarada até sexta-feira - deverá chegar ao fim de 2011 produzindo 100 mil barris/dia de petróleo e até 5 milhões de metros cúbicos de gás. Junto com a plataforma Cidade de Angra dos Reis (instalada em Tupi em outubro), os planos para a região do pré-sal já nas mãos da estatal e seus sócios incluem a chegada de mais dez plataformas (até 2016), um novo gasoduto de 350 a 400 quilômetros para escoar o gás da região de Tupi e entorno e novas estratégias logísticas, incluindo estações intermediárias com capacidade para armazenar (em alto mar) grandes quantidades de petróleo.
        Quando virar campo, Tupi também deverá mudar de nome. Há quem aposte que se chamará Lula, já que a regra do Ibama é que os nomes dos campos venham da fauna marinha. Qualquer que seja o nome, ele detém o recorde de ser o que mais cedo entrou em produção, ainda que em fase de testes: menos de três anos entre a conclusão do primeiro poço, anunciado em outubro de 2006, e o início do teste de longa duração, em abril de 2009. Antes dele, a média era de a cinco a sete anos entre a descoberta e o primeiro óleo.
        Desde 2009, quando começou o teste de longo duração de Tupi (ainda com a plataforma Cidade São Vicente) já foram produzidos mais de 7 milhões de barris de petróleo e gás na área. Para chegar aos 100 mil barris/dia, a Petrobras prevê a conexão gradual de seis poços produtores de petróleo, um poço injetor de gás, um injetor de água e outro capaz de injetar, alternadamente, água e gás.
        Além da plataforma de Tupi estão previstas mais dez plataformas na área do pré-sal, sendo dois pilotos para produção antecipada em Guará (2013) e Tupi Nordeste (2014). Entre 2015 e 2016 virão as outras oito plataformas chamadas na Petrobras de "replicantes" - projetos quase idênticos, mas não iguais - a serem construídas no estaleiro Rio Grande.
        Além do petróleo, Tupi também vai produzir gás natural. José Formigli, gerente-executivo de Exploração e Produção da Petrobras para o pré-sal, explica que a transferência de gás de Tupi para Mexilhão só será possível para os três primeiros pilotos (Tupi, Guará e Tupi Nordeste), limitada a 10 milhões de metros cúbicos por dia de gás. "Temos que ter outra rota em 2014, quando entrar o primeiro replicante, já que o último piloto entra em 2013", explica.
        Para escoar a produção adicional de gás, uma das soluções é construir um novo gasoduto de 350 a 400 quilômetros saindo de Tupi-Iracema direto para Cabiúnas (RJ) , onde a Petrobras já opera estação de tratamento e poderá receber volumes adicionais sem necessidade de obra grandiosa. O projeto já está quase pronto e, segundo Formigli, só falta "terminar algumas curvas". Ele terá capacidade para transportar de 11 a 13 milhões de m3/dia.
        Antes dessa fase, o gás excedente servirá para gerar energia a bordo da plataforma de Tupi e ser reinjetado ou exportado para terra por gasoduto até a plataforma de Mexilhão. De lá ele será escoado para a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em Caraguatatuba (SP), onde será tratado e distribuído ao mercado. Para não queimar o gás, a Petrobras estuda plantas de liquefação de gás embarcadas, ou FSOs de gás - antes conhecidas pela sigla Gás Natural Liquefeito Embarcado (GNL-E).
        Formigli lembra que a infraestrutura de gás é complexa, já que na concepção ela precisa vir junto de um projeto para comercialização do insumo, para que ele possa ser monetizado. No momento, os estudos econômicos indicam que os FSOs de gás serão instalados nos testes de longa duração (TLDs).
        Depois de explorar toda a bacia de Campos usando como base o aeroporto de Macaé (RJ), o pré-sal de Santos vai contar com cinco bases de apoio aéreo: Cabo Frio, Jacarepaguá, Itaguaí (todos no Rio), Itanhaém (SP) e a base aérea de Santos. Para apoio marítimo serão usados os terminais dos portos de Macaé, Rio de Janeiro, Itajaí, Itaguaí e a base de Santos, onde o aeroporto já está pronto.
        A Petrobras também está analisando a criação de "plataformas-hub", uma espécie de rodoviária no mar, onde as pessoas chegarão de transporte marítimo e sairão de helicóptero até as plataformas. A estatal ainda esbarra em projetos de embarcação com estabilidade suficiente para permitir essa movimentação de barcos, helicópteros e pessoas. "Todo mundo acha que é óbvio, mas não é. E o preço? Já foi oferecido até um porta-aviões. Só que um porta-aviões se ficar parado tem o péssimo hábito de ficar virando de um lado para outro. Tem casco fininho porque precisa ter velocidade, e quando para, rola. E aí o helicóptero não pousa", afirma o executivo.
        Esse é apenas um dos desafios de engenharia e projetos que a Petrobras está enfrentando para desenvolver a produção de petróleo no pré-sal. A empresa já está implantando o conceito de "hubs" na bacia de Campos onde rebocadores podem se abastecer em navios gigantes da Petrobras capazes de suprir combustível para várias embarcações durante vários dias. Mas para atender tantos navios indo e vindo para as plataformas do pré-sal esse modelo causaria o que Formigli chama de "engarrafamentos" em alto mar. Para estudar isso, a companhia criou um grupo de trabalho chamado Gerenciamento Integrado de Operações (GIOP). Mas é para o futuro.
        No curto prazo, a Petrobras trabalha para permitir que seus sócios em Tupi (BG, com 25% e Galp, com 10%) e Guará (BG com 30% e Repsolcom 25%) possam ter acesso ao petróleo. Toda a produção da fase de testes de Tupi foi vendida à Petrobras.
        Para ficar com sua parte na produção os sócios poderão retirar sua parte do óleo por meio de navios aliviadores com sistema de posicionamento dinâmico (o Shuttle DP, na linguagem técnica) que poderão ser carregados diretamente da plataforma de produção. À medida em que o volume aumenta, essa logística fica muito cara. Para os três primeiros testes de longa duração, a Petrobras acertou com os sócios que eles poderão usar uma estação intermediária a ser instalada em águas rasas na região da Bacia de Campos.
        A estação, chamada Unidade Offshore de Transferência e Exportação (UOTE), será formada por um navio de 280 mil toneladas adaptado para funcionar como plataforma do tipo FSO (sigla para Flotation, Storage and Offloading), com capacidade de armazenar entre 1,5 a 1,8 milhão de barris de petróleo. Ela será ligada a duas monobóias e funcionará como um porto em alto-mar, no qual os navios poderão atracar, carregar e partir sem necessidade de mover-se até o continente. "Essa solução só serve para os primeiros testes de longa duração. Para as plataformas replicantes vamos definir outra estratégia. Mas os sócios também podem chegar à conclusão que o volume de óleo justifica uma estação deles", diz Formigli.
        Para além do horizonte das dez plataformas (2017 em diante), a estatal pesquisa outros modais para escoar a produção, inclusive dutos. O desafio é construir bombas capazes de gerar pressão suficiente para bombear óleo diretamente de uma plataforma ou do fundo do mar, e com força suficiente para chegar na costa paulista, a 320 km de distância. "Esse modal por duto está sendo trabalhado e estão sendo buscadas soluções tecnológicas", diz Formigli.

 

Cláudia Schüffner
(Valor Econômico - 27/12/2010)
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        O crédito deve encerrar 2010 no patamar mais alto da história, em 47% do PIB e expansão de 20% em relação ao ano anterior. Além da recuperação da demanda, as condições dos empréstimos são cada vez melhores para as famílias. A taxa de juros para pessoas físicas atingiu em novembro o menor valor da história, 39,1% ao ano. Os prazos dos empréstimos ao consumo também são os mais dilatados da série do Banco Central (BC), 551 dias. Puxado pelo aumento da renda, a inadimplência continua caindo. Chegou no mês passado em 5,9%, menor valor desde 2001.
        Para as empresas, os subsídios das linhas do BNDES garantiram linhas mais baratas para investimento. O saldo dos empréstimos com recursos do banco de desenvolvimento teve expansão de 31% nos últimos doze meses. As perspectivas também são favoráveis, com a promessa do pacote de medidas de alongamento dos prazos anunciado pelo governo, que deve melhorar as condições para o financiamento da produção e do investimento.
        Mas o próximo ano deve marcar uma reversão nesse processo. As medidas macroprudencias anunciadas pelo Banco Central no início do mês devem se refletir em elevação das taxas de juros, admitiu Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC. Essa pressão se soma à alta dos juros básicos da economia, a Selic, que também deve elevar o custo de captação dos bancos. Dados preliminares da autoridade monetária para o mês de dezembro, até o dia 7, já sinalizam esse custo maior para as instituições financeiras da ordem de 0,4 ponto percentual.
        Além disso, tanto os bancos quanto o Banco Central esperam desaceleração do crédito em 2011. Pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com as principais instituições financeiras aponta expectativa de evolução da ordem de 17%. Já o BC acredita em expansão de 15% para 2011, sendo 12% no crédito para as famílias e 14% para as empresas. Dessa forma, o saldo deve fechar 2011 no patamar de 50% do PIB.
        Parte dessa desaceleração vem das medidas de restrição aos empréstimos impostas pelo BC. Mas os bancos públicos, especialmente o BNDES, também devem ter um ímpeto menor no próximo ano. O orçamento do banco de desenvolvimento deve ser da ordem de R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões, cerca de metade da disponibilidade deste ano.
        Para o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, o ritmo deve desacelerar de maneira gradual. "Não é bom para a economia uma queda brusca na evolução do crédito, mas é importante que a velocidade de crescimento seja um pouco mais moderada do que nos últimos anos", disse ao comentar o Relatório de Inflação, na semana passada.
        Segundo ele, as taxas de crescimento são elevadas, mas não se pode fazer comparações com outras economias cujo mercado encontra-se num patamar de desenvolvimento superior ao brasileiro. O Comitê da Basileia publicou um estudo em que aponta que o crédito bancário no Brasil cresce acima da média histórica e isso exigiria que as instituições financeiras aumentassem o colchão de capital.
        "As taxas de crescimento no Brasil são elevadas, mas o estoque subiu de um patamar muito baixo. O nosso mercado não pode ser comparado com economias com estágios diferentes, mais maduras. Quando identificamos problemas, agimos, como fizemos em dezembro", disse Carlos Hamilton, lembrando das medidas macroprudenciais.
        O estoque de empréstimos do sistema financeiro atingiu R$ 1,677 trilhão em novembro, com expansão de 20,8% em doze meses. O maior crescimento do ano foi dos financiamentos à habitação, que evoluiu 53,6% nos últimos doze meses, para R$ 126,6 bilhões. Na sequência aparecem os repasses dos recursos do BNDES, com avanço de 46% em doze meses, para R$ 174,1 bilhões.
        O BC também não demonstra preocupação com a inadimplência para o decorrer de 2011. Segundo Carlos Hamilton, o comprometimento da renda das famílias com o serviço da dívida se mantém relativamente estável nos últimos anos, apesar da expansão do mercado do crédito. Essa estabilidade se deve ao alargamento dos prazo, à redução dos juros e à mudança na composição das dívidas, com migração para modalidades mais baratas.

 

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As bolsas são concedidas a candidatos com excelente qualificação científica e acadêmica, para a realização de doutorado integral, duplo doutorado ou doutorado sanduíche na Alemanha. São concedidas bolsas em todas as áreas de conhecimento.

        A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou edital para processo seletivo no Programa Conjunto de Bolsas para realização de Doutorado Pleno, Sanduíche e Duplo Doutorado na Republica Federativa da Alemanha, fruto de cooperação da fundação com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
        O programa tem como objetivo a formação de docentes e pesquisadores de alto nível e a consolidação da cooperação científica entre Brasil e Alemanha. As bolsas são concedidas a candidatos com excelente qualificação científica e acadêmica, para a realização de doutorado integral, duplo doutorado ou doutorado sanduíche na Alemanha. São concedidas bolsas em todas as áreas de conhecimento.
        A seleção dos candidatos é realizada por uma comissão mista formada por consultores e representantes das três agências financiadoras do programa. Cada agência possui uma quota de bolsas e diferentes critérios para sua concessão. Após a seleção, o bolsista aprovado deve se orientar pelas normas daquela que financiará sua bolsa.
        O programa prevê curso de alemão para todos os bolsistas selecionados antes do início da pesquisa. A duração do curso é estabelecida de acordo com os conhecimentos do idioma alemão de cada candidato, a área da pesquisa na Alemanha e as condições e pré-requisitos da universidade anfitriã alemã.
        Apesar disso, os candidatos das áreas humanas e sociais devem apresentar, no mínimo, nível intermediário da língua. Nas demais áreas, os candidatos que não tenham proficiência em alemão devem apresentar bons conhecimentos de inglês. Os candidatos ao doutorado sanduíche só terão direito ao curso de alemão caso sua permanência na Alemanha seja de, no mínimo, dez meses.

Requisitos
        Para concorrer às bolsas de doutorado integral é necessário possuir mestrado ou formação equivalente (concluído ou em fase de conclusão até o final do 1º semestre de 2011) e certificado de proficiência de inglês ou de alemão.
        Para as bolsas de doutorado sanduíche e de duplo doutorado, é necessário que o candidato esteja matriculado em curso de doutorado em instituição de ensino superior (IES) no Brasil e ter concluído todos os créditos do curso de doutorado no Brasil antes da partida para a Alemanha.
        Já para as bolsas de duplo doutorado, é necessário que no regulamento da pós-graduação de ambas as universidades esteja prevista essa possibilidade. Outros requisitos exigidos pelas agências brasileiras podem ser acessados em nos links a seguir: Capes / CNPq.

Benefícios
        Durante o curso de alemão, todos os bolsistas (DAAD, Capes e CNPq) receberão, além do curso de alemão, alojamento, seguro-saúde e um auxílio mensal no valor de 410 euros. Os demais benefícios específicos de cada agência podem ser consultados no edital.

Inscrições
        As propostas devem ser apresentadas sob a forma de projeto e encaminhadas exclusivamente via internet, por intermédio do formulário de propostas on-line disponível na Plataforma Carlos Chagas, até 3 de março de 2011.
        O proponente receberá, imediatamente após o envio, um recibo eletrônico de protocolo da sua proposta, o qual servirá como comprovante da transmissão. O formato dos arquivos e os documentos que devem ser anexados estão descritos no edital. Será aceita uma única proposta por proponente.

Mais informações pelo telefone (61) 2022-6669.

Edital:
http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/Edital_070_DAAD_%202011-2012.pdf

 

(Assessoria de Comunicação da Capes)
www.fne.org.br

 

 

        Foi publicado no Diário Oficial da União de segunda-feira, 20/12, o edital do novo programa de cooperação internacional para o fortalecimento de cursos de pós-graduação dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
        O programa consiste na associação acadêmica, por meio de parceria universitária, entre uma instituição de ensino superior de cada país membro ou associado ao Mercosul. As inscrições vão até 31 de março de 2011.
        Os projetos devem envolver, pelo menos, um curso de pós-graduação de cada país participante do programa, que atuará como entidade promotora ou receptora. Para atuar como entidade promotora, o programa de pós-graduação brasileiro deverá ter, preferencialmente, nota igual ou superior a 5 (cinco) na avaliação da Capes. Os demais países participantes fixarão critérios equivalentes de acordo com as normas vigentes em cada país.
        Serão financiadas pela Capes bolsas de estudos, transporte aéreo, diárias e seguro saúde para as missões aprovadas nos projetos, que podem ser do tipo missão de trabalho e missão de estudo.
        A instituição promotora será responsável somente pelos gastos correspondentes às missões de trabalho, viagem de docentes brasileiros e estrangeiros membros da equipe do projeto, com nível de doutorado. As missões de estudo consistem na concessão de bolsas de estudo nas modalidades mestrado-sanduíche, doutorado-sanduíche e pós-doutorado.
        A Capes concederá um valor máximo de R$ 110 mil por projeto ao ano, mediante a apresentação de plano de trabalho com a previsão das missões.
        O edital está disponível em: http://www.capes.gov.br/cooperacao-internacional/multinacional/mercosul/programa-para-o-fortalecimento-do-mercosul

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Mais informações pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (61) 2022-6663.

 

(Assessoria de Comunicação da Capes)
www.cntu.org.br

 

 

Para 2011, estão previstos cerca de R$ 230 milhões, a serem aplicados em ações de mitigação e adaptação dos fenômenos decorrentes das mudanças climáticas no país

       Sessenta dias após a assinatura do decreto que regulamenta a lei de criação do Fundo Nacional de Mudança do Clima, foi instalado nesta segunda-feira (20/12), em Brasília, o comitê gestor que será responsável pela administração e deliberação de investimentos prioritários e aplicação e divisão dos recursos.
       O fundo vai liberar verbas para ações de mitigação e adaptação dos fenômenos decorrentes das mudanças climáticas no país. Para o orçamento de 2011, estão previstos recursos de R$ 233 milhões.
       Presente ao evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o Fundo Clima tem um papel importante, pois é um dos principais instrumentos da Política Nacional de Mudanças Climáticas, e que as decisões do colegiado devem ser tomadas com embasamento técnico.
       "É fundamental que o fundo possa contribuir para um resultado significativo, e para isso precisamos de um comitê que tenha um caráter técnico, não apenas deliberativo. Ele deve ser também um instrumento político fundamental no debate entre governo e sociedade e fazer jus aos setores nele representados. Deve ainda promover ações que não sejam fragmentadas, buscar um mosaico de resultados integrados e representar uma visão estratégica das questões de mudanças climáticas no Brasil", disse a ministra.
       De acordo com a secretária de Mudanças Climáticas do MMA, Branca Americano, os recursos serão destinados tanto para projetos de estudos e pesquisa como no financiamento de empreendimentos. Até 60% da verba do Fundo Clima será proveniente do recurso do Fundo Nacional de Petróleo direcionado ao MMA, e haverá ainda a possibilidade de aportes internacionais, além de outras fontes de financiamento.
       Formado por 21 entidades, como ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Agrário, Cidades, Relações Exteriores, Minas e Energia, Planejamento, Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Casa Civil, também têm assento nesse colegiado representantes do BNDES, estados, municípios e sociedade civil - setores industrial, rural, trabalhadores da área urbana, rural e da agricultura familiar, comunidade científica, ONGs.
       Na primeira reunião do comitê, que é presidido pelo secretário executivo do MMA, José Machado, foram apresentados o regimento interno e o projeto de diretrizes de ação para aplicação dos primeiros recursos já em 2011. "Temos a responsabilidade de promover um fundo ativo que garanta os recursos necessários e atinja os objetivos esperados", afirmou Machado.
       A segunda reunião está prevista para 15 de março de 2011, e as próximas serão realizadas em julho e novembro.

 

(Assessoria de Comunicação do MMA)
www.fne.org.br

 

 

        O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e o Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor (FNECDC) enviaram no início de dezembro carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que vete o PLS 263/2004, que cria o chamado "cadastro positivo", um banco de dados com informações pessoais (incluindo hábitos de consumo) e financeiras de consumidores.
        Apesar de todas as manifestações contrárias de organizações de defesa do consumidor, o projeto foi aprovado no Senado no dia 1º de dezembro e agora o texto segue para sanção presidencial. O Idec e o FNECDC enviaram também uma moção de repúdio à aprovação do projeto aos senadores.
        O projeto aprovado prevê a alteração do Código de Defesa do Consumidor (CDC), acrescentando o parágrafo 6º ao artigo 43, para criar o cadastro positivo. O grande problema é que o texto não estabelece qualquer tipo de regra para a criação desse banco de dados - não se sabe como será o armazenamento, o acesso e o compartilhamento das informações pessoais dos consumidores.
        "A forma como tais dados serão sistematizados e administrados pode colocar em xeque direitos da personalidade e a garantia da dignidade do consumidor, porque ele fica sem qualquer controle sobre o que é informado, a quem são informados e com qual finalidade", ressalta Maria Elisa Novais, gerente jurídica do Idec.
        Muito embora agora esteja previsto o direito ao consumidor de autorizar previamente a inclusão de seus dados referentes ao crédito nesses cadastros - o que não ocorria na primeira versão do PL -, sequer fica claro, no texto aprovado, de que maneira se dará essa autorização e comunicação entre fornecedores e consumidores.

Redução de juros e outras lendas
        O carro-chefe dos defensores do cadastro positivo é o argumento de que, de posse das informações contidas no banco de dados, as instituições financeiras poderão cobrar juros menores de "bons pagadores" - aqueles com histórico de pagamento em dia de suas contas - e taxas mais altas aos que já atrasaram no passado.
        No entanto, o Idec vê a possibilidade com bastante ceticismo. "Várias medidas têm sido adotadas para a ‘caça aos maus pagadores', visando, em tese, a diminuição do risco de inadimplemento, como a nova lei de execução de título extrajudicial, por exemplo. Até agora, contudo, não se tem notícia de significativa redução de juros no país, os quais permanecem sendo um dos mais altos do mundo", aponta Maria Elisa.
        Além disso, o cadastro positivo causa uma falta de isonomia até mesmo entre os "bons pagadores". Ainda que raro, há consumidores que não utilizam qualquer forma de crédito e só pagam em dinheiro.
        Embora também sejam bons pagadores, possivelmente, não serão "avaliados" como tais. "Dessa forma, o cadastro positivo pode abrir possibilidade de discriminação velada e infundada dos consumidores", ressalva a gerente jurídica do Idec.

 

(Fonte: Idec)
www.cntu.org.br

 

 

 

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