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Soraya

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Na plenária final do VIII Conse, no dia 26 de setembro, foi anunciada a chapa vitoriosa no pleito realizado durante o congresso e definido seu plano de ação para o período de seu mandato (2013-2016). A diretoria será encabeçada pelo engenheiro Murilo Celso de Campos Pinheiro, reconduzido ao cargo. Também foi referendada a criação dos Departamentos de Negociação Coletiva Nacional, Assuntos do Exercício Profissional, Relações Acadêmicas e Relações Internacionais.

Além disso, as diretrizes programáticas do plano plurianual da nova gestão foram aprovadas, após ampla discussão e contribuições. Entre as ações previstas, estão a defesa intransigente do piso salarial, estabelecido pela Lei 4.950-A/66 em nove salários mínimos para jornada de trabalho diária de oito horas, bem como o incentivo à fiscalização no seu pagamento. Também consta no programa da federação o combate de forma sistemática ao exercício ilegal da profissão e gestões junto aos engenheiros que venham a ocupar assento nos Legislativos e Executivos de modo que representem as demandas da categoria.

Ao final da plenária, foram aprovadas diversas moções, tais como em defesa da engenharia consultiva nacional, da implementação do programa de assistência técnica em desenvolvimento urbano, da definição do marco regulatório sobre mineração ao encontro do interesse nacional e de apoio à Lei Cartaxo, que institui o piso aos engenheiros do Acre, bem como de sua similar na capital desse estado.

Gestão 2013-2016

Presidente - Murilo Celso de Campos Pinheiro

Vice-presidente - Carlos Bastos Abraham

Diretor Financeiro - Antonio Florentino de Souza Filho

Diretor Financeiro adjunto - Luiz Benedito de Lima Neto

Diretor Administrativo - Manuel José Menezes Vieira

Diretor Administrativo adjunto - Disneys Pinto da Silva

Diretor de Planejamento Relações Internas - Maria de Fátima Ribeiro Có

Diretora de Relações Interinstitucionais - Thereza Neumann Santos de Freitas

Diretor Operacional - Flávio José A. de Oliveira Brízida

Diretora Regional Norte - Maria Odinéa Melo Santos Ribeiro

Diretor Regional Nordeste - Modesto Ferreira dos Santos Filho

Diretor Regional Centro-Oeste - Gerson Tertuliano

Diretora Regional Sudeste - Clarice Maria de Aquino Soraggi

Diretor Regional Sul – José Luiz Bortoli Azambuja

Diretor titular representante na Confederação Sindical - Sebastião Aguiar da Fonseca Dias

Diretor suplente Representante na Confederação Sindical - Wissler Botelho Barroso

Conselheiros Fiscais efetivos - Edson Kiyoshi Shimabukuro; José Carlos Ferreira Rauen; Lincolin Silva Américo

Conselheiros Fiscais suplentes - João Alberto Rodrigues Aragão; Marcos Luciano Camoeiras; Gracindo Marques

Soraya Misleh

Imprensa SEESP

 

Esses foram os temas abordados na tarde do dia 15 de agosto, durante o Fórum Nacional Trabalhos em Altura NR 35, realizado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e Isitec (Instituto Superior de Tecnologia e Inovação). No painel sobre contribuições técnicas, representantes de companhias apoiadoras expuseram os equipamentos necessários para reduzir impactos em quedas, de modo a atender a nova norma regulamentadora, a NR 35, que entrará em vigor em 27 de setembro próximo. Inaugurando essa parte do evento, Guilherme Amaral, da empresa Capital Safety, falou da importância do absorvedor de energia. “Um manequim com 100kg em queda livre de 1,80 metros de altura gera impacto de 2.200 quilogramas/força. A desaceleração rápida pode causar a falência de órgãos, que chegam a ‘explodir’. A norma determina como limite para impacto dessa ordem 600kgf. Com o absorvedor, pode-se chegar a menos de 400kgf, oferecendo-se muita segurança ao trabalhador.” À sua proteção, para ele, além do absorvedor, é fundamental planejar o sistema todo (que abrange outros equipamentos e cálculos). Destacando que o Brasil evoluiu bastante em relação a isso nos últimos 15 anos, Silvia Pini Arruda, da MSA do Brasil/Latchways, abordou soluções nesse sentido, como afirmou, “eficientes e de valor agregado, com facilidades para o operador desenvolver trabalho seguro, confiável e seguindo o que a NR 35 pede”. Já Diogo Rodrigues Antunes, da Ideal Work, falou sobre sistemas de resgate. Merecendo capítulo específico na norma, o assunto foi tema também de Gianfranco Pampalon, auditor fiscal do trabalho. “Toda empresa deverá ter um plano de emergência”, avisou.

Ruy Fernandes, da Leal, por sua vez, discorreu sobre a importância do treinamento, cuja obrigatoriedade está expressa na NR 35. Essa, como lembrou ele, especifica conteúdo programático e carga mínima de 8h. A capacitação conforme as novas regras passa a valer a partir de 23 de março de 2013. O tema foi ainda abordado por Joaquim Gomes Pereira, coordenador da NR 10 e auditor fiscal, que destacou ser responsabilidade da empresa garantir treinamento teórico e prático adequado para trabalho em altura, incluindo noções de resgate e primeiros socorros. Tal pode ser ministrado por profissional com proficiência na área, sob supervisão de engenheiro de segurança. Deve ser realizado preferencialmente durante a jornada de trabalho e se não for assim, ser considerado como hora extra. Segundo sua preleção, está prevista ainda reciclagem bienal “ou quando houver circunstâncias como mudanças de processos e afastamento do trabalhador por mais de 90 dias”. Ao final, o profissional estará certificado e receberá autorização para executar a atividade.

No fórum, foi ainda apresentada a importância de avaliação psicológica, prevista no manual relativo à aplicação da NR 35, por Fernanda Passoni de Oliveira, profissional da área na Cesp (Companhia Energética de São Paulo). E de exame clínico, por Sérgio Carvalho e Silva, médico do trabalho da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).

 

Soraya Misleh
Imprensa SEESP



Em sua participação no ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, no dia 13 de agosto, na sede do SEESP, na Capital, Levy Fidelix (PRTB) apresentou seu plano de governo para a cidade. Além do já conhecido aerotrem, que, segundo ele, inspirou o monotrilho que vem sendo feito pelo governo estadual, ele trouxe outras propostas ousadas. Entre elas, transferir a Rodoviária Tietê e a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) para locais próximos ao rodoanel. Na sua concepção, isso desafogaria o trânsito nas marginais e grandes avenidas. Sob essa mesma lógica, o Aeroporto de Congonhas também seria reinstalado em outro lugar, no caso em São Bernardo do Campo ou Jundiaí, para diminuir o problema de mobilidade na Av. 23 de Maio. Outra medida em tal sentido seria limitar a entrada de caminhões ao município das 8h às 20h. “No quilômetro um de cada uma das dez principais rodovias que chegam a São Paulo, seriam colocados grandes estacionamentos para esses veículos, bandejão a um real, hotéis baratos (para estada no período em que a circulação estaria proibida).” Fidelix destacou: “As entregas seriam feitas à noite. Essa cidade tem que viver três turnos, em acordo para vigilância com os governos estadual e federal.” No caso dos ônibus de média capacidade, não entrariam no centro expandido, que seria servido gratuitamente por circulares. Para aproximar o emprego da periferia, em seu programa, visa a construção de shoppings centers nesses locais e retirar os hipermercados dos grandes centros para os subúrbios. Quer ainda arborizar esses bairros distantes e subsidiar com redução de impostos a pintura de casas. Da Luz à Santa Efigênia, a Capital seria inteiramente remodelada, com a instalação da Prefeitura e Secretarias, além de comércio legal. “Vamos tirar o pedinte da rua e proibir a esmola. Nossa Prefeitura será rigorosa, mas também assistencialista.”

* Veja aqui as fotos do debate com Levy Fidelix

Ainda no seu plano de governo, o candidato apontou a necessidade de colocar faróis com temporizadores em toda a cidade e placas em neon para garantir visibilidade à noite, mediante “captação solar”. A promessa é ainda promover educação no trânsito, com “guardas orientadores, além dos disciplinadores (responsáveis por impor penalidades)”. Com isso, acredita, seria possível “acabar com a indústria de multas, que resultará em arrecadação de R$ 700 milhões neste ano”.

 Propostas inusitadas

Outra ideia apresentada por Fidelix é construir elevados nas marginais e promover uma nova concepção urbanística, com parques poliesportivos ao redor dos rios Tietê e Pinheiros, que seriam canalizados. Para tanto, seria criada a Companhia de Desenvolvimento Urbano. “Vamos deixar a cidade verde”, simplificou. Na saúde, instituiria o Pasp (Plano de Atendimento à Saúde do Paulistano), renovando e aperfeiçoando o antigo PAS (Plano de Atendimento à Saúde) implementado por Paulo Maluf em sua gestão municipal. “Aos atendimentos emergenciais, usaríamos motomédicos e motorremédios para chegar mais rápido.” Na educação, a proposta é suspender contratos com empresas terceirizadas que fornecem merenda escolar e ter profissionais voltadas à alimentação das crianças nas escolas. Resgatar também a figura dos orientadores educacionais, adotar bibliotecas para pais e alunos, informatizar os colégios, colocar câmeras de segurança e vigilância para monitorar as portas dos estabelecimentos de ensino e garantir que todos tenham dentistas também estão nos seus planos.

Fidelix pretende ainda criar a Secretaria de Defesa Civil contra as Calamidades da Natureza, concedendo seguros contra enchentes à população, desde que esteja com os tributos municipais em dia. E instalar uma usina de energia para aproveitamento do lixo. Além disso, constituiria o Banco de Poupança Popular Municipal de São Paulo, que concentraria todos os tributos. E acabaria com a Operação Cidade Limpa, permitindo a volta das fachadas iluminadas. Também retiraria os presídios da cidade e os instalaria em “ilhas”.

 

Soraya Misleh
Imprensa SEESP



Essas são transformações necessárias em São Paulo, apresentadas pelo candidato à Prefeitura Gabriel Chalita (PMDB) durante o ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, promovido pelo SEESP em sua sede, na Capital, no dia 30 de julho. Ao inaugurar sua fala, ele destacou o imenso fosso social no município: “De um lado temos uma cidade que cuida de suas crianças, as quais aprendem vários idiomas, têm esporte e lazer, estudam o dia todo, de outro, que abandona seus filhos, com quase 200 mil crianças sem creche. São invisíveis, sem água, esgoto, luz.” Na sua ótica, mudar essa realidade seria o mínimo para diminuir a desigualdade social. Para começar, o caminho, segundo Chalita, é fazer com que o que está parado, mas existe, funcione.

* Veja aqui as fotos do debate

Para consolidar a dimensão global da megalópole, o candidato pelo PMDB pretende, além de resolver “grandes problemas dos invisíveis”, atrair investimentos, definindo regras claras a empreendedores e facilitando sua vida. Nesse sentido, tem como proposta a criação de um “Poupatempo Pessoa Jurídica”. Ele continuou: “Além de melhor planejamento, vejo dois grandes problemas que precisam ser resolvidos. Um é tornar a gestão eficiente, outro é humanizar a cidade.” Quanto ao primeiro ponto, Chalita ponderou: “As subprefeituras têm que funcionar.” Para tanto, na sua concepção, é necessário que os administradores regionais tenham vínculo com o local. E para assegurar a proximidade com o prefeito, o candidato prometeu dar expediente uma vez por semana numa subprefeitura. “Temos que quebrar paradigmas.”

Com relação à humanização, ele enfatizou: “É preciso olhar no olho, respeitar a população e os servidores. Resolver a situação dos moradores de rua, não achar que são lixo. O que se faz credenciando-se comunidades terapêuticas a que cuidem dessas pessoas. Quanto às categorias que são perseguidas, como camelôs, temos que dar alternativas, dialogar.”

Apontando que não fará nessa campanha eleitoral nenhuma promessa milagrosa, mas buscará elevar o nível da política, falando a verdade, ele pontuou ainda que estão em sua pauta novas centralidades para São Paulo, com corredores de ônibus interbairros, para resolver o problema de mobilidade, pensar modelo de calçadas que garanta acessibilidade, melhorar a iluminação pública, bem como utilizar as tecnologias para implantar sistema de monitoramento interligado de segurança pública e semáforos inteligentes. “Se tiver a oportunidade de ser prefeito, não vou desperdiçar a oportunidade de transformar a cidade, com equipe competente e ouvindo as pessoas”, concluiu.

Soraya Misleh
Imprensa SEESP 

Essa é a proposta de Ana Luiza (PSTU) para a administração de São Paulo, apresentada à categoria durante o ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, no dia 27 de julho, na sede do SEESP, na Capital. Após expor sua trajetória profissional, sindical e política, a candidata destacou: “A lógica no município hoje é governar para os ricos. Precisamos que o orçamento da Prefeitura seja investido em infraestrutura, hospitais, escolas, moradias para os trabalhadores. Os recursos hoje, na sua maioria, não são utilizados dessa forma.” Para assegurar mais dinheiro às demandas da população, consta em seu plano de governo suspender o pagamento da dívida pública do município com a União – segundo Ana Luiza, já quitada, dados os juros extorsivos. Outra forma é rever contratos de terceirização. Além disso, integrar campanhas nacionais como a pela garantia de 10% do PIB (produto interno bruto) para a educação, 6% para a saúde e 2% para a ampliação do transporte público.

* Veja aqui as fotos do debate

A verba que voltaria aos cofres da Prefeitura seria investida por exemplo para se construir 2 mil creches, oferecendo 300 mil vagas. Na área da saúde, a promessa é de construção de imediato de mais três hospitais públicos em São Paulo, “principalmente na periferia, onde falta tudo”. Ana Luiza completou: “Também vamos abrir concursos públicos para ter mais servidores e prestar melhor atendimento.”

No transporte, a proposta é assegurar mais transporte coletivo de qualidade, o que abrange ampliar os corredores de ônibus e discutir o valor da passagem, que “precisa ser subsidiada”. Com isso, acredita a candidata, seria possível chegar ao valor de R$ 1,00, ante os R$ 3,00 atuais. “Vamos reestatizar o transporte e as contas serão acompanhadas pela população”, acrescentou. Aliás, sua proposta é formar conselhos para participação popular na gestão.

Na área social, destacou a questão dos moradores de rua, muitos dependentes químicos, que precisariam de tratamento e habitação adequada. “Existem em torno de 500 mil pessoas em situações muito precárias, é preciso uma política para mudar isso. Há muitos imóveis no centro da cidade, a Prefeitura tem que avaliar para que sejam desapropriados, propiciando moradia com dignidade e melhores condições.” A reurbanização de favelas foi outro ponto levantado por Ana Luiza, bem como a Prefeitura realizar campanhas contra todas as formas de opressão – como machismo, racismo, homofobia. A candidata prometeu salários iguais para “mulheres e homens, negros e negras e brancos, homossexuais e heterossexuais”. E ainda, discutir com o Estado ter delegacias da mulher que funcionem aos sábados, domingos e após as 18h, bem como casas abrigo para vítimas de violência doméstica. Ela ressaltou também o apoio à campanha por boicotes ao apartheid de Israel e às lutas dos trabalhadores em todo o mundo.

 

Soraya Misleh
Imprensa SEESP

 

Destacando como um dos eixos estruturais em seu programa de governo a questão da mobilidade urbana, a candidata a prefeita de São Paulo Sônia Francine (PPS), conhecida como Soninha, apresentou à categoria suas propostas para a área na manhã desta terça-feira (3). Sua preleção foi feita em atividade na sede do SEESP, na Capital paulista, que inaugurou o ciclo de debates “A engenharia e a cidade”. Promovido pela entidade, é uma oportunidade aos seus representados e interessados em geral de conhecerem os planos dos candidatos nas eleições municipais deste ano.

* Veja aqui mais fotos do debate com a candidata do PPS

Soninha afirmou, na oportunidade, o caráter decisivo da mobilidade para uma cidade mais “justa, sustentável, agradável, feliz”. E destacou: “Não temos adotado um modelo muito inteligente. Esse é o que investe em transporte coletivo, que deve ser prioridade.” Lembrando ser atribuição da Prefeitura cuidar do sistema de ônibus, apontou que a troncalização e melhor operação dos corredores exclusivos estão entre suas metas. Isso resultará, segundo ela, em fluidez, regularidade e previsibilidade adequadas. “Só com isso o transporte coletivo já vai melhorar muito, sem grandes obras.” A candidata salientou ainda estar entre seus planos aprimorar os serviços, com mais conforto e informação aos usuários, inclusive nos pontos de ônibus. “Hoje tem tecnologias para isso. Aplicativos não faltam para resolver os problemas.”

Também na área de mobilidade, Soninha pontuou o papel das bicicletas, com o planejamento de sistema cicloviário integrado aos demais modos de transporte. As dificuldades para os pedestres por exemplo atravessarem grandes avenidas e marginais também foram preocupação levantada por ela. E, associada à melhoria do transporte coletivo, a já conhecida solução de aproximar o emprego da moradia e vice-versa. “Da zona leste para o centro vem e volta um Uruguai por dia. É preciso ter uma cidade inteligente, mista e compacta.” Questionada pela plateia, Soninha comentou também sobre outras questões, como segurança pública, saúde e educação. A todas, destacou a importância de que se tenham ações planejadas e sistema de informação que garanta transparência, participação e controle social.

* Miguel Manso, do PPL, será o próximo candidato a participar do ciclo "A engenharia e a cidade". Vai ser no dia 12 de julho, às 15h, na sede do SEESP (Rua Genebra, nº 25, Bela Vista, São Paulo)

 

Soraya Misleh
Imprensa - SEESP



Como parte dos eventos preparatórios à 5ª Conferência Nacional das Cidades, a se realizar em novembro próximo, em Brasília, ocorreu em 11 de junho, na sede do SEESP, na Capital paulista, o Seminário Internacional Brasil-Estados Unidos sobre Transporte Público nas Regiões Metropolitanas. A iniciativa contou com a organização do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), do Senado Federal, da CDU (Comissão de Desenvolvimento Urbano) da Câmara dos Deputados, dos governos paulista e brasileiro, da Frente Nacional dos Prefeitos, da APA (American Planning Association), entre outros.

Membro da CDU, o deputado federal José de Filippi Jr. (PT-SP) explicitou à abertura o objetivo da troca de experiências entre Brasil e Estados Unidos motivada no evento: “Serve de lente de aumento para iluminar nossa realidade. O tema da mobilidade urbana exige olharmos seis, oito, dez anos para a frente. É um problema tão complexo e difícil que requer a cooperação de todos.” A referência final foi à necessidade de as diversas instâncias governamentais dialogarem em busca de soluções, o que foi corroborado por Edson Aparecido, secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano de São Paulo. Colega seu na comissão da Câmara, o parlamentar William Dib (PSDB-SP) enfatizou: “Há muito nas regiões metropolitanas o problema da mobilidade passou a ser o número um e será o grande tema da Conferência das Cidades deste ano.”

Como lembrou a senadora Marta Suplicy (PT-SP), nessas regiões (que já chegam a 41 em todo o País), residem mais de 100 milhões de brasileiros. A de São Paulo, com seus 39 municípios, é a décima mais rica, concentrando, conforme ela, mais de 12% do PIB nacional e acima de 60% das multinacionais. A despeito disso, o Estado como um todo vem perdendo investimentos, dado o alto custo do transporte. “Temos tido congestionamentos de até 300km. Temos que pensar em solução de massa, sistema inteligente de integração de diversos modais, planejamento metropolitano e  desenvolvimento descentralizado. Cinco milhões de pessoas moram na zona leste, tem que garantir emprego lá.” Além disso, na sua opinião, é preciso promover campanha de uso racional do transporte individual. “Dados da ANTP (Associação Nacional de Transporte Público) apontam que é possível retirar 30% dos automóveis da rua se se oferecer algo limpo, decente e com preço adequado. Se for preciso subsídio (para tanto), vamos fazer”, completou. Presidente da entidade citada pela senadora, Ailton Brasiliense foi categórico: “Não estamos condenados a viver daqui para pior. Temos os conceitos básicos para consertar o que erramos em 40, 50 anos. A solução tem que partir dos governos e da sociedade.” Para o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, o caminho é a integração metropolitana. Também participaram da abertura do seminário os diretores de programas internacionais da APA, Jeff Soule, e de relações institucionais do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Claudio Mazzetti .

  

Los Angeles e Portland

 

A situação do transporte nas duas cidades dos Estados Unidos e as saídas buscadas para os problemas de mobilidade enfrentados foram apresentadas por Robin Blair, diretor executivo de ações estratégicas da Autoridade Metropolitana de Transportes de Los Angeles, Califórnia; Irving Taylor, vice-presidente da TranSystems Planejamento; e Gil Kelley, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Portland, Oregon. O primeiro deles ponderou que sua região enfrenta os mesmos problemas que os encontrados em São Paulo. E revelou que, na busca de soluções, criou-se a autoridade de transporte metropolitano. Para os investimentos que passaram a ser feitos na construção e expansão de diversos modais, “o cidadão resolveu contribuir com impostos adicionais”. Uma das alternativas foi dotar Los Angeles de 3.400 ônibus expressos, seguindo modelo de Curitiba, Paraná. Além disso, ampliar a malha metroferroviária, ciclovias e faixas exclusivas para carros com número superior de pessoas, estimulando a carona solidária. Está ainda sendo instituído o pedágio urbano. “Vinte e dois milhões de pessoas vivem na Califórnia do Sul, sendo que cerca de 2 milhões utilizam o transporte público. Nosso objetivo é incluir mais 3 milhões no sistema, ao que precisamos de mais integração. Também precisamos incrementar a infraestrutura, para garantir empregos mais próximos. As viagens estão ficando mais longas”, contou Blair.

Com um décimo do tamanho de São Paulo, nas palavras de Kelley, a cidade de Portland também vem buscando a melhoria da mobilidade – tanto que para alguns especialistas presentes ao seminário seria referência nesse sentido nos Estados Unidos, em que a prioridade absoluta é ao transporte individual. Conforme o professor da universidade local, a saída foi integrar os planos de uso da terra e transporte. A partir daí, foi dada prioridade a rotas de pedestres e ciclovias, bem como ao desenvolvimento de novas linhas metroferroviárias e a aproximar o emprego da moradia. Também com o transporte sob comando de uma autoridade metropolitana, segundo Kelley, a cidade de Portland desde 1970 não constrói uma nova rodovia.

Além dos casos estadunidenses, durante o evento houve apresentações de iniciativas em âmbito nacional, por Renato Viegas, presidente da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano); Marcos Bicalho, da Odebrecht; e Oswaldo Lima Neto, professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Participaram ainda, como debatedores, Eduardo Vasconcelos, consultor da ANTP; Nadia Someck, professora da Universidade Mackenzie; Harold Bartlett, secretário executivo da Autoridade de Transportes do Estado de Maryland; e Vicente Trevas, assessor especial da Presidência da Caixa Econômica Federal.

  Soraya Misleh 

Durante reunião do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, no qual o SEESP tem assento, o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José Alexandre Sanches, abordou plano da Prefeitura para o desenvolvimento econômico da região – a qual abriga uma população estimada em mais de 4 milhões de habitantes. A iniciativa ocorreu em 10 de abril, na sede do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), na Capital.

Na oportunidade, Sanches explanou que, com o objetivo de “atrair empresas para a Zona Leste”, está em implantação polo institucional de Itaquera. Além disso, listou outros projetos, como os relativos à qualificação de mão de obra, bem como o de construção do estádio naquele bairro que deve sediar a abertura da Copa 2014. E ainda de requalificação do antigo distrito industrial através de operação urbana e de desenvolvimento do Parque Tecnológico da Zona Leste – este último a ser, concluído ao longo da década, deve ser iniciado em 12 ou 13 meses.

Para receber inversões, a Prefeitura desenvolveu, segundo o secretário, o programa de incentivos seletivos. A ideia é devolver parte do montante aos investidores. A arena que está sendo preparada para o mundial de futebol custará aproximadamente R$ 890 milhões. A administração municipal, como frisou Sanches, “disponibilizará certificados no valor de R$ 420 milhões”. Essa obra, na sua avaliação, “antecipou uma série de melhorias no entorno, que vão impactar a vida da Zona Leste como um todo”. Para ele, os empreendimentos darão retorno certo ao município, em dez ou 11 anos. Na sua opinião, eventual mudança de governo não deve brecar o projeto de desenvolvimento econômico da Zona Leste. “Não temo a descontinuidade, trata-se de política pública.” Esse foi um dos questionamentos feitos pelos membros do Conselho Municipal de C, T & I. Sanches recomendou que esse apresente propostas da área tecnológica aos candidatos. A sugestão foi acatada e documento será elaborado. Allen Habert, diretor do SEESP e seu representante nesse espaço, apontou a premência de se auxiliar a pequena empresa na Zona Leste a dar “seus saltos”. “É preciso apoiar de maneira diferente o parque produtivo lá existente.”

 

Soraya Misleh
Imprensa – SEESP

 

 

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