Acontece na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, de 5 a 7 de outubro, o IX Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). O evento é a atividade mais importante da entidade e ocorre a cada três anos, cumprindo importantes questões estatutárias da organização sindical da categoria. Porém, é também uma oportunidade para o debate sobre o País, envolvendo a sociedade como um todo. Por isso mesmo, o congresso tem uma programação que busca possibilitar o diagnóstico dos nossos problemas em áreas consideradas chave para o desenvolvimento.
Terá destaque um amplo debate sobre a política econômica e a situação da indústria e do agronegócio, as dificuldades para os avanços nesses setores e quais seriam os caminhos a serem seguidos para superá-las. Para travar essa discussão, contaremos com especialistas e representantes do setor produtivo.
Na mesma dinâmica, entrarão em pauta ainda os desafios a serem superados em água e energia, incluindo o debate sobre como fica o petróleo no Brasil após as turbulências envolvendo a Petrobras. A mobilidade urbana é mais um tema de destaque, pois configura-se hoje em tarefa de monta para as médias e grandes cidades, onde a falta de transporte coletivo adequado tem gerado prejuízos econômicos e para a saúde da população.
Por fim, abordaremos a necessidade de valorização da engenharia nacional para que se obtenha êxito em todas essas frentes de trabalho essenciais à expansão econômica e ao bem-estar das pessoas.
Ao propor essa discussão no atual cenário de crise, queremos deixar claro que os engenheiros brasileiros têm como meta central continuar a contribuir para o desenvolvimento do País. É nossa convicção que é preciso manter a mobilização pela retomada da atividade produtiva, pois não podemos mergulhar na recessão e no desemprego. E essa deve ser a luta da Engenharia Unida em todo o Brasil.
Mais do nunca, continua viva a bandeira do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em 2006 pela FNE. Nesta edição do Conse, precisamos reafirmar princípios básicos dessa iniciativa que seguem válidos: não há solução sem crescimento econômico. Também é improvável que ajustes fiscais de caráter regressivo, que tornem ainda mais difícil a vida das pessoas, ajudem-nos a superar a crise. O setor público deve, sem dúvida alguma, lançar mão de medidas que melhorem a qualidade do seu gasto, evitem desperdícios e, sobretudo, desvios, mas isso não significa minar a nossa já frágil proteção social.
Fica aqui o nosso convite para que todos participem desse debate conosco, que se intensificará durante o nosso congresso, mas que é nossa bandeira de luta permanente.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente