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Cresce Brasil - Jovens engenheiros em ação na periferia de São Paulo

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Deborah Moreira

Uma equipe de 45 técnicos, entre engenheiros experientes, recém-formados e estudantes, esteve no Itaim Paulista, na zona leste da Capital, em 7 de maio, para conferir o problema das enchentes que assola os moradores há anos e pensar soluções. Iniciativa do Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP, a visita técnica se insere na etapa atual do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), que se debruça sobre o tema “Cidades”.
Na avaliação do grupo, conversar com os moradores foi fundamental para ver de perto o impacto que a ausência de uma política de saneamento e habitacão causa na vida dessas pessoas. “Por mais que a gente tenha feito uma pesquisa inicial, foi surpreendente o trabalho de campo. Achava que era no bairro todo. Depois, vi que não, mas em algumas ruas. Dessa forma, é possível aplicar soluções específicas, como a questão das bombas do dique (piscinão), que ajuda a drenar a água. Elas são muito grandes e só são acionadas quando as águas atingem certa altura. Uma hipótese que pode melhorar é substituí-las por bombas menores e mais baixas, que seriam acionadas com mais rapidez”, arrisca Phelipe Mendes, do curso de Engenharia de Inovação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec).
O engenheiro civil Marcelo Poliszczuk também fez uma avaliação inicial: “A colocação de grelhas no piscinão que já existe poderia reduzir a quantidade de lixo e sedimentos dentro dele, que acaba provocando o retorno das águas, alagando outras regiões.” Ele soube do projeto por uma professora da Universidade Nove de Julho (Uninove), onde faz pós-graduação em Segurança no Trabalho, na qual a coor­denadora do núcleo, Marcellie Dessimoni, realizou uma palestra sobre o tema.
Poliszczuk, falou da importância da atividade: “A iniciativa do sindicato, de trazer os jovens para projetos como esse, é fundamental para atrair mais atores da sociedade civil que se engajem para melhorar a qualidade de vida das pessoas.”

Pequenos detalhes
Para Dessimoni, os detalhes coletados a partir dos depoimentos serão fundamentais para refletir as soluções. “Uma senhora nos contou que os maiores alagamentos ocorrem de quatro em quatro anos. É um dado importante”, exemplifica. Entre os testemunhos, o do casal de aposentados Irene Pereira Lima, 58, e Moisés Alves de Almeida, 68 anos, que mora no local desde 1999, quando a água não ultrapassava a altura dos pés. Almeida conta que já subiu o nível da casa em 1,10 metro. Mesmo assim, no último alagamento, a água chegou a 60cm de altura. “A cada ano ela aumenta”, conta Pereira, que lembra dos momentos de angústia: “Quando enche vem de tudo. Vem bicho, vem gente morta. Estou ficando doente e velha pra viver assim”.
Os técnicos chegaram no bairro por volta das 9h30 e dividiram-se em grupos de duas a três pessoas. “Aprender assim é muito mais interessante. Já temos alguma experiência de campo, mas nada comparado a hoje”, reconheceu July Nicoli, estudante de Engenharia de Inovação do Isitec. Também integraram a comitiva alunos da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e Estácio, além da Uninove.
Os diretores do SEESP Sergio Granato, da delegacia em Sorocaba, e Celso Renato de Souza, que atua no núcleo, estiveram presentes. Este último asseverou: “Viemos conferir quais as demandas e quais as soluções viáveis e precisamos cobrar os governantes. Os jovens têm muita força para levar o projeto e vou brigar por isso junto com eles.” Em 2015, as administrações municipal e estadual assinaram um convênio através do qual caberá ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) construir um pôlder (minipiscinão) na região como compensação pela construção das pistas expressas da Marginal Tietê. Ele terá 2,4 quilômetros de extensão, com capacidade para 23,5 mil metros cúbicos, e receberá as águas coletadas pelo sistema de galerias de águas pluviais do bairro e conjunto de bombas. Já a Prefeitura se responsabilizou pela remoção das famílias para moradias seguras. A administração da cidade diz que aguarda a licitação da obra e a desapropriação de 65 imóveis, com 105,3 mil metros quadrados, que são responsabilidade do Estado. Afirma ainda que vem cobrando as ações do governo paulista, além do desassoreamento do Rio Tietê, que considera indispensável para a solução dos alagamentos. O Daee, por sua vez, informa que as desapropriações tramitam no Poder Judiciário. “Tão logo esses valores sejam homologados, serão feitos os depósitos judiciais que permitirão ao órgão ter a posse dos imóveis/terrenos e iniciar a licitação para execução da obra”, explica em nota, sem mencionar prazos.
Enquanto isso, a juventude busca dar sua contribuição. No último dia 21, o grupo se reuniu para trocar informações sobre o que vivenciou durante a visita técnica. Na pauta, estavam saneamento e recursos hídricos. Uma mesa-redonda, com a presença de especialistas, está sendo organizada para 4 de junho.

Comentários  
# Cresce Brasil - Jovens engenheiros em ação na periferia de São Paulocelso renato de souz 02-06-2016 11:50
Parabéns pela iniciativa do Núcleo Jovens Engenheiros do SEESP, pelo trabalho realizado no bairro do Itaim Paulista - Sao Paulo.
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