O SEESP deu a largada, em 16 de agosto, a mais uma edição do ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, que receberá os candidatos a prefeito de São Paulo e de vários municípios nos quais temos Delegacias Sindicais. A proposta dessa iniciativa, já tradicional na nossa entidade, é dar a todos os concorrentes a oportunidade de apresentar suas propostas, ouvir sugestões da plateia e também responder aos questionamentos colocados. A atividade tem dois princípios básicos. O primeiro deles é promover o debate democrático, em igualdade de condições, com todos os que estão na disputa, independentemente do partido ou da posição nas pesquisas de intenção de voto.
É fundamental que os cidadãos possam ter acesso qualificado àqueles que desejam ser governantes do local onde vivem. Nossa avaliação é que essa oportunidade – livre dos filtros do marketing – é extremamente valiosa e bastante importante para que se possa formar opinião e escolher conscientemente. Trata-se ainda de uma chance de ouvir ideias e opinião que, ainda que divergentes das nossas, possam nos ajudar a refletir sobre aspectos da realidade social e política e ampliar a nossa visão de mundo. Isso não significa mudar de lado, de candidato ou de posição, mas um estímulo para abrir os olhos e enxergar um panorama mais amplo.
O segundo é contribuir para que prevaleça a discussão sobre os problemas da cidade e as soluções para esses. O período que antecede a eleição deve servir para que intensifiquemos o debate sobre como tornar as cidades locais melhores para se viver, abordando-se as questões mais prementes para a população. Nesse sentido, está sendo entregue aos candidatos a publicação “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Cidades”, produzida pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). O documento integra o projeto da entidade que já tem dez anos de existência e em 2016 foca os desafios dos municípios.
O primeiro tema abordado nesta recente edição é matéria a qual o prefeito que deseje realmente trabalhar precisa estar atento: como financiar as obras, projetos e serviços das cidades que têm, em geral, orçamentos deficitários. Um ponto defendido no documento, por exemplo, é que os estados deem suporte técnico aos municípios para a formulação de projetos qualificados e os bancos públicos avaliem essas propostas e decidam quanto à melhor combinação entre recursos reembolsáveis ou não, levando em conta o perfil da localidade. Essa seria uma alternativa à tradicional emenda parlamentar que pode obedecer mais a critérios eleitoreiros que técnicos. O “Cresce Brasil – Cidades” aborda ainda habitação, transporte e mobilidade, saneamento ambiental, iluminação pública e internet pública, infraestrutura que ganha cada vez maior importância na sociedade do conhecimento e é essencial à inclusão social.
Ao unir esses dois aspectos, o estímulo ao debate democrático e a sugestão de propostas consistentes, os engenheiros esperam dar a sua contribuição à melhoria das cidades brasileiras e do nosso sistema político.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente