Em evento realizado pela CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), em Vitória/ES, no dia 12 de agosto, mereceu justas homenagens a chamada Constituição Cidadã de 1988. Consagradora de direitos individuais e sociais, a Carta Magna é fruto da participação popular efetiva e da vocação democrática dos brasileiros. Mais de 20 anos e seis eleições presidenciais depois, é cada vez mais caro ao povo o direito de escolher os caminhos que deseja percorrer e qual projeto de cidade, estado ou país deseja.
Tais anseio, direito e engajamento devem estar presentes também no conjunto das instituições civis, base essencial de uma sociedade consciente e organizada. Os engenheiros e demais profissionais do setor tecnológico têm nesse ano um compromisso nesse sentido. Estão marcadas para 8 de novembro próximo as eleições do Sistema Confea/Creas/Mútua. Realizado em todo o País, o pleito elegerá os presidentes do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e dos regionais, além dos diretores da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais. Autarquia federal, tal sistema é a proteção da sociedade contra o exercício ilegal dessas atividades, que são regulamentadas por leis próprias e cujo correto desempenho exige formação técnica específica. Para atuar, conta com arrecadação compulsória.
Mais próximo do dia a dia dos profissionais, ou ao menos deveria ser assim, está o Crea, responsável direto pela fiscalização e pelo atendimento aos engenheiros, arquitetos, tecnólogos, geólogos etc. que, por exemplo, buscam certidões ou recolhem ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Embora tenha função precípua de salvaguardar a população, a fiscalização é também de interesse desses técnicos, pois têm frequentemente o seu mercado de trabalho invadido por leigos.
Ou seja, o Sistema Confea/Creas tem função fundamental para a sociedade e para os profissionais. Esses, responsáveis pela sua sustentação, são também os que escolhem os seus dirigentes, a cada três anos. Lamentavelmente, essas eleições têm sido marcadas por baixa participação, que tem sido inferior aos 10% dos aptos a votar. No entanto, é sempre tempo de buscar transformações necessárias, e uma nova oportunidade se avizinha. Os eleitores devem se inteirar desse processo, entrar no debate e, acima de tudo, votar, o que é direito, mas também dever daqueles que estão comprometidos com a construção de uma nação melhor, em qualquer instância da organização social. É tempo de cada um refletir sobre o que anseia para a sua organização profissional e expressar-se por meio das urnas.
Eletropaulo – Ainda sem apresentar solução para a baixa qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica na Região Metropolitana de São Paulo, a AES Eletropaulo será alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a ser instalada na Assembleia Legislativa de São Paulo. Fazendo advertências há vários anos sobre a necessidade de investir e garantir quadros técnicos suficientes ao trabalho, o SEESP participará do processo de averiguação proposto pelos parlamentares paulistas.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente