Esses foram os compromissos prioritários reafirmados pela diretoria da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) que tomou posse no dia 19 de março, em cerimônia em Brasília. Eleita durante o X Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), realizado em São Paulo, em setembro de 2018, a equipe (confira os integrantes aqui) conta com representantes dos 18 sindicatos filiados à entidade e tem à frente o também presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, que foi reconduzido ao cargo para a gestão 2019-2022.
Ao assumir o novo mandato, o dirigente lembrou o esforço de mais de uma década de mobilização em torno do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em 2006. “Essa iniciativa, que percorre o País com a discussão sobre o desenvolvimento nacional e sobre como ter uma nação mais justa, é uma história que expressa a importância que damos à engenharia e ao nosso país”, afirmou.
Murilo destacou ainda a importância fundamental do movimento “Engenharia Unida”, que propõe uma coalizão de profissionais e suas entidades representativas para oferecer saídas aos desafios nacionais, criado pela FNE em 2016. “Estamos num momento extremamente difícil e, unidos, podemos dar a nossa contribuição para superar essa situação”, enfatizou o dirigente.
Entre os temas cruciais na avaliação do presidente da FNE que devem ser objeto de atuação da engenharia está a precária situação no que diz respeito a inspeção e manutenção de construções no Brasil. “Temos uma proposta para que as administrações nas três instâncias criem uma Secretaria de Engenharia de Manutenção que tenha profissionais fazendo a inspeção periódica e o trabalho necessário”, informou. Conforme ele, a medida evitaria prejuízos, acidentes e até tragédias como a ocorrida em 25 de janeiro último em Brumadinho (MG), quando uma barragem da Vale S.A. se rompeu causando destruição e centenas de mortes.
Reconhecimento
A cerimônia de posse teve como marco o reconhecimento do trabalho da FNE e a importância da engenharia para o País. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) lembrou a função do setor para reativar a economia. “A construção civil seria importante para gerar empregos.” Ele também apontou as demandas tecnológicas ligadas ao bem-estar da população, como a inclusão digital das populações das localidades distantes dos grandes centros, que ainda não têm acesso à internet. “O Acre e a Amazônia precisam da engenharia brasileira.” Na mesma linha, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) enfatizou a contribuição estratégica da profissão cujo saber está presente em debates centrais do Parlamento, a exemplo da Lei das Licitações.
Segundo ele, é urgente que se desenhe um projeto nacional, e a tarefa deverá contar com a participação da FNE e da engenharia unida. “Sem engenharia o Brasil não seria esse país forte”, completou a deputada federal Vanda Milani (SD-AC).
Para o vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Edson Alves Delgado, as entidades devem mais do que nunca estar irmanadas para que haja compreensão pela população dessa realidade. O desafio, apontou, é “mostrar que o fundamento da engenharia é colocar o conhecimento técnico científico a serviço da sociedade”.
“Não poderia estar ausente desta posse pela importância e representatividade que a FNE tem na engenharia nacional. Também por saber a importância das entidades, que são as porta-vozes dos profissionais. Nós no Sistema só seremos legitimados com o apoio das entidades”, declarou o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba (Crea-PB) e coordenador do Colégio de Presidentes do Confea, Antônio Carlos Aragão. O presidente da Mútua – Caixa de Assistência, Paulo Guimarães, ratificou: “A engenharia unida vai se fortalecer cada vez. Contem conosco, pensando na Mútua como o braço social do Sistema.”
Ação sindical
O secretário de Tecnologias Aplicadas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Mauricio Pazini, apontou a importância da atuação da FNE e seus sindicatos filiados. “Agregam valor humano à atividade ao trabalhar na defesa dos profissionais que fazem engenharia.”
A presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Pará (Senge-PA), Eugênia Von Paumgartten, também salientou a relevância da representação dos profissionais, hoje ameaçada pelas regras impostas pela reforma trabalhista prevista na Lei 13.467/2017 e, mais recentemente, pela Medida Provisória 873, que restringem a ação das entidades e a mobilização das categorias. “Essa posse tem significado especial, é a primeira depois do ataque ao sindicalismo no Brasil e é uma demonstração de que vamos resistir e lutar. Não queremos corrupção, tampouco ditadura.”
Também prestigiaram a cerimônia de posse a senadora Mailza Gomes (PP-AC); o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP); os presidentes de Creas Carminda da Silva Pinheiro (AC), Fernando Dacal (AL), Edson Kuwahara (AP), Fátima Ribeiro Có (DF), Ana Adalgiza Dias Paulino (RN), Marcelo Costa Maia (TO) e o vice Arlindo Pires Lopes (AM); os conselheiros federais Modesto Ferreira dos Santos Filho, Marcos Camoeiras, Inarê Roberto R. Poeta e Silva e Ricardo Araújo, além dos presidentes dos sindicatos filiados à FNE e profissionais de todo o País.
Por Rita Casaro