Aristides Galvão
O Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares, vem se tornando gradativamente uma data de importância no calendário brasileiro. Isso porque não se trata apenas de uma efeméride, mas de um momento de reflexão.
Zumbi dos Palmares, que tanto fez pela nossa história, há bem pouco tempo não era reconhecido como herói. Pelo contrário, a versão que se aprendia nos bancos escolares dava conta de um personagem marginalizado, que não passava de um preguiçoso.
Mas afinal quem era Zumbi? Alagoano nascido em 1655 e morto em 20 de novembro de 1695, o líder do Quilombo dos Palmares na Serra da Barriga (AL) foi criado pelo padre Antonio de Melo. Aos 15 anos de idade, foge para Palmares, do qual mais tarde torna-se líder e grande guerreiro.
O mais importante hoje é a continuidade da luta pela consolidação da igualdade que, se existe na lei, ainda não foi plenamente conquistada. Nessa caminhada, têm forte valor simbólico e pedagógico as homenagens a Zumbi. Atualmente, 20 de novembro já é feriado em mais de 200 municípios. No Rio de Janeiro, é comemorado oficialmente em âmbito estadual. O Projeto de Lei nº 5.352 de 2005, já aprovado pelo Congresso Nacional, transforma a data em feriado nacional. Para que tal se efetive, aguarda-se apenas a sanção da presidente Dilma Rousseff. Com isso, teremos elevado o Dia Nacional da Consciência Negra ao patamar das datas mais relevantes para os brasileiros, como o 21 de abril (Tiradentes), o 1º de maio (Dia do Trabalhador), o 7 de setembro (Independência) e o 15 de novembro (Proclamação da República).
Aristides Galvão é diretor da Delegacia Sindical do SEESP em Piracicaba