Murilo Pinheiro – Presidente
A celebração do Dia Internacional do Trabalhador neste ano acontece sob imensas dificuldades e profundo pesar. Essa realidade é inegável diante da pandemia ainda fora de controle, com cerca de 400 mil mortes registradas, e da crise socioeconômica, com aumento do desemprego e da pobreza. Apesar de tudo e até pela gravidade da situação, o 1º de Maio chega para nos estimular à luta e renovar nossa esperança de superar o atual quadro.
Porém, não será por milagre ou acidente que veremos as mudanças esperadas, mas com determinação, racionalidade e trabalho. As decisões sobre os rumos do País estão, na prática, nas mãos de governantes, agentes públicos e parlamentares. No entanto, cabe à sociedade como um todo atuar para que as escolhas feitas favoreçam o interesse público e a maioria da população.
O primeiro e urgente ponto está exatamente na pauta corretamente eleita para o 1º de Maio pelo movimento sindical, que deve ser abraçada por todos. O Estado deve garantir a sobrevivência dos trabalhadores, com a retomada do auxílio emergencial nos padrões em que existiu em 2020. Ou seja, pagamento mensal de R$ 600,00 a quem precisar, pelo tempo necessário, para que seja possível a essa parcela sobreviver em meio à retração econômica e permanecer em casa protegendo-se da contaminação.
Ainda nesse pacote de socorro imediato, não podem ficar esquecidas as micro e pequenas empresas, que demandam crédito e apoio para não se verem obrigadas a cerrar suas portas e engrossarem as estatísticas de desocupação e empobrecimento.
Trata-se da sobrevivência de milhões e de se evitar o caos social no País. Não é possível que os humores do mercado financeiro possam se sobrepor a tamanha prioridade.
Ao mesmo tempo, é fundamental que se acelere a imunização contra Covid-19 no Brasil para que se possa retomar a normalidade. Para tanto, há que se estabelecer uma coordenação nacional com o objetivo de disponibilizar vacinas suficientes para atender a demanda, sejam importadas ou fabricadas no País, desde que, obviamente, consideradas seguras e eficazes pelas autoridades técnicas competentes.
Também, enquanto se combate a emergência sanitária, há que se buscar caminhos à recuperação nacional, sobretudo para a geração de empregos. O SEESP, juntamente com o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, segue na sua proposta de retomada das obras públicas paralisadas como forma de aquecer a economia rapidamente e criar oportunidades não só à categoria, mas a diversos trabalhadores do setor e aos que serão beneficiados indiretamente.
Além desse efeito positivo no curto prazo, a medida oferecerá à população equipamentos públicos aguardados, como escolas, postos de saúde etc., e infraestrutura de produção, como estradas e ferrovias.
Aqui, é importante notar que se exige o investimento e a ação governamental, contrariando a lógica fiscalista de cortes orçamentários e do Estado mínimo. Em seu lugar, coloquemos o espírito público e a solidariedade coletiva para que seja viável atravessar a tormenta e chegar a uma época de paz e prosperidade.
Viva o 1º de Maio!
Imagem do destaque na matéria – Arte: Eliel Almeida