Sérgio Amaral
A engenharia está presente atualmente em todas as atividades humanas, desde a água que bebemos, passando pela comida, roupa, casa, lazer, trabalho, comunicação etc. A tamanha complexidade de atividades é necessário um grande sentido de responsabilidade e de ética, seja como técnico, professor, membro de organização representativa, consultor, político ou empresário.
Neste artigo, gostaria de propor uma reflexão sobre a responsabilidade dos engenheiros no que diz respeito à sua atuação pelo bem público e com a finalidade de contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para servir à humanidade.
Conforme consta do parágrafo 1º do Código de Ética Profissional do Engenheiro, do Arquiteto e do Engenheiro Agrônomo, instituído pela Resolução nº 205, de 30 de setembro de 1971, emanada do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), as obrigações iniciais do engenheiro são cooperar para o progresso da profissão, mediante o intercâmbio de informações sobre os seus conhecimentos e contribuição de trabalho às associações de classe, escolas e órgãos de divulgação técnica e científica. Assim sendo, pergunto-me o porquê da perda significativa da participação da categoria nas associações de classes. Por que em muitas instituições de ensino de engenharia o professor reluta em participar no segmento de classe da engenharia, ao fazer sistematicamente um discurso que é docente e pesquisador no campo da engenharia e não um engenheiro professor?
Tal ausência leva ao esvaziamento, à perda de um espaço social importante de discussões de políticas públicas pertinentes à categoria, assim como a prejuízos como o não cumprimento da lei que assegura um salário mínimo e a desclassificação funcional no mercado de trabalho. Retomar a consolidação de um pensamento coletivo da categoria não é somente atender aos princípios éticos, mas também garantir os espaços já conquistados às gerações futuras.
Sérgio Amaral é diretor adjunto da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas