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Um canal para aprimorar a infraestrutura paulistana

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Carlos Hannickel

 

A manutenção e o aprimoramento da infraestrutura urbana do município de São Paulo são de fundamental importância para a qualidade de vida de sua população. Com 12 milhões de habitantes, a Capital abriga um vasto e complexo sistema de serviços essenciais aos seus moradores, que abrangem setores públicos, municipal e estadual, bem como empresas privadas em sua operação.

Não obstante essas condições de operação, cabe ao Executivo Municipal a responsabilidade de bem administrar os serviços sob sua prestação direta ou indireta, bem como fiscalizar e exigir daqueles sob concessão de outrem, como os transportes públicos viários e ferroviários, energia elétrica, telefonia, gás, saneamento básico etc.. Afinal, são os munícipes paulistanos que os mantêm com seus impostos e tarifas.

Há pouco, a população da Capital foi atingida por um apagão inadmissível no fornecimento de energia elétrica, que prejudicou a cidade como um todo, sobretudo setores da população que ficaram sem abastecimento por seis dias. Além das infundadas desculpas da Enel, empresa concessionária, para o ocorrido, não se tem notícia de quais medidas foram tomadas pelo poder público municipal para evitar novos fatos dessa natureza.

Nesse mesmo sentido, fica-nos a insegurança das anunciadas privatizações da Companhia do Metropolitano (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), além da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), amplamente defendidas e anunciadas pelo governador Tarcísio de Freitas de forma autoritária e descompromissada com a população abrangida, que sequer foi consultada. O governador, talvez por não ter vínculo com São Paulo, ignora a história do saneamento básico em nosso Estado, com ênfase na Capital, o que motivou a criação da empresa de economia mista ou seu papel na saúde pública. Com seus serviços, São Paulo erradicou doenças de veiculação hídrica e diminuiu sobremaneira a mortalidade infantil que, na década de 1970, atingia 150 de cada mil nascidos. Cabe ressaltar ainda que todo o seu planejamento, execução de obras e operação são fruto da engenharia nacional.

Enfim, a Sabesp, embora realize rendimentos financeiros para o Estado, seus acionistas e até para a Capital, foi criada para sanear o Estado de São Paulo e não para gerar lucro. A cidade de São Paulo é responsável, hoje, por 55% da receita da Sabesp. Contamos, nesse ensejo, com a sensibilidade do prefeito Ricardo Nunes e do seu importante papel para levar esse debate à sociedade, com a devida densidade e compromisso que a questão exige, envolvendo engenheiros e técnicos, setores empresariais nacionais da construção civil, consultorias e projetos, fornecedores de materiais e, fundamental, o setor da saúde.

A instalação da Frente Parlamentar da Infraestrutura e Engenharia de São Paulo, sob a presidência do experiente vereador Eliseu Gabriel (PSB), abre um amplo, necessário e democrático espaço de debates técnicos, de busca de soluções e propostas no nosso Legislativo tão importantes para a vida da metrópole.


Em 2024, no bojo das eleições municipais, diante de tantos desafios já postos e sentidos, mais que nunca, o papel da engenharia estará em evidência nos debates e formulações de propostas, com destaque especial aos engenheiros servidores municipais que se encontram na linha de frente nos problemas de nossa cidade. Precisamos do envolvimento de todos os setores para, juntos, construirmos uma cidade melhor e com menos desigualdade.

 


 

Carlos Hannickel é jornalista, assessor especial do SEESP e secretário executivo da Frente Parlamentar da Infraestrutura e Engenharia de São Paulo

 

 

 

 

Imagem: Freepik / Arte - Fábio Souza | Foto Carlos Hannickel: Acervo SEESP

 

 

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