Murilo Pinheiro – Presidente
Construir uma sociedade que assegure cidadania plena ao conjunto da população é missão de todos os que têm compromisso com a justiça, a democracia e o avanço civilizatório. Portanto, é pauta prioritária de quem milita por um país e um mundo melhores a luta pela igualdade de gênero, assim como pelo fim de todo e qualquer tipo de violência e discriminação contra as mulheres.
Ao celebrarmos mais um 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é fundamental lembrarmos que, embora o protagonismo dessa luta seja feminino, é obrigação de todos nós darmos a nossa contribuição para superar o cenário atual ainda lamentavelmente machista e repleto de disparidades socioeconômicas.
Embora sejam a maioria da população (51,5%), tenham ampliado sua formação escolar superando os homens e até chefiem a maior parte dos lares brasileiros, as mulheres seguem enfrentando maiores dificuldades para ingressar e progredir no mercado de trabalho e recebendo em média remuneração inferior. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), seu rendimento médio real foi 20,8% menor no quarto trimestre de 2023. Enquanto eles receberam R$ 3.233,00, elas ganharam R$ 2.562,00.
Medida tomada contra esse quadro, a aprovação da Lei da Igualdade Salarial (Lei 14.611/2023) infelizmente ainda não surtiu os efeitos necessários. Espera-se reforço nesse sentido com a implantação do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, já elaborado e aprovado, em reunião realizada no dia 20 de fevereiro último, pelo grupo interministerial encarregado da missão.
A exemplo do conjunto do mercado de trabalho, também é flagrante a desigualdade na engenharia, em que o contingente feminino ainda é minoritário. Conforme dados do Sistema Confea/Crea, dos 1.123.179 profissionais registrados, 899.134 são homens e apenas 224.045 são mulheres. Elevar esse índice de cerca de 20% para próximo dos 50% é a missão que precisa ser encampada pelo poder público e também por universidades, empresas e entidades de classe.
Há que se estimular as meninas, desde o ensino fundamental e médio, a optarem pela engenharia, tornar a universidade acolhedora para que, ao ingressarem, permaneçam e concluam os cursos e, por fim, assegurar oportunidades nas empresas.
O SEESP trabalha por essa meta, especialmente por meio do seu Núcleo da Mulher Engenheira, e reafirma sua disposição de contribuir para que haja mais diversidade e equidade na profissão.
Vamos juntos construir um país melhor. Viva o 8 de março!
Imagem: Freepik / Arte: Eliel Almeida