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OPINIÃO - Porta aberta para o mundo

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José Antonio Marques Almeida


Principal recurso da Região Metropolitana da Baixada Santista, o Porto de Santos pode e deve ser mais bem distribuído social e geograficamente. No passar dos navios pela Ponta da Praia, é possível perceber uma corrente caudalosa do comércio mundial que o caracteriza como a maior e mais importante porta do hemisfério sul para o mundo, um pujante gate.

Por seu vigor logístico, o Porto de Santos não para de crescer. Seus caminhos atravessam os oceanos do planeta e alcançam distantes continentes, sobem as serras e percorrem o planalto central do Brasil, atravessam a gigante e fantástica Cordilheira dos Andes, no compasso dos processos produtivo e geopolítico mundiais. São Paulo não seria o estado rico que é não fosse o nosso porto. É magnífico.

Um dos efeitos mais importantes verificados na história do aumento do comércio foi o crescimento das cidades. Entretanto, muitas podem não ter incremento correspondente ao volume de comércio que atravessa sua região, como é o caso de Santos.

Disponibilidade de recursos não garante a prosperidade de um local, região ou país. A Serra Leoa, na África, é um dos maiores produtores mundiais de diamante. Porém, ocupa o último lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas). A mais-valia dessa riqueza desagua em países europeus, que a lapidam e distribuem.

Nossa região, bonita por natureza e abençoada por Deus, não tem oferta de trabalho especializado, nível salarial adequado ou perspectiva econômica compatíveis com o seu potencial para participar do próspero processo das cadeias de suprimento mundiais.

O número de jovens que diariamente sobem a serra para trabalhar é um indicador óbvio de que Santos está pobre de oportunidades. Com certeza, é necessário e possível mudar esse quadro desertificado de chances. Nossa região precisa se transformar em uma mini China, um complexo portuário industrial, mas com qualidades ambientais e urbanísticas. A força motora desse processo transformador é a sua competitividade logística valorosa e exclusiva. Nenhum local no planeta abaixo da linha do Equador tem posição estratégica tão vantajosa como a nossa.

É preciso inovar para aproveitar as oportunidades. O porto-indústria é um modelo inovador. Nele, clientes, fornecedores e universidades têm papel destacado no processo de agregar valor às mercadorias movimentadas. Acontece na retaguarda do cais, dia e noite, em sincronia com a operação dos navios. É uma maneira moderna e tecnologicamente avançada de gerar trabalho e negócios, com melhores ganhos. Há todas as condições necessárias e suficientes para implantar na Baixada Santista um projeto bem-sucedido desse tipo.

Desde a vinda de Braz Cubas, jamais vivemos um cenário tão favorável a uma indústria de serviços, tendo o porto como fator de produção.



José Antonio Marques Almeida (Jama) é diretor adjunto do SEESP e foi vereador na cidade de Santos




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