Em reunião do CMCT&I (Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação), realizada no SEESP em 14 de junho último, entrou em pauta um tema essencial para a atual sociedade da informação, a internet pública. Apresentada pelo professor da USP (Universidade de São Paulo), Marcelo Zuffo, a proposta é basicamente implantar a internet, oferecida pelo município gratuitamente, nos locais públicos. Conforme explicou ele, não se trata de oferecer o serviço hoje vendido por provedores às pessoas físicas ou jurídicas, nas residências ou empresas, mas de proporcionar acesso à rede em escolas, hospitais, parques, aeroportos etc.
Segundo enfatizou o professor em sua palestra, “cabe a uma cidade como São Paulo, progressista, sair desse marasmo e ter uma ideia ambiciosa”. Convencido da pertinência de uma iniciativa como essa, ele afirma que para colocar o projeto em prática basta articulá-lo política e institucionalmente, sendo plenamente viável do ponto de vista tecnológico.
O tema, que já esteve presente em campanha eleitoral passada sem prosperar, deveria entrar no programa de governo de todos os candidatos que disputam o pleito de outubro próximo, não só na Capital, mas em todas as cidades brasileiras. A internet há muito deixou de ser uma opção e impõe-se ao cotidiano dos cidadãos como forma de acessar todo um universo de informações e serviços nos mais diversos setores, incluindo saúde e segurança.
Cada vez mais, estar num ambiente sem acesso à internet corresponderá a estar num local sem água ou energia elétrica. A tendência que, ao menos no médio prazo, parece irreversível de estocar informações na chamada “nuvem” traz em si a ideia de que todos terão acesso a esses conteúdos. Quanto mais tempo se leva a garantir essa possibilidade, mais se gera exclusão e desigualdade.
Claro está que o Brasil ainda precisa equacionar a questão da universalização da banda larga, cujo plano nacional ainda não deslanchou. Até por isso, a experiência bem-sucedida já feita por alguns municípios brasileiros deve ser multiplicada em todo o País. Será um passo fundamental no combate à exclusão digital.
Paraguai – É com apreensão e indignação que se assistiu ao rito sumário sob o qual o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi deposto em 22 de junho. Numa espécie de “golpe institucional”, em menos de 24 horas deu-se fim ao mandato conquistado democraticamente nas urnas. Não se trata de aprovar ou não a política e a gestão levada a termo por Lugo, mas de fazer a defesa instransigente da democracia, tão cara a todos, mas especialmente aos países latino-americanos, que num passado não muito distante penavam sob ditaduras.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente