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Engenheiros realizam visitas técnicas

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       Nos dias 10 e 13 de novembro, dirigentes do SEESP e membros dos conselhos tecnológicos regionais realizaram visitas técnicas a instalações do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello) e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), respectivamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. As iniciativas integram as Jornadas da Ciência e Tecnologia em Campo, que devem ter seqüência e se intensificar em 2009.
      A idéia, segundo Allen Habert, coordenador do Conselho Tecnológico Estadual – ao qual estão ligados os regionais –, é “aproximar cada vez mais nossos profissionais das conquistas da engenharia e da tecnologia e também de projetos interessantes, para turbiná-los e contribuir a que sejam ampliados”.
       A visita ao Cenpes reuniu cerca de 30 participantes, que puderam conhecer dois dos 130 laboratórios da instituição ligada à Petrobras e uma plataforma marítima em construção, no Porto de Niterói. Um deles é o de Testemunhos, em que são analisadas amostras de rochas e solos provenientes de áreas onde é feita sondagem para descoberta de petróleo. Esse seria um laboratório chave quanto às pesquisas na camada do pré-sal, responsável pela base tecnológica para perfuração e exploração. Somente à primeira ação, são necessários R$ 1,5 bilhão. O outro laboratório visitado foi o de Testes de Combustíveis Automobilísticos, em que a investigação feita visa vários tipos de veículos e permite aprimoramento na qualidade dos combustíveis.
       Com relação à plataforma, após concluída, será levada para a região de Mexilhão, também no Rio de Janeiro, e objetiva a exploração de gás. A expectativa é extrair dali 50% do total comprado hoje pelo Brasil da Bolívia. Conforme apresentado durante a visita por Paulo Henrique Godinho e Nelson Marçal Branco, respectivamente das áreas de marketing e internacional do Cenpes, esse centro conta com verba de R$ 2 bilhões para pesquisa e 2 mil colaboradores, sendo 700 com mestrado e PhD.

Suporte
       Com a missão de prover soluções tecnológicas para empresas e instituições, o IPT produz anualmente 2.500 documentos técnicos. Suas diversas áreas, em que trabalham 1.500 pessoas, sendo 455 pesquisadores e 165 técnicos, foram objeto de apresentação feita por Walter Furlan, diretor de processos e tecnologia da informação do instituto. E 278 novos colaboradores devem reforçar esse quadro, já que está em andamento concurso público. A promessa do Governo do Estado, segundo Furlan, é de novas seleções em 2009 e 2010, para contratação de mais 400, e de investir R$ 150 milhões no IPT.
      Além de acompanharem a explanação e uma mostra das diversas áreas de atuação do instituto, os cerca de 20 participantes dessa visita puderam conhecer dois laboratórios e alguns projetos em desenvolvimento no local. Entre eles, o Prumo (Projeto Unidades Móveis), que vem sendo feito graças a parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Secretaria de Desenvolvimento, com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A idéia é disponibilizar, em unidades móveis, suporte tecnológico a micro e pequenas empresas em todos os estados brasileiros. Trata-se de veículos utilitários estruturados com equipamentos que os transformam em um minilaboratório móvel, os quais estavam em exposição durante a visita. Entre as unidades móveis, uma das que puderam ser vistas se destina à análise de cerâmica e permite investigar a qualidade da matéria-prima para a produção de telhas, manilhas e tijolos. No chão de fábrica, é coletada amostra do material e são feitos os ensaios. Outras visam atender o setor têxtil, de borrachas, plásticos, tratamento de superfície, couro e calçados, madeira e móveis.
       No Laboratório de Engenharia Naval e Oceânica, explicação sobre os trabalhos ali desenvolvidos foi dada pelo seu responsável e diretor da área, Carlos Daher Padovezi – que neste ano será agraciado pelo SEESP com o prêmio Personalidade da Tecnologia na categoria Indústria. Ali são feitos testes de estabilidade de plataforma e de navio. No tanque de provas foi feita simulação do comportamento de uma estrutura flutuante com casco típico da Marinha do Brasil quando sujeita à ação das ondas. O tanque tem 4m de profundidade e quase 300m de comprimento e foi criado para testar instalações petrolíferas e cascos. Propicia a verificação do desempenho da embarcação em escala real e, assim, a escolha de sistemas como o de propulsão mais adequado, além da melhor forma de ancoragem e sua geometria, entre outras possibilidades.
      O segundo e último laboratório visitado é denominado Túnel de Vento. Com 40m de comprimento e uma hélice de 3m de altura em uma de suas extremidades, é feito de madeira com estruturas metálicas e janelas de vidro para tornar algumas seções visíveis. No seu interior, podem ser produzidas correntes de vento com velocidade de até 72km/h. O equipamento permite, dessa forma, vários ensaios, como o monitoramento de oscilações de grandes edifícios. Na ocasião, constava dentro do túnel uma maquete do bairro de Moema, na Capital paulista, para análise em escala 1x300.
      Nas jornadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, Habert passou às mãos dos anfitriões o manifesto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006, cujo projeto culminou com a formação de conselhos tecnológicos estaduais e regionais – atualmente 19 em território paulista.


Soraya Misleh

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