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Cresce Brasil – São Paulo deve reverter atraso digital com internet pública

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Rosângela Ribeiro Gil


A maior metrópole do Brasil, com seus mais de 11 milhões de habitantes, ainda não oferece acesso à internet em locais públicos, serviço existente já em vários municípios menores. Porém, a situação deve mudar ainda neste semestre, segundo o secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, Simão Pedro Chiovetti, que prepara o Plano Municipal de Conectividade e Convergência Digital. “A cidade está realmente atrasada no que se refere à abertura do sinal digital”, admite.

Ainda sem definição do investimento necessário, ele afirma que o custo “dependerá muito do modelo a ser adotado, que poderá, inclusive, ser mais do que um”.  A opção a ser feita pela cidade, diz, dependerá do debate com a sociedade. “Queremos ouvir o Sindicato dos Engenheiros, as universidades, os coletivos de produção de conteúdo, pesquisadores, órgãos técnicos. Queremos um projeto que nasça de um processo colaborativo.” O secretário lembra ainda ser compromisso de campanha do prefeito Fernando Haddad disponibilizar o serviço gratuitamente nas praças e parques do município.

O tema foi colocado em pauta pelo SEESP durante o processo eleitoral de 2012, ao longo do ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, que recebeu os candidatos a prefeito da Capital e de várias localidades do Interior. A esses, foi feita a proposta de oferecer acesso à internet nos locais e equipamentos públicos, basea­da no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, capitaneado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros). Em dezembro último, foi lançada também campanha nacional da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) defendendo o acesso à rede nos espaços públicos.

Para o professor titular da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), Marcelo Zuffo, um dos formuladores da proposta da CNTU, é perfeitamente possível a implementação de uma infraestrutura metropolitana para o serviço. “Estamos falando de uma cidade de tendências, de grande atividade econômica e de alta tecnologia.” Mas, para dar conta da tarefa, explica, será necessário estruturar o backbone metropolitano de internet banda larga, que se firma em dois pilares: a rede de fibra óptica cobrindo a cidade e equipamentos de conexão wi-fi, para atender o grande número de dispositivos móveis encontrados atualmente. Zuffo define: “Internet não é uma questão tecnológica, é acesso à informação.”


Copa é prioridade

Quem está à frente da elaboração do plano digital da Prefeitura de São Paulo é o professor da UFABC (Universidade Federal do ABC) e membro do Comitê Gestor de Internet no Brasil, o sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira, idealizador, na gestão Marta Suplicy (2001--2005), dos telecentros, que coloca computadores à disposição da população. Ele informa que a ideia é implantar o sistema de internet gratuita em locais públicos em várias etapas. “No curtíssimo prazo, precisamos resolver o problema da Copa de 2014. Muitos turistas vão chegar, e a cidade precisa ser capaz de oferecer esse serviço com qualidade.” O projeto, adianta, começará na periferia e, até o final do ano, deverá chegar à Avenida Paulista e também à Praça Roosevelt.

“O ideal é que esse sinal pudesse estar aberto e disponível com boa qualidade e velocidade em praticamente todas as áreas da cidade, mas São Paulo é muito grande”, explica Silveira. A previsão é que isso ocorra na última fase do plano, daqui a três anos, quando a administração pretende disponibilizar vários serviços ao cidadão a partir da computação em nuvem. Entre os obstáculos ao projeto, estão deficiências técnicas. “Temos lugares onde a conexão é muito cara, frágil e de baixa qualidade, em outros, as fibras são apagadas. Vamos fazer um equacionamento disso tudo e pensar em modelos de manutenção, custeio e parcerias com o setor privado”, relata.

A conexão gratuita, esclarece Silveira, não atrapalhará o modelo privado de telecomunicação, ao contrário, estimulará a concorrência. “As operadoras vão ter de oferecer um serviço de maior qualidade e baixo preço para outras empresas e para quem quer pagar.” Segundo o professor, a iniciativa que tem início agora em São Paulo já está consolidada em várias partes do mundo. A FCC (Federal Communications Commission), uma espécie de Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) dos Estados Unidos, quer oferecer o sinal de internet gratuito em todo o território norte-americano, utilizando uma frequência de 700Mhz, que aqui no Brasil chega como o 4G”, informa. Ainda conforme ele, “cidades do mundo todo, como Buenos Aires, Madri, Barcelona e Londres,  já abriram o sinal em praças e áreas mais importantes”.


O acesso no Estado de São Paulo

Botucatu – na estação rodoviária

Diadema – na praça principal da cidade

Jacareí – em alguns lugares públicos

Jundiaí – em parques públicos e terminais de ônibus

Marília – na biblioteca municipal e na TV Câmara

Mogi das Cruzes – Na estação ferroviária

Pedregulho – em alguns lugares públicos

Rifaina – em alguns lugares públicos

Ribeirão Preto – em alguns locais públicos

Jaboticabal – em alguns locais públicos

Pontal – em alguns locais públicos

Santo Antônio da Alegria – em alguns locais públicos

Santos – em alguns locais públicos

São Vicente – sinal aberto em toda a cidade

Cubatão – em alguns locais públicos


Fonte: Delegacias Sindicais do SEESP, segundo levantamento em sua área de abrangência.

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