Esta edição do JE traz o balanço de um ano do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), completado em janeiro último. Conforme apresentado pelo Governo, o plano teve avanços consideráveis e tem 86% de suas ações com andamento desejável. Para o SEESP, mais significativa que a avaliação oficial é aquela, também positiva, feita pelo projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, que continua vivo e tem hoje como um de seus principais focos o acompanhamento do que se tem feito no País em prol do desenvolvimento.
Nessa análise, o grande destaque são os projetos de saneamento ambiental, questão urgente para a população brasileira e que se encontrava demasiadamente deixada de lado. Agora, pelo menos, já estão contratados R$ 15 bilhões para o setor.
De modo geral, o andamento do PAC indica que o País tem condições de manter o ritmo e caminhar com segurança na direção do desenvolvimento. Isso apesar do fantasma da turbulência financeira externa que assombra o País. Embora seja otimismo exacerbado supor que o Brasil esteja completamente livre de sofrer os rescaldos do problema originado nos Estados Unidos, é reconfortante notar que os ventos da crise não necessariamente colocarão por terra o que foi construído até agora.
Assim, podemos apostar, se o trabalho devido for feito, que é possível manter-se no rumo do crescimento. Da mesma forma, pode-se presumir que a demanda por engenheiros continuará. Esse cenário de falta de profissionais é um dos gargalos a dificultar a expansão econômica e, sobretudo, o avanço científico e tecnológico. É certamente um problema a se resolver, mas também pode ser visto como uma oportunidade para que o País dê o salto de qualidade que necessita nesse setor.
É preciso elaborar e levar a cabo uma política séria voltada à formação de mão-de-obra qualificada na engenharia, assim como à requalificação daqueles que, por algum motivo, hoje se encontram à margem do mercado, mas que podem voltar a ele com a retomada do crescimento. Essa é uma questão da sociedade brasileira e como tal deve ser tratada seriamente para se encontrar a melhor solução no prazo mais curto possível. Deve envolver o Governo, as universidades, o setor produtivo e as entidades representativas dos profissionais.
Presente na agenda do SEESP desde sempre e incluído no “Cresce Brasil”, o tema está na pauta e vem sendo objeto de discussões juntamente com a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros). Para o primeiro semestre, organizaremos, em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), um grande seminário sobre o assunto com o objetivo de propor um programa sério e realista, que possa ser cumprido, e trazer saídas concretas para garantir os engenheiros necessários ao nosso desenvolvimento.