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Editorial - É hora de chegar ao futuro

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     O ano de 2008 começou com perspectivas de bons resultados para a economia. O reaquecimento que se observou em 2007, com o crescimento provavelmente superando as previsões de meses atrás, o aumento do emprego e da renda, as vendas de Natal, os positivos acordos salariais que se firmaram, tudo aponta para a possibilidade de se iniciar um ciclo virtuoso. Neste período também devem trazer impactos favoráveis os projetos e obras previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), cuja implementação ainda tem atrasos.
     Há, portanto, muito o que sair do papel, em especial porque, exatamente pela maior expansão, urge sanar as deficiências da infra-estrutura nacional para que não se trave o crescimento. Após 25 anos de estagnação, seria dramático se o País se visse emperrado por falta de estradas, ferrovias, portos ou energia.
     Num contexto como esse, os engenheiros, que já fazem falta no mercado, serão ainda mais necessários e terão de volta o papel que lhes cabe como artífices do desenvolvimento. Aqui está uma ótima notícia e uma grande oportunidade, mas também uma tarefa fundamental: assegurar que o Brasil disponha desses profissionais em quantidade e qualidade suficientes. Estima-se que anualmente formem-se 30 mil (20 mil segundo dados consolidados de 2005) e já se sabe que é necessário ao menos dobrar esse número. É preciso gente para construir a Nação, desenvolver pesquisa, ciência e tecnologia, criar inovação nas empresas e encontrar soluções criativas e pouco custosas ao Estado, aos investidores privados e, sobretudo, à natureza, tendo em vista que a sustentabilidade ambiental terá de ser a marca de toda e qualquer iniciativa. Essas são as tarefas que cabem aos engenheiros e eles precisam estar prontos a cumpri-las.
     Como se vê, a agenda para 2008 será cheia para todos aqueles cujo anseio é o desenvolvimento do País e o bem-estar da nossa população, que merece uma vida digna e já esperou tempo demais por isso. E, como tantas vezes se disse neste espaço, obviamente nada acontecerá por mágica. Se a tônica deste início de ano deve ser o otimismo, o compromisso mais do que nunca precisa ser o trabalho para garantir que essas expectativas se realizem. Cabe ao Governo cumprir suas obrigações, ao Congresso atuar seriamente na fiscalização do Executivo e pelos interesses dos cidadãos e à sociedade civil empurrar o poder público na direção de seus anseios. Enfim, não será possível vacilar. Finalmente, vemos a oportunidade de construir o futuro que esperamos desde muito tempo e é hora de agarrá-la.

 

 

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