Dados do censo do ensino superior referentes a 2012, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no dia 17 de setembro, trazem uma boa notícia. As matrículas em engenharia foram as que mais cresceram, registrando aumento de 16,6% em relação a 2011. Com isso, o total de ingressantes na área denominada “engenharia, produção e construção” somou 885.912, contra os 759.873 do ano anterior. Os concluintes desse grupo (que inclui engenheiros, mas também arquitetos e tecnólogos, entre outras categorias) chegaram a 74.539. Ainda registrando uma enorme diferença entre os que entram nesses cursos e os que se graduam efetivamente, também houve aí uma melhora significativa.
O resultado alvissareiro foi destacado pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. “O segmento que mais cresce em número de matrículas são os cursos tecnológicos. Isso tem muito a ver com o atual momento do Brasil, com o mercado de trabalho aquecido”, afirmou, durante a apresentação do censo, em Brasília. E também não escapou à presidente Dilma Rousseff, que ressaltou em palestra a investidores no dia 25 de setembro, em Nova York: “É importante que os senhores percebam o grande desafio que é um país que formava mais advogados do que engenheiros e que hoje pela primeira vez está formando mais engenheiros do que advogados.”
De fato, a novidade aponta o salutar interesse pelas profissões ligadas eminentemente ao desenvolvimento e representa uma conquista estratégica para o País. Conforme vimos alertando desde 2006, no âmbito no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, é vital à nação dispor de mão de obra qualificada e apta a enfrentar as tarefas ligadas aos avanços necessários na infraestrutura e indústria nacionais. Portanto, é um desafio a ser vencido ampliar esse contingente e garantir-lhe formação de qualidade.
Ciente disso, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados passaram a defender a bandeira por mais e melhores profissionais. Um esforço singelo, porém focado, foi a produção de um vídeo voltado aos alunos do ensino médio que visava apresentar a profissão e estimular a opção por ela. Intitulado “Mais engenheiros para construir o Brasil”, o trabalho traz informações sobre as cinco grandes áreas – civil, elétrica, mecânica, química e agronomia. Em cerca de 20 minutos, apresenta entrevistas com graduandos, profissionais bem colocados no mercado e professores experientes falando sobre as atribuições em cada modalidade, o ensino e perspectivas futuras.
De mais fôlego e na mesma sintonia está a criação pelo SEESP do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), hoje em fase final de credenciamento junto ao Ministério da Educação. A escola oferecerá em breve o primeiro curso de Engenharia de Inovação do Brasil, visando a excelência no ensino. A ideia é propiciar aos estudantes uma educação de altíssima qualidade que os prepare para os desafios do mundo real e os torne aptos a buscar as soluções que o País precisa.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente