O processo para assegurar a oferta do curso de graduação em engenharia da inovação pelo Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) foi concluído em 1º de novembro. O credenciamento junto ao Ministério da Educação (MEC) consta da Portaria nº 1.068, assinada pelo titular dessa pasta, Aloizio Mercadante, e publicada no Diário Oficial da União no dia 4 último.
Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, entidade mantenedora da nova escola, comemora: “Vamos agora poder dar nossa contribuição efetiva para formar mão de obra qualificada. A ideia é oferecer aos estudantes um ensino de excelência, focado na inovação.” Ele destaca ainda que “somos o primeiro sindicato a criar uma instituição de ensino superior. Isso aconteceu devido à crescente necessidade de profissionais especializados nessa carreira, hoje tão promissora”.
Para o diretor-geral do Isitec, Antonio Octaviano, “o credenciamento coroa uma etapa importante dos trabalhos de implantação e consolidação do instituto. Revela e confirma o cuidado com que foi construído esse processo”. Ainda segundo ele, o fato de não ter havido nenhum questionamento ou contestação ao que foi apresentado ao MEC demonstra a consistência do projeto, que “corresponde à necessidade posta pela realidade brasileira”.
A proposta surgiu como reflexo do que foi apontado ainda em 2006 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em seu projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, o qual conta com a adesão do SEESP e demais sindicatos estaduais filiados à entidade nacional. O documento, que vem sendo atualizado constantemente, indica que é preciso ampliar a demanda por engenheiros para desenvolver o País e assegurar qualidade em sua formação. Atrelada a essa necessidade, a visão de que esses profissionais devem ter perfil voltado à inovação norteou a criação do Isitec e constitui seu diferencial. “A constatação de que sem isso não é possível o País avançar, ter mais competitividade, produtividade e valor agregado sustentará o desenvolvimento, consolidação e expansão do instituto”, acredita Octaviano.
A faculdade
Com instalações habilitadas a entrar em operação, segundo avalizado há um ano por comissão do MEC, a escola, localizada no bairro da Bela Vista, em São Paulo, conta com infraestrutura, como laboratórios, biblioteca e salas de aula, aptas a assegurar ao mercado profissionais altamente capacitados. A proposta pedagógica também já havia obtido aprovação, em dezembro de 2012, com a concessão pelo Ministério de nota elevada ao curso de graduação.
No processo para credenciamento legal do Isitec junto ao MEC, foram avalizados os documentos relativos tanto à proposta pedagógica quanto à infraestrutura adequada. O Conselho Nacional de Educação nomeou um relator que homologou a proposta do instituto. Encaminhada ao Ministro da Educação, tal foi sancionada.
Apto a iniciar o processo seletivo à graduação, o Isitec agora se debruçará a reunir as melhores condições para tanto, de acordo com Octaviano. De imediato, disponibilizará cursos de educação continuada, inclusive especialização (lato sensu).
Quanto à graduação, conforme José Marques Póvoa, consultor acadêmico do Isitec, a ideia é formar engenheiros “multiespecialistas, que sejam capazes de se especializar em diversas áreas” ao longo de sua carreira. A proposta audaciosa leva em conta o fato de hoje o mercado ser absolutamente dinâmico, requerendo atualização constante. Caso contrário, diante dos avanços tecnológicos, os conhecimentos adquiridos na faculdade já poderão estar obsoletos na colação de grau. O novo curso, de cinco anos, pretende fornecer uma base sólida em engenharia, recuperando o conceito original do profissional enquanto “resolvedor de problemas”. Com aulas práticas em todos os semestres, Póvoa destaca o caráter integrador do curso. “Não haverá laboratórios separados por disciplina, permitindo ao aluno realizar projetos em várias áreas.”
Além disso, o consultor acadêmico aponta outros diferenciais na grade curricular. Entre eles, a inclusão do segundo ao oitavo semestre da disciplina “Design e equipe de inovação”, com a proposta de que o estudante aprenda a trabalhar em equipe desde sua entrada na faculdade, já desenvolvendo projetos. Característica que o distingue, ainda, é a preocupação em apresentar exemplos de aplicação de engenharia nas disciplinas básicas dos três primeiros semestres, numa busca por impedir a evasão. Além de nivelamento no começo do curso para avaliar possíveis dificuldades em exatas, o Isitec propiciará acompanhamento fora do horário normal de aula durante os cinco anos de graduação. Também haverá “laboratório de linguagens”, provavelmente incluindo inglês, português e plataforma Windows. O projeto foca ainda no relacionamento universidade-empresa, propugnado pela FNE e SEESP no projeto “Cresce Brasil”, que deve ser impulsionado via convênios com companhias.
Por Soraya Misleh