Tendo começado sob o signo da crise, 2009 encerra-se certamente com saldo positivo. Embora o resultado em termos de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) tenha ficado bastante aquém do registrado em 2007 e 2008 – no fechamento desta edição, as previsões do mercado oscilavam em torno de crescimento zero –, o desemprego seguiu em queda e as oportunidades para os engenheiros se ampliaram.
No final do ano, voltou a ser pauta constante da imprensa a escassez dessa mão de obra, essencial a projetos como o Minha casa, Minha vida, à demanda gerada pelas reservas de petróleo na camada do pré-sal, a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a toda a preparação necessária à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Lançada pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006, a discussão sobre a premência de multiplicar o número de engenheiros formandos finalmente entrou na agenda das empresas, das escolas e do Governo, que já anunciou a necessidade de dobrar o número de vagas na engenharia nos próximos seis a oito anos.
Segundo o censo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), vinculado ao Ministério da Educação, em 2008, matricularam-se nos 2.032 cursos existentes cerca de 140 mil alunos e graduaram-se pouco mais de 40 mil. A quantidade de novos profissionais no mercado, embora tenha crescido nos últimos dois anos, ainda está aquém das necessidades. Chama a atenção sobretudo a disparidade entre os que entram e os que saem das escolas. Como vem sendo alertado também pelo projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, é urgente que se faça um trabalho para assegurar que os estudantes concluam os cursos. Isso exige, claro, melhoria na formação básica, sobretudo em física e matemática.
Mais que um problema, o quadro atual é de oportunidades para que haja avanços no País e em benefício dos engenheiros. Nessa linha, deu-se também a atuação do SEESP em 2009, ano que ficará marcado por uma significativa ampliação da estrutura própria da entidade, com a reforma da antiga sede na Capital, a compra do terreno ao lado e a aquisição de cinco imóveis no Interior. Além de toda a mobilização por reajustes salariais e aumentos reais, a defesa do emprego da categoria e melhores condições de trabalho, o sindicato deu ênfase a aperfeiçoar o atendimento ao associado e fincar raízes nas cidades em que tem delegacias sindicais, demonstrando seu compromisso duradouro em cada região.
A atuação por aprimoramentos constantes continuará em 2010, quando tem início também um novo mandato da gestão Trabalho–Integração–Compromisso. Tudo indica que teremos um ano de grandes conquistas e que, unidos, os engenheiros mais uma vez poderão alcançar seus objetivos.