Newton Güenaga Filho
Entrou o inverno e, com ele, a volta das neblinas nos trechos de serra. Há mais ou menos dois anos escrevi um artigo para o Jornal do Engenheiro sobre a “Falsa e verdadeira Operação Comboio” , que é realizada pela Polícia Rodoviária no sistema Anchieta-Imigrantes. Apesar de a concessionária dizer que o comboio sai de 30 em 30 minutos, o usuário perde na realidade mais de uma hora do seu tempo normal de viagem. Exige muita paciência.
Dizia eu no artigo que hoje temos no complexo pistas de subida e descida em ambas as rodovias. Buscando a história, a Operação Comboio teve origem quando o complexo Anchieta-Imigrantes tinha somente a pista de subida na Imigrantes. Foi colocada como solução em função de um mega-acidente/engavetamento que ocorreu na pista de interligação entre as duas rodovias, quando houve uma neblina intensa. A conjuntura mudou, pois hoje temos pista de descida da Imigrantes, feita a maior parte por túnel, o que evita a neblina. Só por esse motivo, já deveria ter se aprimorado o sistema. Com o mega-acidente/engavetamento em 2011, que ocorreu no trecho do planalto, na pista de subida, foi contudo criado para esse local o “falso comboio”. A única diferença é que não existe a retenção do fluxo de veículos no pedágio, ou seja, altera-se o limite máximo de velocidade. Na presença de neblina em quilômetros específicos, piscam luzes amarelas à redução da velocidade no trecho para 40km/h.
É incrível que passados mais de dois anos continua o questionamento: Será que não temos algo mais moderno? Será que temos que conviver com eternas operações comboio? Por que temos que ter velocidades estanques? Com o avanço da tecnologia, não podemos ter painéis luminosos ao longo do percurso da rodovia que apontem a velocidade definida para uma determinada condição de visibilidade no local? Se a retenção de veículos foi abolida no falso comboio, entendido como um método seguro pelos órgãos competentes, por que não aplicá-la também na pista de descida? Por que ainda não temos velocidades variáveis ao longo da rodovia, seja na pista de subida ou de descida, para situações adversas? Com a palavra a Ecovias, concessionária que opera o sistema.
Newton Güenaga Filho é presidente da Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista