Um estudo do professor Waldir Quadros, do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), divulgado pelo jornal O Globo no dia 6 de outubro, aponta para um resultado preocupante: o encolhimento da chamada alta classe média – com rendimentos acima de R$ 3.177,00 e que inclui engenheiros, economistas, médicos e professores universitários.
De acordo com o trabalho, essa parcela da população, que representava 8,1% das famílias brasileiras em 2007, passou para 7,5% em 2008. Reduziu-se ainda, nesse período, a participação desse estrato entre os ocupados com renda, caindo de 5,7% para 5,1%. Nesse caso, também diminuiu a presença da média classe média, de 9,6% para 9,2%, e da baixa classe média, de 30,6% para 29,8%.
Para o professor, conforme reproduzido pelo jornal carioca, a situação explica-se pela “baixa performance” da economia brasileira, que tem criado empregos de menor remuneração, apesar da expansão de 5,1% do PIB (Produto Interno Bruto), verificada em 2008.
O desafio que se coloca à sociedade brasileira como um todo, mas em especial às entidades representativas da classe média, como é o caso do SEESP, da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), é reverter esse quadro. É preciso construir uma sociedade mais igualitária, marcada justamente por uma maior participação dessa camada intermediária, reduzindo-se os extremos de pobreza e riqueza.
O diagnóstico do professor Quadros dá uma boa indicação do caminho para se atingir esse objetivo: sofisticar a nossa economia. Como os engenheiros vêm defendendo, por meio do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, além de manter os esforços pela retomada do crescimento, o País deve dar passos certeiros rumo ao desenvolvimento, com ações coordenadas em áreas estratégicas como a biotecnologia e a tecnologia digital, sem falar nas oportunidades da Amazônia e das reservas de petróleo na camada do pré-sal. Além disso, é preciso investir pesadamente em educação, em todos os níveis, e, principalmente, garantir mão de obra qualificada para as atividades do século XXI.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente