Murilo Pinheiro – Presidente
O início de um novo ano – embora na prática seja mera mudança do calendário – é sempre oportunidade de renovar esperanças e encarar os desafios com energias recarregadas. Assim, é fundamental dar a largada em 2025 com esse espírito de buscar coletivamente as soluções aos problemas que afetam a sociedade como todo.
Nossa pauta comum prioritária deve ser, portanto, a promoção do desenvolvimento nacional, com preservação ambiental e distribuição de renda, serviços públicos de qualidade e vida digna a todos os brasileiros. Há passivos antigos a serem superados, como habitação adequada, saneamento básico e transporte de qualidade que ainda faltam a milhões, mas também as demandas do século XXI, como as oportunidades e ameaças trazidas pela inteligência artificial, big data e as enormes disputas em torno da produção de semicondutores.
Os obstáculos à conquista deste país próspero e justo que almejamos continuam imensos. Contudo, há indicadores positivos que devem ser levados em consideração para que encontremos o bom caminho à construção de um futuro melhor. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu além do previsto, o desemprego se reduziu consideravelmente e milhões de pessoas saíram da trágica linha da pobreza.
Esses avanços devem ser celebrados, mas tomados como ponto de partida para as mudanças socioeconômicas que precisamos. Iniciativas estruturantes como o programa Nova Indústria Brasil (NIB), do governo federal, precisam avançar efetivamente para que possamos recuperar esse setor precocemente encolhido, de forma consonante com as demandas da transição energética e da transformação digital. É imperativo investir na infraestrutura nacional e em ciência, tecnologia e inovação, o que deve se sobrepor aos interesses do rentismo e do dogma fiscalista.
Tais questões são essenciais para que o País ocupe posição de relevo no concerto global e também para que tenhamos geração de empregos de qualidade, com remuneração que mude o perfil do trabalhador brasileiro, cujo rendimento habitual médio hoje é de cerca de R$ 3 mil. A cifra está bem abaixo do salário mínimo necessário, calculado em aproximadamente R$ 7 mil pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Imprescindíveis às ações voltadas à construção desta nação de verdade, sem dúvida alguma, são os engenheiros, os profissionais do desenvolvimento, independentemente do segmento econômico ou setor em que atuam. Estes precisam ter oportunidades e valorização para dar sua plena contribuição à sociedade.
Nesse sentido, questão a ser levada em consideração na agenda nacional é a redução paulatina de graduados na área, que vem sendo observada nos últimos anos, assim como a fuga de cérebros – quadros qualificados pelas nossas universidades públicas de excelência que acabam buscando oportunidades em outros países. Precisamos formar mais e melhores engenheiros e criar as condições para mantê-los aqui.
Como se vê, não faltam tarefas de monta. Que ao longo de 2025 trabalhemos juntos e focados para cumpri-las, sempre buscando um Brasil mais feliz.
Imagem: Freepik – Arte: Eliel Almeida